Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Afastei as lembranças e me concentrei no problema atual. Sabia que não conseguiria pronunciar muitas palavras decoradas juntas, mas precisava tentar. Respirei fundo ao pegar no celular e então liguei. Chamou várias vezes antes de ser atendido, e cada "Tum" me deixava mais nervosa, quando ouvi sua voz minhas mãos suavam.

Ucker – alô? – Sua voz estava cautelosa, e a minha nem queria sair. Pigarreei antes de consegui falar.

Dulce – Ucker, sou eu...

Ucker – ah, Dul, ér... Se sente melhor? – Naquele instante me senti aliviada ao invés de zangada por seu excesso de compreensão. Não sei se agüentaria se ele estivesse me odiando agora.

Dulce – Não Ucker, estou péssima... Sinto muito! – Gaguejei as palavras antes que ele pudesse dizer nada.

Ucker – eu sei que essa situação é muito chata, Alfonso te explicou verdade?

Dulce – umrrum...

Ucker – sinto muito, Dul, eu queria falar com você antes de contar pra minha mãe, e não teve nada que a convencesse a mudar de idéia...

Dulce – Não, Ucker, eu sou a culpada, eu quem sinto muito... – Meu coração simplesmente disparou quando ele disse aquilo. Será que continuaria o assunto? Será que eu devia falar sobre isso? – Mas eu não queria que ficasse aí com essa arara loira... – Ele riu do outro lado o que me deixou uma pontada de ressentimento. Não podia rir do meu ciúme, ele sabia que tinha bastante fundamento.

Ucker – a arara loira não está em casa, ela está trabalhando, e segundo me disseram passa o dia pra lá e pra cá...

Dulce – trabalhando uma ova, ela fica enfiada aqui... – resmunguei, e ele riu mais.

Ucker – não se preocupe, eu sei me defender dela sabia?

Dulce – mesmo assim, não é justo Ucker!

Ucker – Sim eu sei meu amor... Eu vou fazer de tudo pra ficar muito mais tempo contigo do que com ela, sabe disso, não sabe? – Me sentia mais aliviada agora, e com ressentimento de mim mesma por ter deixado que fosse embora. Que saudades sentia dele!

Dulce – que te ver... – Murmurei baixinho.

Ucker – é só dizer onde... Bem, não conheço bem essa cidade... – Então tive uma súbita idéia.

Dulce – bom, eu conheço um lugar maravilhoso, anota aí o endereço...

Quando cheguei ele estava de costas, encostado em uma árvore. Confesso que diminuí o passo, não sei se pra tomar coragem, não sei se pra desfrutar o prazer de saber que ele era meu... Alguns passos mais à frente e ele se virou pra mim, e automaticamente um sorriso se desenhou em seus lábios.

Ucker – tem razão, é um lugar maravilhoso... – E estendeu a mão a uma Dulce completamente paralisada. Respirei fundo antes de aceitar a mão oferecida, e então sem me conter nem mais um segundo me agarrei a ele. Ele correspondeu, me abraçando com força, e me dizendo sem palavras que ali era o meu lugar.

Dulce – Eu te amo Ucker, eu te amo! – Murmurei com o rosto apoiado em seu ombro. Ele se curvou, me abraçando melhor, e beijou meu pescoço fazendo um arrepio cobrir meu corpo.

Ucker – eu também te amo... Muito! – Segurei seu rosto entre as mãos e uni meus lábios aos dele, num beijo demorado, mas simples. Precisava apenas daquilo... Por enquanto.

Dulce – Vem cá... – Demos as mãos e saímos caminhando até uma fonte que tinha no meio do bosque, o lugar era uma espécie de santuário, era simples e a maioria das pessoas que visitavam eram casais de namorados. Olhei pros lados pra me certificar que não havia muita gente que pudesse se escandalizar. Ele acompanhou meu olhar e pelo sorriso, vi que tinha entendido minhas intenções. De maneira inesperada me puxou pela cintura colando meu corpo ao dele, e então dessa vez o beijo foi muito mais intenso, cheio de saudade.