Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Flashback

Dulce - é... Está me devendo uma conversa sabia? – Droga, droga e droga! Estava na cara que ele não queria falar e eu dando uma de inconveniente! Deixa pra lá, Dulce, deixa de ser curiosa!

Ucker - é verdade... – E droga de novo! Olhei pra lua, me concentrando naquele único ponto. Ótimo, agora que você já começou vai em frente Maria..

Dulce - hoje eu me abri com você... Você podia se abrir comigo também...

Ucker - ér.. – Estremeci ao notar que ele estava perto de dizer mesmo.

Dulce - bom, eu não te contei pra que me contasse isso... Mas é que eu confio em você, e quando eu desabafei você me ajudou e... Não sei, você podia confiar em mim também, e me deixar ajudar... – Insisti, tentando parecer convincente.

Ucker - Dul é que você não pode fazer nada... Tenho medo de dizer e... Mudar tudo entre nós... – Senti um arrepio, e instintivamente olhei pra ele, mas agora quem estava encarando a coitada da lua era ele. Não tinha nenhum traço de brincadeira no rosto dele, ele estava falando sério.

Dulce - mudar as coisas, entre nós?

Ucker - é que é diferente pow... O que você me contou é diferente do que o que eu tenho pra contar... Quer dizer, do que você quer que eu conte por que eu não queria contar! Assim, não que eu não queira te contar, mas é que eu não devo, não posso! – Senti meu coração vacilar, entre a ansiedade e o medo do que eu estava prestes a ouvir. Se ele dissesse né?

Dulce - que? Como assim? Só te pedi pra dizer quem é a pessoa que você gosta... Você acha que isso é pior do que o que eu contei? – É, eu tinha razão, ele tinha que dizer, e logo, antes que eu tivesse um treco ali mesmo.

Ucker - não! Claro que não, mas é diferente...- Ele escondeu a cabeça entre os braços, e eu não sabia se era nervosismo ou irritação. E se ele ficasse zangado?

Dulce - tá, então... – Olhei pro outro lado, colocando o peso do corpo sobre os braços. Ficamos em silêncio por vários instantes, e eu já estava prestes a sair correndo quando ele falou.

Ucker - ouça... – A princípio achei que começaríamos um novo jogo de argumentos, mas não foi assim. - Se você amasse alguém, e soubesse que não era correspondida... E fosse muito amiga dessa pessoa, e ela lhe pedisse pra que dissesse... Você diria? Mesmo com medo de que as coisas mudassem entre vocês? – Enquanto ele falava fiquei parada, olhando pra ele, não sei com que cara. Meu coração estava bombeando como um louco, como se o sangue do meu corpo estivesse prestes a acabar. Demorei pra analisar cada uma daquelas palavras, talvez demorei até demais. Nossos olhares se cruzaram rapidamente, mas então ele voltou a encarar o nada. Estava escuro, e eu não podia dizer se ele estava vermelho, mas eu, sem dúvidas estava... O que eu devia dizer?

Ucker - e era por isso que eu não queria dizer... – Ele se afastou e o segui com o olhar, sem saber o que eu devia dizer. E pra completar eu estava feliz! Angie e Maite tinham razão desde o começo, e... Não vou dizer que eu nunca tinha imaginado, mas receber a notícia estava sendo... Estranho? Talvez não existisse adjetivos pra isso.

Dulce - essa garota sou eu, né? – Tudo bem, podem me socar até a morte, eu sei que foi covardia pedir pra ele repetir aquilo, quando ele já parecia estar constrangido, mas eu precisava tanto ouvir, que me sentia agoniada.

Ucker - é... Eu tô apaixonado por você...

Dulce – uow... – Olhei pras minhas mãos, que agora tremiam nervosas, eu já tinha sonhado com algo assim, mas agora não sabia como devia me comportar, talvez por nunca ter admitido. . – Acho que agora posso entender... Olha... Talvez esteja confuso... ‘Apaixonado’ é uma palavra bem forte... – Duas vezes covarde! Eu estava sendo boba, queria me enterrar naquele momento.

Ucker – sinto muito... Não estou confuso... – Respirei fundo, virando pro lado de fora, numa tentativa inútil de pensar e tomar alguma atitude. Essa não era aquela hora em eu deveria dizer: eu também e me jogar em cima dele? Por que eu tinha simplesmente travado? Por que eu não conseguia me mexer?

Dulce – as coisas entre nós não precisam mudar... Eu te adoro, e ficar aqui com você é incrível...

Ucker – Eu sempre soube que nunca seria correspondido, e pra ser sincero não sei como encará-la depois disso... – Senti meus olhos encherem d`água, mas me controlei.

Dulce – Olha, não fala assim! Vai me encarar como o garoto mais incrível que já conheci sempre me encarou! – Consegui arrancar um sorriso contido. - E depois... Você não pode dizer que nunca vai ser correspondido! – Ele me olhou pra mim imediatamente e me senti corar, encarei minhas mãos de novo. Essa coisa de declaração era mais difícil do que parecia.

Ucker – Então está me dizendo que eu posso ter esperanças?

Dulce – Ér... Eu acho que sim... É que... Na verdade eu tô bem surpresa... Eu não sei direito o que pensar, o que achar de tudo isso! – Isso era meio verdade.

Ucker – eu entendo, desculpa... – Ele me olhou de novo, e assim ficamos por alguns instantes. Eu não sei o que deu em mim, por que eu não admitia que também gostava dele e acabou! Talvez fosse um sentimento de auto-preservação, medo... Medo de que estivéssemos confundindo, medo de entrar de cabeça e, sentir tudo aquilo que eu estava tentando ignorar todo esse tempo ali perto dele...

