Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Rose – pediremos a autorização aos seus pais... – Pais... Um sorriso amargo se formou em meus lábios. Já fazia tanto tempo desde a ultima vez que tinha dito essa palavra... Eu não tinha um pai. Mas eu não falaria disso agora, quando tudo já estava ruim o suficiente.

Quando pedi pra ir embora minha mãe ficou de início, preocupada, mas não adiantaria explicar nada por que senão todos ao meu redor saberiam, e eu não estava a fim de virar mais uma vez motivo de chacota de toda a escola. Durante o caminho pra casa lembrei daquela porcaria chamada de jornal da escola, e esperei que ninguém tivesse por perto pra ver minha reação. Eu não me importava com a opinião de ninguém, mas eu continuaria estudando naquele colégio e pra isso eu teria que sobreviver a ele. Ver Dulce e Pablo seria o bastante e não precisava de um jornaleco esfregando meu fracasso na minha cara. Assim que atravessei o portão da minha casa, ouvi a voz de sinos da Anny, e mais um embrulho no meu estomago! Entrei em casa, minha mãe que já estava na sala veio ligeira pra perto de mim, tocando minha testa e pescoço.

Ale – O que houve filho, você está pálido...

Ucker – ér... – Respirei fundo. Não podia falar, não conseguia. – Depois... Depois a gente conversa...

Ale – não, é claro que não! – Também não consegui fita-la. Não queria decepcioná-la, o que ela diria se soubesse que o único filho era um covarde? Escorreguei a mochila pelos ombros e a soltei em cima do sofá. – Filho... O que aconteceu? – Ela disse num tom mais severo. Tentei ignorar, mas ela me puxou com força. – Christopher Alexander Luís! – Me obriguei a fitá-la, e sua expressão severa desapareceu.

Ucker – eu estou aqui por que sou um idiota, mãe... – Disse quase num sussurro, e pro meu desespero meus olhos se marearam. Ela tocou meu rosto e me fez olhar pra ela outra vez.

Ale – Meu filho pare de pensar essas coisas sobre si mesmo... Você sabe que não é um garoto idiota, você é um menino maravilhoso... – Sorri com amargura.

Ucker – A Dul não pensa assim...

Ale – O que ela disse com você?

Ucker – nada... Não olha nem pra minha cara... Desde que... – Respirei fundo, engolindo seco. Encarei o nada, tentando dessa forma manter meu rosto enxuto. – Ela voltou com... Pablo... – O Nó se formou em minha garganta outra vez, e um gosto amargo tomou conta de minha boca.

Ale – Eu não acredito... Eu não acredito que aquela menina tão boazinha tenha voltado com aquele marginalzinho! Não... Não posso acreditar que Blanca permitiu que a filha dela andasse com esse tipo de pessoa! Pensei que aquela mulher tinha mudado! – Ela se apoiou no sofá com o punho fechado, visivelmente frustrada, e eu não entendi nada.

Ucker – mas voltou... Hoje os vi... – Ela me olhou por alguns instantes, depois se aproximou, me abraçando. Minha mãe era uma das poucas mulheres que me abraçava, sem que precisasse me curvar muito pra isso. Correspondi o abraço, precisava dele mais do que qualquer palavra.

Ale – sinto muito meu amor... Sei que adora aquela garota... – Disse ela meigamente, passando a mão por meus cabelos.

Ucker – não foi o bastante, mãe... – me corrigi - Eu não fui...

Ale – Shiii! Não fale mais essas coisas, eu o proíbo! Meu deus, o que o fez ficar assim? Por que pensa coisas tão tristes a seu respeito meu filho? É um garoto maravilhoso sim! É inteligente, bonito, meigo, carinhoso, atencioso... Muito talentoso... Tenho certeza que deixa as suas “coleguinhas” babando! E se essa menina Saviñón não sabe ver isso, ela é uma tonta! – Que bom que, pelo menos uma das mulheres que eu amava pensava isso de mim, mas opinião de mãe não conta, afinal quantas mães achavam seus filhos desastrosos as coisas mais bonitas do mundo?

Ucker – valeu... Agora deixa eu subir... Quero ficar só... – Ela me encarou, de modo severo outra vez.

Continua...