Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Acho que pra toda adolescente grávida, as primeiras consultas são constrangedoras, por mais que seja comum – ou talvez por ser tão comum e mesmo assim cometemos os mesmos erros – ou pelo menos aconteceu isso comigo. Não larguei a mão de Ucker nem por um minuto, já que sua costumeira calma me passava algum tipo de confiança. Por culpa minha, várias pessoas chegaram na nossa frente e tivemos que esperar mais do que o programado, e hospital definitivamente não era meu ambiente favorito.

Dulce – que horas são?

Ucker – é a terceira vez que me pergunta em dez minutos... – Olhei de soslaio e vi que estava sorrindo.

Dulce – que? – Fechei a cara fazendo birra.

Ucker – quem vir pensa que está super ansiosa pra consulta... – Abri a boca em gesto de indignação.

Dulce – eu estou, é a nossa primeira consulta em família! – Ele me jogou aquele olhar de quem não acreditava. – Ta, eu não curto hospitais nem a cara que essas velhas fazem pra mim, mas não deixa de ser um acontecimento importante... – Puxei a mão da dele e cruzei os braços. Segundos depois senti seu hálito contra meu ouvido.

Ucker – sim, tem toda razão, me desculpe... – Disse com um sorriso nada arrependido no olhar e me mordeu na orelha. Me arrepiei, lembrando imediatamente do ocorrido de manhã, e o xinguei mentalmente. Nossos nomes foram chamados de repente antes que eu pudesse responder, e nos sobressaltamos. A atendente nos indicou um corredor curto, e logo encontramos a sala. Entrei hesitante, mas encontrei um médico sorridente. Depois de alguma conversa e os procedimentos básicos realizados, nos dirigimos à sala do ultra-som. Apertei a mão de Ucker, quando apareceu na tela uma enorme mancha disforme. O médico apontou o que segundo ele era o meu bebê, e ao procurar pelo rosto de Ucker encontrei um sorriso. Me esforcei até identificar um ponto diferente dos outros, e quando o encontrei senti uma alegria infantil me invadir.

Dulce – sim, estou vendo... – Murmurei. – Mas ele é tão pequeno, como podem saber se ele está bem? - Os dedos em volta do meu se tornaram mais firmes, indicando que ele concordava com o que eu disse. A pergunta boba gerou várias respostas e descobri que Ucker estava certo sobre o café.

Na volta pra casa me sentia outra, feliz por ter ido tudo bem na consulta, embora com uma pontada de decepção por ser ainda cedo demais pra saber o sexo do bebê.

Dulce – espero que ele não seja daqueles que ficam com as pernas fechadas... – Comentei, quando já estávamos rumo ao shopping. Ucker estava satisfazendo mais um capricho meu, aparentemente de bom grado.

Ucker – você vai querer saber o sexo agora?

Dulce – lógico, não quero um enxoval todo branco, quero muitas cores... – Ele riu.

Ucker – branco é bonito...

Dulce – sim, mas é meio apagado também... Christopher Von Uckermann Junior vai brilhar, querido... – Disse em tom de brincadeira, o que arrancou uma gargalhada dele.

Ucker – nossa filha não vai se chamar assim...

Dulce – por que não? Nosso filho terá seu nome, você sabe que eu adoro seu nome...

Ucker – uma meninazinha não pode ter meu nome...

Dulce – mas um meninozinho pode... – A discussão sobre sexo e nome seguiu durante nosso passeio, e se acentuou quando paramos em uma loja de bebês. Ucker me convenceu a comprar algumas coisas pequenas – meinhas, fraudinhas, camisetinhas, etc. – e apesar de ter relutado um pouco, senti uma certa emoção ao imaginar meu bebê ali comigo. Como ele não perdia a chance de tentar me engordar, paramos pra comer, e foi nesse enrola enrola que chegamos em casa a noite. Alfonso nos olhou feio, mas não disse nada, e meu dia teria sido perfeito se Ucker não tivesse ido embora.

Ao lado de quem eu amava, um mês se passou voando. E quando digo voando, é voando mesmo! Não passou um único dia sem que nos víssemos, e nosso hobby favorito passou a ser agradar o outro. Todos dizem que isso é apenas no começo, mas que depois do casamento passa, mas era difícil de acreditar. Só em vê-lo feliz já era o bastante pra me deixar feliz, e eu sabia que todo esforço do mundo por ele era válido por que ele merecia acima de todos ao meu redor, e aquele estranho laço que nós tínhamos me dizia que ele sentia o mesmo a meu respeito. Christopher conseguiu me fazer ganhar quase dois quilos e eu jurei vingança, embora não estivesse realmente irritada hehe. Saímos pela cidade sempre que nos deu vontade e de vez em quando conseguíamos fugir da vigilância de Poncho. Toda vez que ele ia embora eu ansiava para que um novo dia começasse e eu pudesse vê-lo de novo, embora soubesse que quando mais rápido o dia passasse, mais perto estaria dele ir embora. Mesmo sabendo que não era um Adeus, eu me sentia triste. Muito triste.

