Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Ucker – Alfonso me disse que ia tentar adiar a consulta, pra que eu pudesse ir contigo...

Dulce – você e ele tem conversado demais, não acha? – Ele riu.

Ucker – falamos apenas sobre você, o necessário...

Dulce – ele ta parecendo uma babá, eu sou a mãe aqui ta? – De novo sentia uma sensação de estranha excitação ao pronunciar a palavra "mãe". Ele riu.

Ucker – ah, ok mamãe, tudo bem, então o que você acha que devemos fazer?

Dulce – adiar a consulta, é claro...

Ucker – nossa, fico satisfeito com o consenso a que chegamos! – desatamos a rir os dois.

Depois de desligar voltei pra cozinha, voltei a corar quando Deise me deu aquela olhada, e voltei a sentar no balcão. Me perguntei se ele já sabia de alguma coisa... Eu sempre esperava que ele comentasse sobre meu diário, mas ele não dizia uma só palavra, e isso tava me matando de nervosismo.

No aeroporto, eu era puro nervos. Alfonso e Anahí estavam sentados, namorando como pessoas normais, enquanto eu, ora sentava, ora andava de um lado para outro. Ouvi Alfonso me repreender algumas vezes, mas fingi não escutar. Eu não sabia desde quando eu estava tão desesperada por Christopher, mas o nervosismo e a ansiedade que corriam meu corpo me gritaram claramente que sim, eu estava.

Verifiquei o relógio várias vezes e, ao notar o movimento de pessoas levantei de um salto. Anahí e Alfonso puseram-se do meu lado, e a mão de Alfonso tocou meu ombro. Não sei se era pra me dar apoio, ou se pra impedir que eu saísse correndo feito uma louca, mas ajudou de qualquer modo, por que eu precisava ter certeza de que aquilo estava acontecendo, de que era real.

Esfregava as mãos com um frio na boca do estomago, quase podia ouvir os meus próprios batimentos cardíacos. E então eu o vi. Diferente do que eu imaginei que aconteceria, eu não corri e sim me mantive estática. Ele não me viu ao mesmo tempo, percorria o lugar com o lugar, passando indiferente pelas pessoas ao redor... Procurando por mim.

Pensei em gritar, mas quem disse que eu conseguia? Era muito mais lindo do que me lembrava... Era alto e se destacava diante a maioria, e tinha um rosto que parecia ter sido esculpido. Alfonso apertou de leve meu ombro, me impulsionando pra frente, e então ele me viu.

Um sorriso se formou em seu rosto, largo e sincero. Veio na minha direção rápido, sem ligar se esbarrava ou não nas pessoas; corri em sua direção, com os olhos mareados. Ele soltou a mala no chão me abraçou.

Senti-lo me fez perceber o por que do meu desespero... Por que era alí o meu lugar: Em seus braços. Seu calor, sua força, sua simples presença, me fizeram sentir segura, completa, e realizada. Meu Deus, como amava Christopher!

Me ergueu do chão, apertando-me contra ele, e o apertei também, com toda a força que pude. Não queria chorar, mas não pude controlar as lágrimas.

Dulce – que saudades meu amor... – Disse em soluços. Ele me colocou no chão e segurando meu rosto entre as mãos me deu um selinho demorado. Queria falar e falar e falar, e ao mesmo tempo queria senti-lo, beijá-lo e não parar nunca mais. Suas mãos também tremiam contra meu rosto, e o beijo se tornou intenso, profundo, um pouco violento até, cheio de saudade. Nos separamos sem saber se devíamos respirar ou nos sufocarmos ali mesmo. Ele se manteve curvado, com a testa contra a minha.

Ucker – que saudades meu amor... – Ele repetiu minha frase, sorrindo.

Uma tosse atrás de nós nos despertou. Christopher cumprimentou a ambos, rapidamente, mas educado, com aquele jeitinho perfeito que nunca o abandonava. Voltamos praticamente em silêncio pro apartamento de Poncho, matando a saudade apenas da presença um do outro, por que precisávamos de muito mais tempo e é claro, intimidade, pra todo o resto. Deixei a cabeça seu em seu ombro e ele me apertou com força. Entrelaçamo-nos as mãos e, ficamos assim.

Dulce – Poncho abre o porta-malas... – disse assim que descemos do carro, no estacionamento. Christopher e ele me olharam. – O que? Vão deixar as coisas dele aí? – Os dois começaram a falar ao mesmo tempo e então se interromperam. Alfonso fez um sinal com a cabeça para Christopher, o olhei e então ele falou, colocando as mãos nos bolsos.

Ucker – é que eu não vou ficar aqui, Dul... – Me segurei no carro. Hã? Como assim não?

Dulce – por que?

Ucker – eu e seu irmão conversamos e decidimos que seria melhor... – Seu olhar era meio suplicante, como se me pedisse em silêncio que o entendesse, mas eu não entendia.

Dulce – não quer ficar comigo, ou o que?

Ucker – claro que não é isso, Dul... É que... Bom, não é certo...

Dulce – como não é certo, Ucker? Você veio pra cá pra me ver... Temos apenas um mês juntos antes que você vá embora! – Quanto mais eu falava, pior ficava. Ele assentiu.

Ucker – eu sei, mas não podemos dividir o mesmo teto, não que eu não queira, é claro que eu quero ficar o maior tempo possível ao seu lado, mas...

Dulce – e onde você vai ficar?

Ucker – bom, na casa da minha tia... – Parei um pouco pensando. Tia? Tia que era mãe da Anahí? Ele ia dividir o teto com a idiota da prima dele? Passei a mão no rosto limpando as lágrimas recém-formadas e saí em direção ao elevador. – Dulce, espera, por favor... – Ouvi quando ele vinha atrás de mim e corri.