Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Christopher

Seu sono era leve, por isso não demorou muito a acordar quando sua mãe bateu freneticamente na porta. Primeiro, se assustou ao pensar que podia ter se atrasado, mas ao perceber que era noite, relaxou. Abriu a porta sonolento, com uma interrogação no rosto. Sua mãe entrou bruscamente, esticando o telefone pra ele.

- É seu cunhado. – Ele pegou o telefone, e a medida que sua mente foi clareando ele começou a ficar preocupado, não só por ser de madrugada mas também pelo silêncio de Alfonso.

- Alô?

- Christopher... – Houve uma pausa longa. – Dulce teve um sangramento, ela está sendo atendida agora. Vão tirar o bebê.

Todos os alarmes dentro de sua cabeça foram ligados de repente, e se viu à beira do pânico.

- Tirar o bebê? Como assim, você está me dizendo que vão matar minha filha?? – Alexandra levou a mão aos lábios, sem proferir nenhum som.

- Não, droga! Estou te dizendo que ela vai nascer ok? É isto que estou tentando dizer!! – Se alterou Alfonso, evidentemente nervoso.

Sua filha ia nascer. Aquela notícia foi recebida como um soco em seu estômago.

- Mas ela não... Não pode! Ela não tem nem 8 meses de gravidez!

- Eu sei, mas é o único jeito... – Christopher respirou fundo, tentando se acalmar.

- Como ela está?

- Com medo. Ela estava em choque. – Respondeu sinceramente, e essa afirmação fez com que seu coração se apertasse de maneira asfixiante. – Se eu fosse você venderia minha alma para estar aqui. Tenho que desligar, o médico está vindo.

E desligou, deixando Christopher sem reação, parado no meio do quarto. Ele não tinha deixado escapar a nota reprovativa na voz de Alfonso, e se sentiu terrivelmente culpado por não estar com ela. Alexandra o encarava esperando que dissesse alguma coisa.

- Ela teve uma complicação. Minha filha vai nascer... E eu não vou estar lá... – Sua voz quebrou ao dizer a última frase. Continuou parado ali, como se fosse sair correndo a qualquer momento, e teria feito isso se pudesse alcançá-la, mas não podia. Sentou na cama, esfregando o rosto nervosamente.

- O que eu faço meu Deus? – Murmurou para si, depois encarou sua mãe, com a preocupação estampada no rosto pálido.

- E se acontecer alguma coisa com ela? Ou com o bebê? Meu Deus... – Os dois ficaram em silêncio, ambos se recuperando do choque inicial, mas não menos preocupados. Christopher encarou sua mãe, suplicante, e os olhos dela encheram-se d`água.

- Meu filho, se eu tivesse dinheiro ele já estaria na sua mão, mas... – Ele sabia que ela não tinha, mas sabia quem tinha.

- Pode arrumar uma bolsa pequena pra mim? – Ela assentiu e passou por ele imediatamente, sem perguntar como ele pretendia ir. Enfiou uma roupa rapidamente e desceu...

A mãe de Christian atendeu no segundo toque, preocupada.

- Alo?

- Olá senhora Chávez, o Christian está?

Recebeu uma enxurrada de gritos, e ela desligou em sua cara. Ele tentou novamente.

- O que quer? – Perguntou irritada. Em todo caso, era madrugada.

- Não desligue, por favor, é um caso de vida ou morte senhora, eu juro!

- Ah, sim? Morte de quem? – Perguntou ironicamente.

- Da minha filha. – Ela ficou em silêncio, em seguida ele ouviu seu grito.

- Christian!

Depois de falar com Christian, Ucker falou com Jack, evitando o desconforto dos xingamentos e indo direto ao assunto da segunda vez.

- Ok, cara, daqui a meia hora no aeroporto! – Ao desligar, sentiu um formigamento de ansiedade nas mãos. Subiu mecanicamente as escadas e encontrou sua mãe no corredor.

- Aqui está querido! – Ele pegou a mochila de suas mãos e a abraçou com força.

- Obrigado.

- Boa sorte meu filho, e dê um beijo nas duas. – Ela o apertou com mais força, depois se afastou e enfiou em sua mão algumas notas. – Pra ajudar. – E então o empurrou para que saísse.

Teve uma surpresa grande ao chegar no aeroporto, mas estava muito tenso pra se sentir embaraçado. Angelique e Maite estavam abraçadas aos seus amigos, ambas com o rosto amassado pelo sono. Ao vê-lo, correram em sua direção.

- Diz pra ela que a gente ta com saudade, e que logo logo a gente vai conhecer a neném ta? – Disse Maite, e ele assentiu. Cumprimentou todo mundo, enormemente grato.

- Valeu gente, nem sei o que dizer...

- Não precisa, não temos tempo, o próximo vôo pra lá sai daqui a meia hora, você tem que correr! – Disse Angelique, elevando a voz. Ele pegou o dinheiro com seus amigos e correu.

Estava exausto, tinha dormido no máximo três horas, mas não sentia sono, apenas a adrenalina correndo por seu corpo, como se estivesse lutando contra o tempo. Parou na casa de sua tia para deixar a mochila e tomou uma ducha rápida, apenas para não chegar no hospital com o aspecto de quem tinha corrido uma maratona. Ia sendo atropelado ao atravessar a rua com pressa, mas não deu a mínima pros xingamentos do motorista, e pegou um táxi para o hospital.

Respirou pela primeira vez em muitas horas, ao encontrar Alfonso e Anahí na sala de espera. Estavam calmos e abriram um sorriso ao vê-lo.

- Você conseguiu vir?! Meu Deus, não pensava em te ver ainda hoje! – Deixou-se ser abraçado pela prima, sentindo-se de certo modo, aliviado. Tinha conseguido chegar.

- Como ela está? Como elas estão? – Perguntou sem fazer rodeios.

- Dulce ainda está dormindo, já foi levada para o quarto... E a neném foi levada pra fazer uma bateria de coisas... – Respondeu Alfonso.

- Coitadinha, mal nasceu e já está passando por essas coisas... – Christopher se sentiu alarmado ao ouvir isso.

- Que coisas? Está tudo bem com ela?! – Ambos colocaram as mãos em seus ombros e o guiaram até o sofá.

- Calma, parece que você vai explodir...

- O que houve com ela? – Insistiu apreensivo, mais uma vez, Alfonso respondeu.

- Ela tem que passar pelas mesmas coisas que qualquer bebê recém-nascido, e não esqueça que ela é prematura um mês....

- Ela vai ter que ficar na incubadora?

- Por um tempo, sim... – Ele respirou fundo, passando as mãos nos cabelos. Estava completamente agitado.

- Quando vou poder vê-las?