Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Ucker – tô eu tô bem...

Dulce – você ta gelado... – Usando essa desculpa apertei sua mão entre minhas duas mãos.

Ucker – nunca pensei que um dia eu teria coragem de te dizer essas coisas...

Dulce – Não precisa ficar tão nervoso, assim você vai ter um troço... – Ele apertou minhas mãos de volta, e mordi o lábio, tentando criar coragem. Será que eu conseguiria? Nossa, era tão covarde e... Quando dei por mim, havia uma lágrima descendo pelo meu rosto.

Ucker – desculpa Dul, eu prometo que não vou dizer mais uma palavra se não quiser, não, não fica assim! – Confesso que fiquei espantada.

Dulce – calma Uncker! – Não pude conter mais lágrimas, Christopher era muito mais do que eu tinha esperado, mais do que eu merecia, e ainda assim, seu coração me pertencia. Diz se não é motivo pra se emocionar? - Eu tô assim por que... Eu tô emocionada... O que você me disse foi lindo, eu gostei muito... Eu só não sei por que está assim, tremendo, pálido...

Ucker – é difícil Dul... Nunca senti isso por ninguém... talvez eu seja mais ridículo que o Romeu, pelo menos ele não tinha medo de dizer o que sentia... – Mais um tombo no peito.

Dulce – Sheackspeare criou um amor idealizado! – fiz uma pausa. – O amor não está num discurso bem ensaiado... – Toquei seu rosto - E quer saber? Não me importo...

Ucker – não mesmo? – Neguei com a cabeça.

Dulce – Uncker, me diz sem enfartar... O que você sente por mim?

Ucker – eu te amo... Dul...

Dulce – Então você já disse tudo o que eu precisava ouvir... – reuni toda a minha coragem e o beijei. De início reagiu com surpresa, mas em seguida correspondeu os movimentos da minha boca contra a sua, nossas línguas se encontrando numa dança lenta e devastadora. Senti tantas coisas que é difícil dizer direito, estava nervosa, ansiosa, feliz, e... Tão feliz que parecia que a qualquer momento acordaria na minha cama com o despertador tocando. Puxei ele mais pra perto e ouvi a cadeira arrastando no piso do quarto. Suas mãos trêmulas seguraram as minhas, e encontramos conforto um no outro. Nos separamos ao perder o fôlego, mas mantemos nossas testas grudadas como se ambos fossemos cair se nos afastássemos, logo puxei seu rosto outra vez, beijando-o de novo. Precisava dele, queria tanto que... Uma tosse forçada nos afastou bruscamente. Virei meu rosto pra um lado, queria me esconder.

Ale – desculpa interromper, mas o Chris tá no telefone... – Ficamos ali sentados feito bobos por alguns segundos que pareceram uma eternidade, e então ele levantou me dando um sorriso amarelo.

Fiquei esperando ali parada, tentando me recobrar do que tinha acontecido, e me sentindo, pelo menos naquele momento, a pessoa mais sortuda do mundo. Logo ele estava de volta, e agora eu estava na cadeira dele, abraçada ao encosto como se fosse cair quando soltasse.

Ucker – desculpa a demora, o Chris sempre quer falar demais...

Dulce – ah então ele e Angie vão se dar muito bem! quando ela me liga fica horas falando sem parar! – Rimos e ele sentou na cama.

Ucker – amanhã eu vou matar o Chris...

Dulce – coitado...

Ucker – eu sou o coitado... rs... – Ele hesitou como se não tivesse certeza se deveria dizer ou não. - Ele me interrompeu justo quando você... a gente... se beijou...

Dulce – é... Ele carimbou justo o primeiro! – Disse, sentindo a satisfação me dominar por completo. - Mas ele não vai ter tanta sorte assim daqui pra frente... – Ele me olhou surpreso.

Ucker – isso quer dizer o que exatamente?

Dulce – eu não sei exatamente... Só sei que esse beijo foi o primeiro... E não quero que seja o último...

Ucker – não sabe como fico feliz em ouvir isso! – Ah, eu sabia, e como sabia!

Dulce – não quero que tenha um treco, se não assim não vamos poder tentar...

Ucker – faz tempo que meu coração criou vida própria! Rs... Não posso controlá-lo... – Sua mão grande e fria segurou a minha, pequena e mais fria ainda. - não quero controlá-lo... Se eu morresse agora, morreria feliz!

Dulce – que besteira! Você seria um cafajeste se me abandonasse depois disso... – Disse tentando descontraí-lo. Era verdade que eu não poderia tê-lo se ele morresse agora.

Ucker – obrigado Dul...

