Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Dulce María

Minha cabeça doía, apesar do enorme silêncio. Me sentia enjoada também. A consciência estava voltando aos poucos, e com ela a lembrança dos últimos momentos. Minha filha tinha nascido, eu vi rapidamente quando levantaram o vulto ensangüentado, eu ouvi seu choro. Levei a mão ao rosto, eu tinha chorado também, não tinha? Não conseguia lembrar bem...

- Ela está acordando... – Disse alguém muito perto. Eu conhecia aquela voz, era uma voz bonita, mas de quem? Uma mão quente segurou a minha, e senti que estava de volta ao mundo dos vivos.

- Amor?

- Minha filha... – Sussurrei com a voz rouca, e senti a garganta arranhar pela falta de uso. Me arrisquei a abrir os olhos, mas a claridade incomodava, então pisquei várias vezes antes de reconhecer aquele rosto que eu tanto amava.

- Ela é linda meu amor... Acabei de vê-la, ela é tão linda...

- Ucker? – Senti meus olhos queimarem pelas lágrimas.

- Eu prometi que estaria aqui, não prometi?

- Ela ta bem? Como ela é?

- Linda e gorduchinha, e tem todos os dedinhos, já contei... – Contou sorrindo de orelha a orelha. Quis levantar e abraçá-lo, dominada pela emoção de vê-lo e de saber que estava tudo bem, mas ele me impediu, me empurrando com delicadeza de volta na cama.

- Não se mova muito, senão vai se machucar... – Ele sentou ao meu lado, e levou a mão que estava livre da intravenosa à boca. Deu um beijo demorado, e vi que seus olhos enchiam de lágrimas também.

- Quase me mataram do coração, sabia?

- Eu pensei que ia morrer... – confessei por impulso, e seu aperto ficou mais forte.

- Nem brinca com uma coisa dessas! – Ele se inclinou e me deu um selinho demorado. Passou seu rosto pelo meu, e nossas bochechas se colaram, unindo nossas lágrimas. – Eu não ia agüentar uma coisa dessas... – Acariciei seu rosto de leve, sentindo o braço pesado demais, deixei cair ao meu lado. Ele se afastou e me olhou, passando meu cabelo para detrás das orelhas.

- Você está fraca, por causa da anestesia e da perda de sangue, não se mova está bem?

- Estou meio dormente... – murmurei.

- Jajá vai passar, prometo... – e beijou minha mão outra vez. Ficamos em silêncio por uns instantes. Eu ainda estava absorvendo todas as informações, quando ele voltou a falar.

- Obrigado, Dul... Por me dar uma filha tão preciosa...

- Está me deixando mais nervosa, não vejo a hora de vê-la...

- Está bem, está bem, quer que eu deixe você descansar mais? Ou eu posso chamar seu irmão, ele e Anny não saíram daqui ainda...

- Meu Deus, coitados! Mas e você? Como chegou aqui tão rápido? – Ele me deu seu sorriso mais lindo.

- Sim, É uma longa história, nem quero pensar nisso agora... Vou chamar a enfermeira, você precisa comer, está com fome?

Alguns dias depois...