Dulce – Olha, não fica assim... me dá só um tempo... Por que as coisas que aconteceram nesses dias mexeram muito comigo, terminei meu namoro à pouco tempo, ainda preciso digerir muita coisa, preciso pensar em outras... – Disse, torcendo pra que ele me entendesse, quer dizer, eu sabia que ele entenderia de qualquer forma, o que me preocupava era o que ele estava pensando, e que eu não fazia idéia do que era. - Eu tô confusa...

Ucker – ta tudo bem, Dul...

Dulce – mesmo? – O sorriso dele aumentou, aquele sorriso lindo que dá vontade de guardar pra sempre na memória. Sem resistir mais, cortei a distância entre nós e o abracei, me sentindo mais aliviada com o conforto dele, o calor dele. - Me promete que não vai se afastar de mim por causa disso?

Ucker – é claro que sim... – Deitei a cabeça no ombro dele, me sentindo tão... Segura...

Dulce – Não quero que se afaste... Você se tornou muito importante pra mim... – Ele me virou de frente pra ele, e me abraçou como se deve, correspondi, apertando-o forte.

Ucker – eu nunca me afastaria de você... – Ele disse, então me deu um beijo estalado na testa.

Dulce – que maldoso, faz isso por que sou baixinha!

Ucker – se quiser posso abaixar... – Ri e mostrei a língua a ele. – é sério... – Puxei o rosto dele pra baixo, e correspondi aquele beijo na testa. Meu olhar percorreu aquele rosto perfeito de anjo, e de repente senti a boca secar... Desde quando eu queria tanto um beijo dele?

Dulce – ta vendo? Não sou tão pequena assim! – me desequilibrei de propósito, e ele me apertou contra ele. – Ai! – Ele começou a rir, e eu ri também, sem conseguir me sentir culpada, fazendo meu rosto ficar a alguns centímetros do dele. Senti a respiração dele contra meu rosto, e meu coração já estava desesperado... Até que a porta abriu bruscamente. Pulei como se tivesse sido impulsionada por uma mola e virei pro parapeito, escondendo o rosto do Ucker e de quem quer que tenha aberto aquela porta. Olhei de soslaio para o Ucker e vi que continuava na mesma posição, paralisado.

Ale – ér... Dulce, querida, seu irmão está te esperando lá embaixo... – Havia humor na voz dela, e eu nem quis imaginar a cara da Tia Ale.

Dulce – ér... – Olhei pra ele sem graça – Ta bem, então... Eu já vou...

Ucker – ta... Então até...

Dulce – até amanhã...

Ucker – até... – A Tia Ale saiu do quarto, piscando pra nós dois, então não pude segurar o riso. Dei um último abraço no Ucker, sem querer sair de perto dele, mas era melhor ir antes que aqueles lábios me atentassem e acabássemos nos beijando. Corri pra alcançar a Tia Ale nas escadas, e não me atrevi a olhá-la. Poncho e a lambisgóia ainda estavam trocando gentilezas quando descemos, me despedi o mais rápido que pude e saí puxando Alfonso dali.

Poncho – Poxa garota, o que você tem? Pra que tanta pressa? – Resmungou ele, quando já tínhamos passado pelo portão.

Dulce – não tem nada ué, é que eu já te ajudei a conhecer a loirinha, e vocês ficaram tempo demais falando besteira aí... – Ele não disse mais nada, mas pelo visto os dois estavam satisfeitos. Quando cheguei em casa me tranquei no quarto e corri pro telefone. Maite atendeu ao terceiro toque.

Maite – Alô?

Dulce – May, eu preciso contar uma coisa, faz conferência com a Angie, urgentemente!

Maite – O que? Me fala!

Dulce – não seja curiosa, anda logo! – Ela resmungou, mas colocou a Angie.

Angie – espero que seja importante Dulce Maria, senão eu acabo com a sua raça, eu estava dormindo!

Maite – há essa hora?

Angie – se você morasse na minha casa dormiria o dia inteiro querida...

Maite – como se a minha casa fosse menos chata...

Dulce – silêncio meninas, que o que eu tenho pra dizer é importante! – Elas se calaram imediatamente, aquelas curiosas. – Adivinha quem se declarou sobre livre e espontânea pressão? – Maite deu um grito histérico, e Angie disse um monte de palavrões.

Maite – ai que boca suja Angie!

Angie – você tinha que gritar no meu ouvido? Que dor de cabeça...

Maite – Dulce, ignora essa estraga prazer! Estou tão feliz por vocês dois amiga...

Dulce – calma, ainda não temos nada...

Angie – como assim não tem nada?

Dulce – nada, nós apenas conversando e quando íamos nos beijar a mãe dele entrou no quarto?

Maite – ai meu Deus, que lindo! Isso tudo é tão romântico, Dul, que sorte a sua!

Angie – Que exagerada Maite, se controla mulher! E você Dulce Maria, merece apanhar!

Dulce – eu? Por que?!

Angie – como que um gato daqueles se declara e você me diz que vocês não tem nada?! No seu lugar eu tinha atacado ele!

Maite – ih, isso é verdade, Dul! Se eu fosse você até casar, casava... – Comecei a rir daquelas malucas, me sentindo de repente bem, e de repente certa do que iria fazer. Eu iria ficar com ele, se Deus quisesse pra sempre.