Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

- Eles já foram? – Perguntou ela em voz baixa, sem desviar a atenção da filha.

- Sim... Mandaram dizer que a comida estava muito boa e que viriam jantar aqui mais vezes só pra te ver cozinhando... – Ele se aproximou e arrumou os travesseiros atrás dela, que se recostou com um suspiro de dor, devido à cirurgia. – Parece que você fez muitas estripulias hoje... – Murmurou e sentou na cama, colocando os pés dela no colo.

- E tinha como não fazer? – Se defendeu ela. Ele começou a massagear os pés pequenos, um de cada vez, apalpando e apertando em alguns pontos, arrancando mais suspiros dela.

- Eu sei que é difícil ficar quieto quando temos que ficar... Mas você precisa se mexer menos, evitar as escadas, ficar em pé tanto tempo... Segurar pesos... – Ela rolou os olhos para ele.

- Eu precisava está bem? Não ia passar o dia inteiro presa no quarto com eles aqui...

- Imagino... Essa não seria você... – Ela olhou para ele com uma sobrancelha erguida, com uma sombra de humor.

- Ah, é? Por que não? – Ele franziu o cenho, pensativo, sem soltar os pés dela.

- Por que você é bem teimosa quando quer ser... Você é muito viva e agitada pra se conformar com uma visitinha rápida dos amigos... Você é ousada...

- Ousada? – Repetiu ela em tom de dúvida.

- É... Você não tem medo de fazer o que tem que ser feito... Você arrisca e faz as coisas darem certo... – Concluiu com um leve dar de ombros.

- Como o que, por exemplo...? – Perguntou embalando o Bebê que começava a se agitar.

- Muitas coisas... – Disse ele sem jeito. – Quando fizemos aquele trabalho comigo, você lembra do que tivemos que fazer?

- E como lembro!

- Você cantou e me fez dançar... – Ela riu com a lembrança. – Você brigou com o Pablo por minha causa, você me beijou primeiro... Você ficou comigo arriscando sua reputação de garota cobiçada na escola... – Estava escuro, mas ela o conhecia o bastante para saber que estava vermelho. Ela conteve o riso para não agitar Cecília. – Você se lembra daquela nota que colocaram no jornal da escola?

- Nossa, é mesmo! – Ela riu. – E aquela foto...? Nossa...

- Você me levou para aquele quartinho no aniversário da Angie... – Foi a vez dela ficar vermelha, e de Ucker rir.

- E aí eu fiquei grávida...

- E aí você enfrentou todo mundo pela nossa filha... – Completou ele, em tom carinhoso, deslizando as mãos pelas panturrilhas delgadas. – Você aceitou ela, e amou ela desde o início... Minha filha que é a coisa mais preciosa que você poderia ter me dado...

- Você não se arrepende... Mesmo? Digo... Somos uma família agora, e nem temos vinte anos ainda...

- Dul... Eu sempre amei você... Sempre quis você pra mim, e agora que eu te tenho pra sempre você acha que eu estou arrependido? – Ele parou com as mãos por uns momentos, para encarar os olhos chocolate escurecidos pela penumbra do quarto. – Eu já disse uma vez... O que eu tiver que fazer pra que vocês sejam felizes eu vou fazer, por que vocês são a coisa mais importante da minha vida... – Parou de falar ao notar que ela tentava desajeitadamente enxugar o rosto, e mordeu a língua por instantes. Ela cobriu o seio úmido e ajeitou o bebê no colo.

- Deixa que eu levo ela de volta, você não vai sair daí... – Ela aceitou a ordem de bom grado e deixou que ele se afastasse com o pequeno embrulho. Ele demorou um pouco a voltar, e ela já estava pensando em procurá-lo quando a porta se abriu devagar. Ele trancou a porta atrás de si e se juntou à ela na cama. Ela se deitou devagar, ficando de lado para ele, que se aconchegou a ela.

- Eu também sempre quis você pra mim... – sussurrou ela, tocando o ombro dele de leve. – você é o melhor namorado do mundo...

- Você acha que eu me sairia bem como marido? – Perguntou com um sorriso, e ela sorriu de volta.

- Claro não é? Eu tive uma filha sua afinal de contas...

- Então casa comigo? – Ela ficou imóvel diante da pergunta dita tão subitamente. Depois seu sorriso aumentou e ela segurou seu rosto para beijar-lhe a ponta do nariz.

- Você acha que eu vou ser uma boa esposa?

- A melhor de todas... – Eles se aconchegaram mais ainda um no outro, e ela fechou os olhos por uns instantes.

- Então sim... Claro que sim, poxa, é tudo que eu mais quero! – Eles se beijaram rapidamente, mas Ucker a interrompeu para tirar do bolso um saquinho enfeitado, fechado com um lacinho dourado.

- Não é grande coisa, mas quando a gente se casar vai ser... – Murmurou, deixando cair as alianças na palma da mão. Se ergueu nos ombros para olhá-la, e deslizou o anel pelo dedo dela. Ela fez o mesmo com ele, ignorando a pequena pontada no ventre, e voltou a posição original com um suspiro. Ele selou os lábios nos dela demoradamente. Seu corpo estava tão próximo ao dela, que quase podia senti-la. Como se um imã os atraísse, em questão de segundos estavam colados um no outro. Os lábios se moveram cautelosamente, explorando e experimentando, e como se tivessem chegado a conclusão de que o território era seguro, o beijo se aprofundou e se intensificou. Dulce percorreu o peito dele com os dedos, não numa carícia e sim numa reivindicação de posse. Ele hesitou em se aproximar mais, e ela o puxou pelos ombros.

- Tem certeza? Eu não quero te machucar... – Sussurrou ele, embora o volume entre suas pernas o denunciasse.

- Sim... Eu confio em você, você não vai me machucar... Não muito... – Insistiu ela, puxando-o de volta. Ainda hesitante, ele se sentou na cama. Ela o olhou surpresa, mas sorriu quando ele pousou as mãos grandes em suas coxas nuas. O vestidinho tinha subido um pouco com o movimento dos dois, e ele terminou de subi-lo, deliciando-se ao poder tocá-la novamente. Tocou os seios cheios e doloridos com certa reverência, sentindo seu próprio membro palpitar de desejo... A verdade é que fazia muito tempo, e ele não tinha certeza se não iria machucá-la. Beijou a barriga dela, descendo até a cicatriz rosada da cirurgia, e com movimentos rápidos se livrou da calcinha dela. Se posicionou entre as pernas dela, colocando todo o peso nos cotovelos, beijou os lábios entreabertos e seguiu um curso rápido pelo pescoço, e os seios. Ficou aliviado ao sentir a excitação dela, e declarou as preliminares como encerradas. Seu corpo protestava pelo desejo, e os dois arfaram de prazer ao estarem unidos. Os movimentos começaram lentos, ele precisava ter certeza de que se controlaria, ambos precisavam sentir o outro. Dulce ignorou qualquer protesto do próprio corpo e movimentou-se contra ele, passou os braços ao redor dele e arqueou o corpo de prazer. Não demorou para que chegassem juntos ao ápice, suados e arfantes... Morderam os lábios para conter qualquer gemido que pudesse ser ouvido do lado de fora, e ficaram ali por um bom tempo, aproveitando a presença do outro.

- Eu te amo... Tanto... – Murmurou ele quase adormecido, algum tempo depois de terem feito amor pela terceira vez. Ela fez menção de abrir os olhos, e não tendo sucesso apenas se enroscou nele.

- Eu também te amo... Meu Uncker...

FIM