Ucker – Está tudo bem com você? – Perguntou ele, quebrando meu transe. Estávamos na sala de estar; ele sentado no chão com as costas apoiadas no sofá e eu mais ou menos sentada entre as pernas dele, de modo que ele não podia ver muito bem meu rosto, mas ele deve ter notado minha tensão repentina.

Dulce – Sim... Eu acho... – Não adiantava tentar enganá-lo, ele saberia de todo modo. Os braços ao meu redor me apertaram e deixei a cabeça cair pra trás.

Ucker – Eu também estou triste...

Dulce – como sabe que estou triste? – Perguntei com um sorriso de lado.

Ucker – eu conheço você... – Respirei fundo e me aninhei a ele.

Dulce – seria impossível não estar, não é? Estou tentando não pensar na distância, e sim que vai voltar, mas é bem difícil...

Ucker – Eu sei... Se ao menos eu pudesse terminar o ensino médio aqui... – Fechei os olhos.

Dulce – shi... Não lamente não se culpe... É o melhor, eu sei... – Queria parecer segura, mas minha voz saiu embargada, e meus olhos que já queimavam expulsaram lágrimas solitárias. Ele me apertou mais, beijando minha cabeça; jogou meu cabelo pra um lado e beijou meu ombro de leve, mas devagar. Deitei a cabeça de lado, dando-lhe espaço, e fechei os olhos me permitindo sentir seus lábios contra a pele sensível do pescoço. Suas mãos vagaram pela minha cintura, levantando a blusa conforme subiam, até tocar meus seios – Eu não estava usando sutiã. Soltei um gemido baixo, sentindo um arrepio pelo corpo. Ele os acariciou de forma delicada a princípio, brincando com meus mamilos eretos, e então, os apertou com força, massageando, no mesmo instante em que senti sua rigidez contra minhas costas.

Ucker – Minha... – Ele murmurou contra meu ouvido. Tomada pela excitação, fiquei ereta e tirei minha blusa, virando quase imediatamente pra ele, parando de joelho. Ele me olhou com ar orgulhoso, os olhos escurecidos pelo desejo, e me puxou para ele sem que nenhum dos dois tivessem tempo de piscar. Nos beijamos numa intensidade assustadora, sem qualquer traço de gentileza, mas era obviamente um beijo apaixonado. Um beijo cheio de paixão e da tormenta em que nos encontrávamos. Quando nos separamos me agarrei a ele e logo senti sua boca sugar um dos meus seios, sua língua passeando por eles. Desci as mãos pelas suas costas, arfando de desejo, e puxando sua camisa para cima. Queria tocá-lo também. Ele deve ter sentido e se afastou apenas o tempo suficiente para tirar a camisa, e logo estávamos colados outra vez. Acariciei seu peitoral, sentindo sua pele quente e macia, e o ouvi arfar junto comigo. Tateei seu corpo perfeito – pelo menos pra mim – até alcançar o cós da calça e comecei a tirá-la sem cerimônia. Ele me pertencia. Comecei a puxar sua calça, e ele se ergueu um pouco para me ajudar, e logo nos livramos dela. A cueca saiu facilmente e logo tive uma visão do que Christopher tinha entre as pernas. Era incrível, e eu nem tenho por que fingir recato, era incrível mesmo. Antes que pudesse tocá-lo, ele me fez ficar de pé, e tirou o resto da minha roupa com tanta ou menos cerimônia do que eu, e me olhou daquele jeito que fazia meu corpo inteiro vibrar em antecipação. Nos tocamos devagar, mas intensamente, explorando o corpo do outro como se fosse a nossa primeira vez, sentindo um ao outro mais que nunca, dando e recebendo prazer. Eu já podia sentir os dedos formigando quando ele me deitou no chão e deslizou sobre mim, se posicionando gentilmente entre minhas pernas. Passei os braços ao redor dele, puxando-o pra mim, sentindo meus seios serem esmagados contra seu corpo, e então ele me penetrou, completamente. Arfamos e gememos juntos, nos movimentando um contra o outro, numa sintonia que só pertencia a nós dois. Movimentei o quadril contra ele, enquanto o ritmo aumentava, e nos agarramos um ao outro de forma possessiva, puxando, arranhando, mordendo, e ao invés de dor só existia um prazer que aumentava de forma enlouquecedora, até alcançarmos o ápice e explodirmos juntos. Gememos alto em uníssono, e em seguida relaxamos. O único som passou a ser a nossa respiração ainda ofegante, e ficamos abraçados ali durante um longo momento em silêncio, apenas sentindo.

Dulce – Meu... – Murmurei apenas, muito tempo depois.

Ucker – pra sempre meu amor, pra sempre... – Disse, encostando a testa na minha.

Dulce – promete?

Ucker – prometo... - e mais do que nunca soube que aquilo era verdade.

Fim!