Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Flashback

May e Angie foram comigo buscar as roupas na galeria, que pegamos emprestadas pras gravações do trabalho. Esperamos por alguns minutos enquanto o rapaz foi buscar. Ele voltou com vários modelos diferentes.

YYY – olha, esse é o mais usado por aqui, mas se vocês quiserem levar e trazer de noite tudo bem fofa... – Declarou o assistente. Angelique puxou uma peça que estava embaixo.

Angie – gente, olha só isso! – Era um leg branco. Ela e May se entreolharam e começaram a rir. – Você precisa levar isso Dul...

Dulce – gente isso é muito pequeno, não caber nele...

YYY – é claro que cabe fofa, ele esticar super e fica bem justo no corpo do bofe... – Tivemos crises se riso naquela hora.

May – já imaginou o gostoso do Uncker vestido nesse leg?

Angie – Jesus me abana! – Disse abanando o rosto com a mão, entre risos.

May – se na calça sem graça do colégio ele já tem aquelas pernas, imagina num leg branco!

Angie – e a bunda? – Eu não comentei nada, sentindo o rosto corar de irritação. Elas podiam ser mais discretas, ele certamente ficaria constrangido. Hesitei, e pensei em deixar pra lá, mas eu também estava morrendo de vontade de ver ele usando aquilo, e acabei topando.

Dulce – e se não couber nele?

Angie – manda ele atuar só de cueca, que vai ficar uma maravilha...

Desisti então de contradizê-las. Ele realmente ficou vermelho que nem um tomate, quer dizer, não era difícil fazer ele ficar todo vermelho, já que ele era bem tímido. Talvez se outro garoto fosse tão inibido como ele, pudesse parecer meio gay, mas nele isso o deixava mais masculino, com certo ar de mistério. Era quase impossível esconder o quanto ele me encantava. Durante as gravações ele tinha que me dar um selinho, mas fui movida por um impulso e acabei beijando ele de verdade! Que boca Deus, os lábios dele eram carnudos, rosados, macios... Ainda podia sentir o hálito quente contra meu rosto no fim daquele dia, e dormi com um sorriso no rosto. Era tudo tão errado... /

Adormeci imersa às lembranças, e com um sorriso, como naquele dia.

No dia seguinte ele me fez levantar quase cedo. De início não entendi mas depois lembrei: Compras! Nunca fui consumista, mas eu gostava de fazer compras, até hoje... Andar pra lá e pra cá nunca tinha me parecido tão irritante! Mas éramos só nós dois agora, eu não podia fazer queixas. Quer dizer, pra minha surpresa e completo desgosto, a prima irritante do Christopher estava na capital também e tombamos com ela no super mercado. Além de segurar a maior vela tive que fazer o resto praticamente sozinha, enquanto eles riam e conversavam sobre alguma coisa. Ver aquela garota foi horrível... Deus, por que a vida tinha que ser tão injusta? Ela e Poncho estavam lá na boa e o Ucker tava do outro lado do país... Queria tanto que ele estivesse ali... Com ele até fazer o mercantil seria interessante, mas sem ele nada conseguia ser... Suspirei profundamente. Estar apaixonada de verdade estava me deixando bem piegas... Mas quem liga? Eram só meus pensamentos, e ninguém saberia deles... Enquanto eles não fossem parar num diário, eu estava traumatizada com eles... Sorri com a lembrança, embora tenha me subido um frio pela espinha. Christopher estava com meu diário, e agora era conhecer de todos os meus pensamentos e sentimentos...

Ele tinha sido cavalheiro até o último segundo, ele se importou comigo, ele não pediu, não me pressionou... Simplesmente aconteceu, e eu adorei que tivesse acontecido. Infelizmente sempre há dois lados numa moeda... Se por um lado as coisas aconteceram de forma mágica, por outro tinha sido uma loucura. Tínhamos bebido muito, e mesmo não sendo uma justificativa, não deixa de ser uma explicação. Naquela noite não conseguimos nos manter controlados. Há muito tempo eu queria Christopher Uckermann, há muito tempo ele habitava meu ser. É claro que eu pensei em preservativos, mas o desejo era tão forte que chegava a doer... Depois de começarmos não tínhamos como parar... E naquela noite eu fiz amor de verdade pela primeira vez na vida...

Dulce – Uncker... – Desci do balcão, e sentei ao lado dele. Recostei a cabeça em seu ombro antes de continuar. Talvez fosse precipitado, mas eu precisava falar. – eu acho que agora não é a melhor hora pra dizer isso... Quer dizer, seria se você não estivesse assim... – Deslizei a mão carinhosamente pelo rosto de anjo. Eu não tinha certeza se ele estava bem o bastante pra me entender, nem sabia se ele lembraria. Tampouco sabia se eu sabia que o que estava fazendo, mas continuei.

Ucker – o que? – Ele respirou fundo, e me embalou, acariciando meus cabelos. A emoção começou a ameaçar rasgar meu peito, mas eu não podia parar. Eu tinha que dizer...

Dulce – eu acho que estou apaixonada por você...

Alfonso me chamou, quebrando meus pensamentos.

Poncho – Dul, aonde você ta indo? O caixa é desse lado! – Entendi que era uma repreensão, por que eu estava caminhando abobada com o carrinho. Respirei fundo juntando toda a minha dignidade e soltei o carrinho de compras.

Dulce – olha, faz isso você eu já estou cansada... – A loira começou a rir. Alfonso me olhou irritado. Não gostava que dessem ordens nele, piorou na frente de alguém, e piorou ainda mais da irmã caçula. Machista! Ignorei o olhar e saí em direção ao lado de fora. Sentei num banco onde eu podia vê-los. Estava menos frio lá dentro. Olhei pro céu e constatei que ia chover. Sempre achei a chuva uma coisa muito linda, mas quando se está sozinho ela sempre te traz lembranças... Boas e ruins... Eu não tinha como conversar com meu irmão, e não tinha minhas amigas nem Ucker alí... Pelo menos não fisicamente...

No carro, senti os olhos de Alfonso me fulminando, mas não me importei. Ele já tinha colocado as compras no porta-malas, e quando entrou no carro, já serenava.

Poncho – Eu posso saber o que deu em você? – esbravejou ele. Ele podia, mas eu não estava com vontade de fazer muitas explicações, então me limitei a dar de ombros. Ele continuou. – Você precisava me fazer passar vergonha?!

Dulce – grande vergonha que te fiz passar...

Poncho – você tava no mundo da lua!

Dulce – É, eu estava... Esse mundo me parece melhor do que o que vivo... – Ele resmungou algo como "Justo na frente da Anny", mas não me dei o trabalho de responder. Os homens muitas vezes tem um ego tão frágil...