Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Flashback

Estava saindo de casa quando ouvi gritos vindos na direção oposta à da escola. Estava um pouco atrasada, mas conhecia bem a voz de Pablo e não pude deixar de me aproximar pra ver o que era. "o que foi? Ficou nervosinho, foi?" Sim, sem dúvidas era o idiota do meu namorado e ele devia estar metido em alguma encrenca. Ao passar por duas casas consegui ver que Dérrick e Eddy tentavam segurar alguém. "cala a boca! Cala a boca!" Essa voz era... Andei mais depressa e Vi como Pablo levantava do chão segurando o rosto. "seu desgraçado!" Comecei a correr, então tive certeza de quem era o alvo da ira de Pablo. Christopher. Não, ele não meu Deus! Senti como se tivesse recebido um soco quando o vi atingi-lo na barriga com o joelho. Puxou sua cabeça para trás agarrando os cabelos e pude ver como seu rosto estava machucado.

Dulce – Nãaao! – Corri o mais depressa que as minhas pernas idiotamente curtas me permitiram. Christopher me olhou e então senti como se meu coração se dividisse ao meio. Ele estava passando por aquilo por minha causa. Pablo tacou o rosto dele contra o joelho, e senti que a angústia e o ódio cresciam. Quando me aproximei soltaram-no. Eddy e Dérrick se cumprimentaram em comemoração pelo "bom trabalho". Ucker se apoiou no chão num intento de... Olhar pra mim. - Acorda... Por favor, acorda... - Me joguei no chão ao seu lado e segurei seu rosto no colo, sentindo meu coração ficar pequenininho. O rosto estava muito machucado, saía sangue pelo nariz e pela boca, mas surgiu a sombra de um sorriso em seu rosto. - O que você fez com eleee??? O que você fez com ele, Pablo, seu grande imbecil!!!! – Gritei sem olhar pra ele, e então desabei ao ver como o sorriso no rosto de Christopher crescia. E então ele dormiu, alí jogado como se fosse mais um desses que se metiam com Pablo. – Vá embora Pablo, senão eu mesma denuncio você está ouvindo?

Pablo – cala a boca garota, você sabe que não vai fazer nada... – E os três saíram rindo e debochando. Liguei pra dona Alexandra, e acho que meu choro a assustou mais do que a notícia. Apertei Ucker contra mim e ficamos ali até aparecer ajuda. Seria um trabalho e tanto rebocá-lo. - vai ficar tudo bem, Uncker...

Ficamos, Eu, Tia Ale e a arara loira no quarto, velando seu sono enquanto ele parecia não querer acordar.

Ale - Eu estou muito preocupada, devíamos ter levado ele pro hospital...

Anny - é, ele não parece bem, a surra foi feia, mas sei lá, é tão normal garotos brigarem...

Ale - não o Ucker!

Anny - vem cá, a senhora conhece esses caras que fizeram isso?

Ale - conheço apenas de vista, são uns moleques mal criados, Ucker sempre fez questão de ficar longe deles!

Anny - e por que eles fizeram isso?

Ale - não sei minha querida, não sei...

Anny - e você? Não vai dizer nada? – Disse ela se referindo a mim, e senti como se tivesse um letreiro luminoso na minha cabeça escrito: Culpada. Me sentia terrível.

Ale - Anny, deixa a menina, ela tá nervosa, você não tá vendo?

Anny - não sei por que esse nervosismo todo... – Me encolhi no meu canto.

Ale - Anny! – Repreendeu ela, mas eu achei que era justo que soubessem de tudo.

Dulce - a culpa foi minha, tia... – disse sentindo um nó na garganta.

Ale - minha querida, não diga isso, você tem que se acalmar...

Anny - por que você disse que a culpa era sua?

Dulce - Pablo é... Meu namorado... – nunca tinha sido tão difícil admitir isso.

Anny - ah, então quer dizer que o seu namorado deu uma surra no Ucker? E você não sabe o motivo? – Disse ela com ironia.

Ale - Anahí, se não parar com isso vou ter que pedir que se retire!

Anny - eu vou ter que sair pra dar prioridade a essa daí? Sendo que o namorado dela acabou de dar uma surra no seu filho??? Fala sério! – Me senti minúscula e quis sair dalí naquele momento. Ela tinha razão.

