Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Flashback

Dulce - Romeu, Romeu! Por que você é Romeu? Renegue seu pai, livre-se do nome Montecchio, e então, se não quiser, ao menos jure que me ama... Por que se fizer isso, deixarei imediatamente de ser uma Capuleto! – Antes que terminar a frase, eu já estava tendo crises de riso, e a culpa era do Ucker, que não parava de olhar pra mim. Sim, nunca consegui ficar séria quando precisava, principalmente se tinha alguém me encarando. - aaah! Não vale você me fez rir! – Ele fez uma cara de indignação, em meio aos risos.

Ucker - eu??? Eu não fiz nada! – Cobri o rosto com as olhas de papel, onde nossas falas estavam escritas.

Dulce - aaai! Tá horrível!

Ucker - não tá, você tá quase lá, vamos de novo ok? – Disse ele com uma voz suave, parando de rir aos poucos. Christopher tinha a mania de sempre querer colocar meu astral lá em cima, e o pior é que conseguia. Ficamos ensaiando aquelas baboseiras por horas e quanto notei que estava de noite decidi dar um basta naquele martírio.

Dulce - já chega... Amanhã a gente continua... – Deixei o corpo cair pra frente, enquanto ele apenas ria.

Ucker - tem razão, já foi quase tudo...

Dulce - amrram... – O encarei enquanto ele guardava os papéis, estava admirada que tivesse concordado em parar, mas estava ainda mais admirada com seu perfil. Ele ficava lindo de qualquer ângulo. Ficamos conversando bobagens como sempre, quando meu irmão chegou. Eu já tinha até esquecido do que tínhamos combinado, e quando desci irritada, não era de brincadeira. Ucker me seguiu, mas parou no meio das escadas quando eu abri a porta.

Dulce - Não terminamos ainda!

Poncho – mew, olha que horas já são!

Dulce - não importa, estamos atrasados, precisamos terminar tudo!

Poncho - amanhã você termina...

Dulce - não vou embora agora e ponto! – Pra minha sorte, A prima chata do Ucker apareceu logo.

Anny - Por que não espera? Talvez eles nem demorem muito...

Poncho - é, a Anny tem razão... – Meu irmão tinha me convencido a ajudar a ficar com a loira a sós, o que não era má idéia, por que quem sabe assim ela não desse tão em cima do Ucker, isso era irritante. Teatro encerrado, e subi as escadas correndo, com cara de quem estava completamente perdido, Ucker me seguiu.

Ucker - por que disse a ele que ainda estávamos fazendo o trabalho?

Dulce - ah! Isso foi uma cena ensaiada ok? Poncho me pediu pra deixar ele e Anny a sós quando ele viesse me pegar... – Passei direto pra varanda do quarto dele, e nos encostamos no parapeito.

Ucker - rs, e não foi difícil, do jeito que ela é atirada... – ele comentou, com um sorriso debochado.

Dulce - não precisa ser atirada... Duas pessoas sentem vontade de ficar e ficam, é simples...

Ucker - é... É uma pena que nem sempre seja assim... – Eu queria concordar com ele, mas se eu fizesse estragaria minha própria idéia. A uns dias ele tinha me confessado que gostava de alguém, mas não deu detalhe algum. Como ele era muito discreto em tudo, ficava quase impossível citar algum nome, quer dizer, Maite e Angie enfiaram na cabeça que ele gostava de mim, e isso só fazia minha curiosidade e apreensão aumentarem. Eu não devia me importar tanto, mas a verdade é que já não cabia em mim.

Nos afastamos quando o ar faltou, então colei minha testa a dele.

Dulce – senti tanta falta...

Ucker – eu também... Minha melhor companhia durante esse mês foi o presente que me deu... – Senti um arrepio.

Dulce – o diário, você quer dizer? – Ele assentiu com a cabeça.

Ucker – saber que eu não fui invisível pra você, saber que nunca fui um fardo pra você... Saber que é gamada na minha bunda e no meu sorriso... – Nessa hora abri os olhos e me deparei com os grandes olhos castanhos me olhando de modo bem-humorado, e então caímos na gargalhada. – Bom, também tiveram algumas coisas difíceis de ler... Sobre o cretino do Pablo. Mas depois de ler tudo aquilo eu passei a entender ainda mais você, e a querer cuidar ainda mais de você... – Nessa hora senti o humor dando lugar a um clima mais sério. Tinha chegado a hora de falar sobre nosso filho. Ele me deu um selinho rápido, e então nos afastamos. Ele segurou minhas mãos, que agora estavam super geladas, e me olhou.

Dulce – me perdoa por ter mentido sobre... O bebê? – Ele assentiu.

Ucker – sim... Te perdôo... O que você fez foi pra proteger vocês dois, eu nunca seria contra isso. – Ele se mexeu de modo inquieto, como se tivesse alguma coisa que quisesse dizer, e então pra minha surpresa se ajoelhou no chão, ficando com o rosto frente a frente com minha barriga.

Ucker – Dul, eu confesso que tudo isso aconteceu tão rápido que se eu não tivesse lido no seu diário, não conseguiria acreditar que... – E então ele sorriu, mais uma vez sem jeito, procurando por palavras. – Que é meu filho, Dul! Eu sei que é loucura, somos apenas dois adolescentes, mas meu Deus... Você é a mulher da minha vida e está esperando um filho meu! – Senti os olhos encherem d`água, com uma enxurrada de sensações. Alívio, alegria, segurança, paz... Eu não tinha mais que explicar coisas embaraçosas, eu não precisaria mais me desculpar e nem provar que esse filho era dele... E agora eu o via ali diante de mim, cheio de amor... Comecei a chorar feito uma boba, e ele me abraçou, com tanta força que me tirou do chão.

Ficamos assim por algum tempo, ele sussurrando em meu ouvido que não devia chorar, e eu tentando parar de soluçar. Talvez fosse a gravidez me deixando extremamente sensível, mas é fato que eu chorei como uma criança.

Ucker – ei, xiu... – Sussurrou ele no meu ouvido. – Se você não parar as pessoas vão pensar que eu estou beliscando você... – Acabei rindo. Nos afastamos e comecei a enxugar o rosto com as costas das mãos.