Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Dulce – calma gente, eu não tô numa época fértil, na verdade acho que a qualquer momento minha menstruação pode chegar...

Mas ela não chegou. Com a maioria das pessoas, a gente sempre pensa que as coisas não podem acontecer com a gente. Vemos acidentes... Incidentes... Mas nunca achamos que vai ser conosco, até que acontece.

Fiquei pensando durante um bom tempo sobre aquilo. Eu não tinha cara de dizer isso ao Ucker... Ele se preocupou e me perguntou sobre isso... Pareceu envergonhado por não ter pensado nisso ele mesmo, mas eu assegurei que estava tudo bem... Respirei fundo e me remexi mais uma vez na cama. Ele descobriria através do meu diário que era o pai do meu bebê, e descobria também por que guardei segredo... Era algo terrível, mas eu esperava que ele me perdoasse...

Quando acordei pela manhã, me dei conta de que ainda estava com a roupa, e então me lembrei de Poncho. Devia estar furioso, por que o deixei trancado do lado de fora de seu próprio quarto. Não intencionalmente, claro. Tentei me levantar, mas senti todo o corpo dolorido, como se eu tivesse feito um intenso exercício físico, e me deixei cair novamente sobre os travesseiros. Minha posição estava bem incomoda, e as roupas também, mas eu estava mais mole do que de costume, minha cabeça parecia pesar umas mil toneladas. Estava suada também, mas não estava calor no apartamento, eu estava com febre.

Dulce – Droga, que belo momento pra adoecer, Dulce Saviñón... – resmunguei, procurando um relógio com o olhar, mas lembrei que o que tinha estava apontado às minhas costas. Respirei fundo e com muito esforço me virei. A hora era alarmante! Doze horas, considerando que eu tinha ido dormir cedíssimo. Me levantei, tão devagar quanto era possível, arrastando o lençol, envolto ao meu corpo.

Quando cheguei na porta, ouvi Alfonso falar.

Poncho – Eu não sei o que há com ela, mas não está bem... – Me encostei na porta, não só pra ouvir, mas também pra me manter de pé. - Sim, penso o mesmo... Não, não se preocupe, não tenho a intenção de deixá-la sozinha, ainda mais nessas condições... – Sim, ele falava de mim, mas com quem? – Posso pedir que te ligue quando acordar, o que deve ser logo, já que passam das doze... Tudo bem, vou tentar adiar a consulta, mas você tem que se apressar... – Fiquei completamente confusa, e assim que ouvi o barulho do telefone sendo devolvido ao gancho, ousei abrir a porta. Pra minha surpresa e graça, Poncho estava parado de frente a ela quando a abri, e me segurou quando uma tontura me pegou de surpresa, me fazendo cambalear.

Poncho – Meu Deus! - Ele exclamou e me pegou no colo, correndo até a cama e me devolvendo a ela.

Dulce – Não... – Resmunguei. Não queria ficar ali.

Poncho – Sim, você está ardendo em febre! – Ele segurou minha testa, depois meu braço, e bufou, levantando. – Por que não me disse que estava se sentindo mal?! – Não sei, por que talvez eu tenha me sentido mal desde o início e tenha tentado conviver com isso. Essa sensação de vazio.

Anny – O que foi Poncho aconteceu alguma coisa? - A voz irritante me fez sentir calafrios, talvez tenha sido a febre também, não sei. O que ela estava fazendo aqui há essa hora? Mirei o teto, mas senti a cabeça loira me olhar da porta; Alfonso respondeu enquanto discava novamente.

Poncho – ela está ardendo em febre, e não posso medicá-la por causa da gravidez... – Ele bufou.

Anny – por que? Grávidas não tomam remédio? – Burlou, e ele bufou novamente.

Poncho – claro que sim, mas nem todos são indicados, e nenhum de nós é médico pra saber... – Poncho voltou e sentou ao meu lado. – Chamei um médico... - Não queria remédios, não queria ir a um hospital.

Dulce – quem era...? No telefone?

Poncho – Ucker... – Meu coração palpitou mais aliviado, somente com a menção do nome. Ele era o remédio que eu precisava, não as drogas lícitas. Odiava drogas, de qualquer qualidade.

Dulce – Liga pra ele... Quero falar com ele, por favor... – A Loira aguada entrou, secando os cabelos com a toalha de Alfonso. Eles tinham passado a noite lá? Comigo em seu quarto? Pouco importava...

Anny – deveria ter deixado a porta aberta, assim Poncho poderia ter feito alguma coisa... – ignorei, sem tirar os olhos suplicantes de Poncho.

Poncho – é melhor ficar quieta, não acha? – meneei a cabeça. Ele assentiu e foi até a sala, discou o número e me entregou o telefone, que pareceu surpreendentemente pesado e gelado. Ao terceiro toque, Tia Ale atendeu.