Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Sempre procurei ser compreensiva, sempre quis entender as pessoas, respeitar suas opiniões e suas personalidades. Sempre tentei ver o lado bom do que cada um fazia ou deixava de fazer... Mas dessa vez, eu só conseguia sentir revolta. Era meio incompreensivo até pra mim, porque eu estava tão mal, por que estava doendo tanto. Eu o conhecia bem o suficiente pra saber que ele sempre tomaria a escolha correta, sempre procuraria fazer o melhor... Mas Deus, e quem liga pro que estão pensando? E daí que pegaria mal? A quem devemos explicações? Éramos novos? Sim, mas e daí? Nos amávamos e eu estava esperando um filho dele! Será que não estava claro pra qualquer um que nós dormimos juntos? Cheguei ao apartamento soluçando, inundada por uma tristeza mais incompreensível que todo o resto.

Será que ele não me queria tanto assim? Eu estava tão mal por estar longe dele, que faria qualquer coisa só pra tê-lo um segundo que fosse a mais... E ele preferiu concordar com as condições do meu irmão? Claro, Alfonso e sua mania de se meter em tudo! Ucker fez questão de dizer "Nós decidimos", mas eu sabia que não era bem assim. Meu irmão era um controlador, e Ucker, era o tipo de pessoa que jamais faria algo pra ser inconveniente.

A revolta começava a ceder, quando lembrei... Ele iria ficar na casa da vaca loira! Como assim? Será que meu irmão é a favor dos xifres? Será que ele não se deu conta de que aquela idiota era vadia aliciadora de namorados? Uma tarada, oferecida, abusada, irritante! Ela ia ficar lá o tempo todo com ele, se oferecendo e eu aqui...

Do quarto, ouvi a porta se abrir.

Poncho – Dulce? – Tinha uma certa impaciência em sua voz. Eu não gostava de brigar, juro que não gostava, mas eu não perdoaria ninguém que se colocasse entre mim e Ucker, ele iria me ouvir. Enxuguei o rosto com a manga da camisa, e saí.

Dulce – está feliz?!

Poncho – escuta, não começa a fala besteira antes de saber!

Dulce – Não quero ouvir nada, você é um egoísta! Isso é o que você é!

Poncho – eu sou egoísta? Quem foi que deixou o cara lá embaixo sozinho sem nem escutar?

Dulce – egoísta sim! Você traz aquela vaca loira pra cá o tempo inteiro e ela vive dormindo aqui! Só que ela mora aqui, e ele? Ele vai embora, será que você não entende?!

Poncho – Eu entendo sim senhora, mas você ainda é a minha irmã mais nova, e grávida ou não vai ter que respeitar, não só as minhas condições, mas como as de todo o resto!

Dulce – todo o resto quem? Quem mais resolveu se meter?

Poncho – a mãe dele... Ta bom assim pra você?

Dulce – como assim? – Ele esperou um pouco pra falar, por que também estava furioso. Meu irmão não era do tipo controlado.

Poncho – a mãe dele não sabe ainda que esse filho é dele... Ele não quis contar, por que queria falar do assunto contigo primeiro... – Apontou o dedo na minha direção. Falar da minha gravidez, me fez sentir culpada, então apenas assenti.

Poncho – ela também não acha certo que vivam juntos...

Dulce – não vamos viver juntos, é apenas um mês...

Poncho – olha, eu não sei... O que eu sei, é que a Dona Alexandra só permitiu que ele viesse, com a condição de que ficasse com a tia... – Olhei pra janela, e encarei o nada, enquanto me esforçava por entender tudo. E o que entendi, é que a mãe dele não apoiava mais o que havia entre nós... Ela devia pensar horrores de mim, e nenhuma mãe iria querer que o filho namorasse uma garota que está grávida... Por que essa garota estragaria o futuro dele, e colocaria em suas mãos responsabilidades demais. Sim, eu concordava com ela. E concordava com Alfonso também: A egoísta era eu.

Dulce – onde ele está?

Poncho – foi pra casa... Com Anahí. – Abri a boca pra falar, mas ele interrompeu. – Ele achou melhor esperar você ficar calma, por que ele sabe que sua saúda anda frágil e não quis te pressionar... – Caí sentada na cama, e desabei novamente. O que estava acontecendo comigo? – Não fica assim, ele entende você... – Ele falou meio robótico. Alfonso era sempre tão fechado, que pra ele era difícil dizer certas coisas. Assenti, ainda em lágrimas. É claro que ele entendia, por que ele era perfeito como sempre, e eu aqui dando mancadas atrás de mancadas! Por que ele não gritava comigo e dizia tudo na minha cara? Por que ele apenas me entendia e cuidava de mim, só pra eu me sentir mais culpada? Sim, me senti ridícula. Ele estava sofrendo como eu, por não poder ficar, e teve que sofrer por causa da minha reação também... É claro que eu queria que ele lutasse por mim, mas ele já tinha feito o que podia... E por que eu precisava de mais provas do que as que ele já tinha me dado? Me senti uma completa idiota.

Não era a primeira vez que a culpa era minha, ele já tinha sido machucado várias vezes, graças a minha extrema burrice. Chorei de raiva e frustração até o Alfonso bater na porta do quarto e brigar comigo por eu estar sendo irritante. Me meti embaixo do chuveiro e demorei bastante tempo, pensando no que devia dizer a ele.