Fanfic: Planos de sedução AyA (Adaptada) | Tema: AyA

O intervalo para o almoço ajudou a deixá-la mais confiante, com a convicção de que não deveria vacilar em seus planos. Como se fizesse questão de sua companhia, quando foi anunciado do lado de fora que a comida estava servida, ele tornou a vestir a camisa e se juntou a ela na fila.

As mesas de piquenique em frente ao prédio tinham-se transformado numa espécie de bufe comunitário. Todos haviam levado alguma coisa: frango assado, arroz, cozido de carne, bolinhos variados, saladas, refogados de legu­mes, salsichas, pão caseiro, jarras repletas de limonada, e pelo menos cinco tortas doces. Anahi notou que Bo Regard se posicionara estrategicamente debaixo de uma das mesas, de modo que se quaisquer guloseimas caíssem, não teria que se mover muito para saboreá-las.

Enquanto os voluntários comiam, alguém foi buscar um violão em casa e começou a tocá-lo. A música, o cenário permanente das montanhas ao fundo, o verde exuberante da natureza iluminado pelo sol, a fragrância das flores e dos gramados recém-cortados, tudo contribuía para criar uma atmosfera perfeita. Aquelas pessoas podiam não ter acesso à mais avançada tecnologia, nem às mais recentes comodidades da vida urbana, mas possuíam um forte senso comunitário e um amor pela terra natal que infelizmente já desaparecera em inúmeros outros lugares. Anahi teve que conter as lágrimas inesperadas que lhe marejaram os olhos, mas eram de felicidade.

— Você está bem? — perguntou Alfonso, passando o braço pelos ombros dela, enquanto se aproximava mais pelo banco de piquenique onde estavam sentados.

— Sim, claro. Só estava pensando no quanto tudo isto aqui é maravilhoso.

Alfonso contemplou-lhe a expressão de serenidade no rosto e sentiu uma íntima satisfação em ver que os ares da montanha andavam lhe fazendo tão bem. Observou-lhe os grandes e expressivos olhos castanhos, os lábios cheios e rosados, os traços delicados da face. Era tão linda e adorável... Era preciso um esforço sobre-humano para não estreitá-la em seus braços ali mesmo e beijá-la até que estivessem ambos sem fôlego.

— O que vai fazer hoje à noite? — perguntou-lhe Anahi, numa agradável surpresa quando seus olhares se encontraram.

— Estarei trabalhando. Por quê?

— E quanto a amanhã à noite? Tem que trabalhar também?

— Não? Por quê?

— Eu estava pensando em talvez convidá-lo para jan­tar na minha casa. Um jantar especial. Frango frito ainda é um de seus pratos favoritos, certo? O que me diria?

— Está me convidando apenas na base do talvez"? Ou esse é um convite real, concreto?

— Claro que é real.

— Nesse caso, eu aceito.

—  Ótimo — disse ela, com um sorriso misterioso. — Chegue às sete.

Quando ainda faltavam cinco para as sete, na noite seguinte, Alfonso subia os degraus da varanda de Anahi . Droga, já havia levado dez minutos andando para lá e para cá na sua própria cabana, depois de um banho e de ter trocado de camisa pelo menos três vezes. Nunca estivera tão ansioso em sua vida.

O que era descabido. Era apenas um jantar, lembrou a si mesmo, ajeitando a gravata antes de bater à porta.

— Já vou. Espere só um minuto — ouviu-a gritando lá de dentro.

Não deveria ter chegado com cinco minutos de ante­cedência, censurou-se. Sentou-se na cadeira de balanço da varanda e tentou se acalmar. Não foi possível. Olhou para o relógio de pulso, e os segundos pareceram se ar­rastar por uma eternidade, enquanto esperava que Anahi abrisse a porta.

O que estaria acontecendo? Levantando-se, tornou a bater.

— Já estou indo! — exclamou ela.

Segundos depois, a porta se abriu,, e Humer ficou boquiaberto!