Ale - Ela não fez nada, ela o ajudou, foi graças a ela que eles pararam de bater nele, foi ela quem nos avisou, ela está nervosa, está preocupada, é amiga dele e tem todo o direito de permanecer aqui, e você está piorando as coisas, está sendo desagradável!

Anny - ótimo, engole essa daí, quando acontecer coisa pior por causa dos ciúmes de um garoto mimado não digam que eu não avisei! – Então ela deu uma girou nos calcanhares e saiu.

Dulce - ela tem razão... – Não pude mais controlar as lágrimas e então comecei a chorar de novo. Como iria encará-lo?

Ale - não tem razão nada, fique tranquila, ok? Ela também está nervosa, afinal é prima dele, e ela é muito geniosa, então não se preocupe com o que ela disse! Eu vou atrás dela, e vou fazer ela me ouvir!

Dulce - umrrum... – E então ela saiu, me deixando sozinha com ele. Pensei alguns instantes se devia me aproximar, mas a verdade é que parecia haver um imã sempre me puxando pra perto dele. Talvez fosse tirar proveito da situação, mas eu precisava desabafar. Sentei na cama ao lado dele.

Dulce - Uncker, será que você pode me ouvir? – Toquei o peito nu, sentindo a pele quente. O peito subindo e descendo devagar, à maneira tranquila de sempre. - Eu não sei por que ele fez isso com você... Quer dizer, a gente sabe que foi por ciúmes, mas ele não tinha esse direito, ele não podia ter machucado você... – Comecei a acariciá-lo sem conter o impulso dos dedos. Me sentia culpada e aliviada por ele estar dormindo. - Eu não sei por que as coisas tendem a dar errado pra mim... Eu aceitei fazer esse trabalho com você, por que eu achei que seria o certo, mas olha no que deu... Você apanhou por que eu namoro um imbecil, a sua prima me detesta, e com razão, né? – O Olhei tentando não soluçar, mas foi inútil. - Ele tinha me avisado... Ele me falou que ia te bater... Se eu não me afastasse de você.. Mas eu não levei a sério... Eu não consegui ficar longe de você... Eu nunca tive um amigo como você Uncker... Tão paciente, tão meigo, sincero, dedicado, engraçado... Às vezes desajeitado, mas no fundo um gênio... Você sabe fazer coisas incríveis de verdade, não pra ficar se mostrando como os outros garotos... Mas por que você gosta, por que te faz bem... E você nem me conhecia, mas me tratou tão bem que fez parecer que a gente já se conhecia à séculos... Eu fui tão egoísta... Você sempre foi tão super comigo, como eu pude deixar isso acontecer? – O choro calou meu desabafo então segurei sua mão com força enquanto tentava me controlar. - Eu devia ter obedecido... Eu devia ter sido sincera... Nada disso estaria acontecendo agora... A sua vida ia seguir de boa, como se você nunca tivesse me conhecido... E eu ia guardar um carinho enorme por você... Você conquistou esse carinho tão facilmente, tão de repente, que chega a ser assustador... – Queria tanto tocá-lo, que quase doía, então comecei a acariciá-lo com o polegar, mas os impulsos do meu corpo seguiam ali. . - Mas eu não mereço o seu carinho... Eu não mereço nada disso... - Mais soluços, um nó na minha garganta. Então os dedos dele se mexeram! - Uncker??? – Soltei-o para limpar o rosto com as duas mãos. Se ia acordar que não desconfiasse do que eu andara fazendo. - Uncker? – Chamei de novo, voltando a apertar sua mão, e seus dedos voltaram a mexer. Ele mexeu os olhos e então os abriu lentamente, com uma careta, não sei se pela dor no rosto ou se pela claridade. - graças a deus, você tá acordando!

Ucker - Dul... – Foi só um sussurro, mas o suficiente pra me fazer gritar de alivio. Segurei seu rosto entre as mãos.

Dulce - que bom, graças a deus... Você tá me ouvindo?

Ucker - to...

Dulce - eu tava tão preocupada! Como você tá??? – Ele tentou abrir os olhos de novo, depois fechou, e deixou um sorriso singelo como resposta.