Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Depois de guardar tudo em seu devido lugar, me tranquei no quarto de Poncho e deitei outra vez. A chuva já caía, e aquele sentimento de nostalgia começou a me sondar... Me deixei levar pelas lembranças mais uma vez... No momento era o que eu tinha de melhor pra passar o tempo...

Dulce – Uncker nós precisamos ir! – Ele me olhou meio torpe por alguns momentos, antes de levantar. Chegava a ser engraçado vê-lo tão vulnerável. Ele sempre mantinha uma aura de orgulho ao redor de si, quando o olhava, tinha a impressão de que ele era inabalável... Mas ele não era, e tive que ajudá-lo a levantar. - Ucker vem! O táxi ta esperando lá fora... – Ele pareceu confuso, mas obedeceu fielmente. Christopher confiava em mim.

Angie e Chris também haviam estrapolado naquela noite, e já nos esperavam no táxi. Ucker pareceu aliviado ao ver seu amigo lá, definitivamente ele não era muito afeito a bebedeiras. Assim que entramos no táxi ele perguntou.

Ucker – cadê o Jack?

Dulce – Maite foi embora mais cedo, e ele foi de carona com ela... – Respondi, e comecei a tentar ajeitar sua roupa. Conseguimos fazer um estrago e tanto.

Ucker – a sua mãe vai te matar...

Dulce – vou dormir na casa da Angie...

Ucker – então é a minha mãe que vai me matar...

Dulce – já liguei pra ela e avisei que você ia dormir na casa do Chris... Tem umas coisinhas pra te explicar, mas agora não... - Sem dúvidas ele tinha bebido mais, e como não tinha costume estava bem pior que eu. Me senti orgulhosa por poder cuidar dele, por ter me saído bem naquela situação. A tia Ale era muito cuidadosa, e me mataria se sonhasse o que tinha acontecido. Minha mãe também me daria um sermão, é claro, por isso eu tinha ido preparada.

Ele adormeceu no resto do trajeto. Deixamos ele e Chris em casa e depois fomos pra casa de Angie. Silêncio durante o caminho. Entramos cuidadosas pra não fazer barulho, mesmo que a mãe da Angie fosse bem liberal e entendesse a nossa demora, não queríamos acordar ninguém. Tomamos uns comprimidos antes de ir pro quarto, e acabamos adormecendo do jeito que estávamos.

Os comprimidos eram pra evitar a ressaca, apesar de não ter ficado muito mal eu preferi prevenir, e deu certo. Acordamos tarde, nos arriscamos na cozinha preparando um café, e confesso que foi uma manhã incrível. Eu me sentia melhor que nunca, e não via a hora de estarmos sozinhas pra contar tudo. Assim que a mãe da Angie saiu, começamos a rir e a relembrar tudo de maneira histérica. Logo nossa Morena chegou, e a festa ficou completa.

Angie – Dulce... May... Vocês não fazem idéia, o Chris é maravilhoso! – Ela abraçou o travesseiro contra o peito. Começamos a rir.

May – ah, gente, maravilhoso foi o Jack, ele insistiu em ir embora comigo, disse que a festa não ia ter graça sem mim... – Disse melosa. Os pais da May eram bem ciumentos, e era compreensível. May era sempre mais meiga, e Angie a mais maluca, e eu o meio termo. Exceto naquela noite, em que eu tinha superado Angie.

Angie – Já estou vendo a manchete no jornal da escola falando da minha festa amanhã!

May – Manchete: Aniversária embriagada cai de cara no bolo! – Começamos a rir, embora eu tenha perdido aquela parte da festa, pude imaginar a situação. Angie me olhou especulativa.

Angie – você pode ir parando de rir, por que você e o seu Uncker sumiram e não viram nada...

May – por falar nisso, Dul... É verdade, onde vocês estavam? – Senti meu rosto ficar vermelho, mas eu não podia esconder isso delas, elas esperavam por isso há muito tempo.

Dulce – ah meninas a gente... Bom... A gente se empolgou um pouquinho e eu tive que levar o Uncker pro andar de cima... – Angie começou a rir de cara, mas a May ficou me olhando como se não tivesse entendido.

May – como assim, Dul? Você não ta querendo me dizer que vocês...? – Ela se interrompeu e abriu e boca em um "o" perfeito. – Não... Mentira, Dul, você ta zoando com a gente né? – Meneei a cabeça. Era fácil entender a reação delas, por que o Ucker era sempre tímido e discreto, ninguém fazia idéia do quanto ele tinha sido desenvolto no outro dia. Ri sozinha com esse pensamento e não pude evitar me sentir acalorada. Ele era incrível.

Dulce – talvez o álcl tenha dado uma forcinha, mas o fato é que foi maravilhoso, gente... – Abracei um travesseiro também. Precisava dizer aquilo em voz alta, e o sorriso dominou meu rosto. Angie me entendia, começou a rir e teve a ousadia de se abanar com a mão. Maite riu, mas não entendia exatamente, e logo veio uma pergunta esperada dela.

May – vocês se cuidaram, Dul? – Meu rosto não chegou a empalidecer, como sempre acontecia com o Ucker, mas acho que elas puderam notar meu desconforto. Não, a resposta era Não.

Angie – Não acredito, Dul! E os comprimidos?

Dulce – Parei de tomar esse mês... Você sabe, depois que eu terminei com Pablo... – Maite levou a mão à testa como se o mundo tivesse caindo.

May – Meu Deus, e agora? – As duas me olharam assombradas, e me deixaram assombrada também.

Dulce – calma gente, eu não tô numa época fértil, na verdade acho que a qualquer momento minha menstruação pode chegar...