Fanfic: Planos de sedução AyA (Adaptada) | Tema: AyA

Anahi atendeu sua batida à porta mais depressa que o esperado. Usava jeans e uma blusa pêssego de linha, as mangas curtas destacando o suave bronzeado que adquirira desde que chegara. Quando abriu a porta, a brisa da montanha soprou-lhe os cabelos e acariciou-lhe as faces coradas. Num instante, o pulso de Alfonso ace­lerou-se, como se a estivesse vendo pela primeira vez.

Sua intensa atração pegou-o de surpresa e serviu para confirmar o que já constatara antes, que o que sentia por aquela mulher ia além dos laços de amizade. Na verdade, nem conseguira definir ao certo as suas emoções. Só sabia que eram poderosas, vibrantes e inesperadas.

—  Algo errado? — perguntou ela de cenho franzido. — Ora, parece que viu uma assombração, homem.

— Vejo que andou pegando um pouco do nosso jeito de falar aqui nas montanhas.

Anahi gostaria de saber imitar aquele sexy sotaque sulista dele, porém não havia meio. Não era muito car­regado, mas espontâneo, complementando a cadência na­tural da voz possante de Alfonso.

— Em que posso ajudá-lo? — perguntou.

Num repentino devaneio, ele imaginou Anahi, nua em seus braços, como numa grande tela de cinema.

— Alfonso...?

— Hã? Oh, está um dia bonito hoje.

— Sim, está. Passou por aqui só para me dizer isso?

— Passei por causa do nosso encontro.

— Que encontro? Não marcamos nada.

—  Oh, você não se esqueceu que dia é hoje, não é?

— Claro que não. Hoje é, hã...

Alfonso podia vê-la tentando se lembrar. Fechando os olhos por alguns momentos de concen­tração, ela estalou os dedos.

— E primeiro de abril!

— Sim.

— Isso significa que vai me contar uma daquelas men­tiras bem absurdas e me pregar uma peça, como você, Christopher e Dylan costumavam fazer nos velhos tempos?

Ela abriu um sorriso saudoso, e Alfonso sentiu o fogo do desejo correndo por suas veias. Céus, estava mesmo ficando maluco por aquela mulher, a ponto de tecer fan­tasias vindas do nada e reagir feito um adolescente de­sajeitado. Censurando-se, tratou de manter em mente que sua missão era a de tirar Anahido isolamento, não despi-la e levá-la para sua cama.

—  Não exatamente. Bem, eu... — Ele limpou a gar­ganta, começando outra vez: — Tem certeza que não vou conseguir convencê-la a uma volta de carro pelo Parque Blue Ridge hoje?

— Vem me perguntando isso a cada dia de folga que teve desde que cheguei aqui, e minha resposta continua a mesma. Obrigada, mas não.

—  Está certo. Então, venha cá. — Alfonso pegou-a pela mão com gentileza, descendo da varanda.

— Espere um segundo. Eu disse que não quero ir dar uma volta de carro com você.

—  Sim, eu ouvi. Não vamos sair de carro. Faremos uma caminhada.

— Para onde? — perguntou ela, preocupada, enquanto Alfonso a conduzia por um caminho estreito entre os ar­voredos. — Daqui até a Virgínia?

— Puxa, você costumava confiar mais nas pessoas.

— Sim, e como recompensa, você e Christopher me deixa­ram presa naquela casa da árvore por um dia inteiro.

— Foi só uma hora. Apenas pareceu um dia inteiro.

Anahi levou alguns momentos para se dar conta de que poderia ter dito que costumara confiar nas pessoas até que fora assaltada, mas essa não fora a primeira coisa que lhe ocorrera, felizmente.

Sim, fizera a coisa certa ao ter ido descansar naquelas montanhas. Com o ar puro inundando seus pulmões, o sol da primavera banhando-lhe rosto, e o canto dos pás­saros preenchendo o silêncio dos bosques, sentiu-se num daqueles momentos mágicos em que desfrutava o simples fato de estar viva.