Dulce – não tem que agradecer, isso não é nenhum favor... – Um soluço me fez perceber que já estava prestes a desabar em lágrimas de novo.

Ucker – mas está me dando uma chance... Que nunca esperei ter...

Dulce – é incrível como você sempre faz tudo sem esperar nada em troca... Talvez seja por isso que merece mais que qualquer um... Apesar de saber que eu não mereço você...

Ucker – não adianta tentar me impedir de agradecer... Por toda a alegria que está me dando agora... – Levantei e sentei do lado dele.

Dulce – também me faz muito feliz! Por que você me faz sentir tão amada, tão querida... Ninguém nunca cuidou de mim como você, ninguém nunca admirou e me apoiou da forma pura e intensa como você é capaz! – Nunca senti tanta vontade de estar perto de alguém como eu estou agora... Você me faz querer mais e mais e mais... – Segurei seu rosto, satisfeita por conseguir dizer o que tanto havia ensaiado.

Ucker – eu te amo Dul... – os olhos dele estavam mareados, e então não pude resistir mais. Voltei a beijá-lo, entendendo naquele momento que era ali o meu lugar.

Foi assim que eu me senti quando fui pedida em casamento, e então nos beijamos. Como da primeira vez que nos beijamos, quando ouvi ele dizer: Eu te amo pela primeira vez. A primeira vez de outras muitas. Naquele dia, fizemos planos deitados na grama verde e rala do parque. Nunca fui de planejar muito, por que nunca pude me dar ao luxo. Sempre que tentava olhar minha vida alguns anos a frente, não conseguia ver nada. Desta vez, de mãos dadas com ele entendi que não importava o que fosse feito da minha vida, ele estaria fazendo parte dela. Me deixava triste pensar nos obstáculos, por que seriam muitos e eu sabia. Eu sabia que a vida colocaria nosso amor a prova, eu sabia que a vida ofereceria saídas quando estivesse me sentindo triste e sozinha... Mas eu também sabia que o caminho mais fácil nem sempre era o melhor, e que toda grande caminhada começa com o primeiro passo.

Ucker – Dul... – Ele murmurou junto à minha orelha. Sorri sentindo um arrepio.

Dulce – hm?

Ucker – você vai me esperar?

Ele estava se referindo a uma conversa que tivemos logo depois que ele me pediu em casamento. Ele me explicou que queria ser meu marido de verdade, e queria poder oferecer o melhor pra mim e o nosso filho. Precisaria primeiro se formar, e só quando tivesse seguro profissionalmente poderíamos nos casar. Não fiquei surpresa por que já esperava por isso. Achava justo embora fosse sofrer, sabia que seria difícil pra ele também.

Dulce – É claro que vou... – Ele estava acariciando a curva da minha cintura lentamente. – Vou esperar cada feriado, cada natal, cada mês de férias...

Ele me prometeu sem que tivesse que obrigá-lo, que seria presente como pudesse. Me ligaria todas as noites e aproveitaria qualquer ocasião que fosse pra visitar a mim e ao bebê.

Ucker – sabe o que me deixa mais triste? – Olhei pra ele.

Dulce - o que?

Ucker – fora à distância de você... Tenho medo de perder a vida do nosso filho... – Ouvir aqui me fez sentir o coração apertado. De certa forma ele iria se sacrificar por nós... Tendo que deixar de curtir a vida ou seja lá o que for, e viver todo esse tempo em função de nós, sem sequer ter o prazer de conviver com a família... Senti meus olhos encherem d`água.

Dulce – você não vai perder... Eu não vou deixar... – Nos abraçamos. Sabíamos eu não tinha o poder de dar aos dois a convivência, mas eu não deixaria que meu filho esquecesse nem por um dia quem era seu pai, e o quão maravilhoso ele é.

Ucker – eu a amo... – Ele murmurou com um sorriso.

Dulce – eu também... Muito... – Ele me puxou mais pra perto, e sussurrou com voz rouca no meu ouvido.

Ucker – eu te amo tanto que se eu pudesse fazia amor contigo aqui agora mesmo... – Sorri de volta, sentindo a boca secar.

Dulce – ah é? – Senti os lábios molhados e quentes contra os meus, e correspondi ao beijo.

Ucker – Seu irmão vai se importar muito se você não voltar pra casa? – Sussurrou com o rosto próximo ao meu. Naquele momento nem sei se a pergunta fez sentido pra mim, por que estava concentrada pensando em outra coisa.

Dulce – não, ele não vai nem lembrar...

Ucker – ótimo... – E me puxou de novo pra mais um beijo, desta vez mais profundo. Sua língua brincando com a minha, explorando-a como se pudesse desvendar minha alma.