Fanfic: Planos de sedução AyA (Adaptada) | Tema: AyA

Anahi estivera numa grande correria durante a tarde inteira, tentando preparar tudo para a ocasião. Para seu desespero, pouco dera certo. Planejara um jantar especial, mas não tivera seus esfor­ços recompensados. Infelizmente, os pedaços empanados de frango que tentara fritar tinham ficado quase em cha­mas, por causa do óleo que, de algum modo, deixara es­correr pela parte externa da frigideira. Antes de conseguir desligar o gás, contivera o desastre com uma tampa e acabara chamuscando dois panos de prato. Não houvera, porém, como salvar o frango.

No meio da confusão, nada mais natural que tivesse se esquecido da torta que estivera assando no forno. Quando se dera conta da origem do restante da fumaça, a torta já havia praticamente carbonizado.

Aquela altura, a cozinha já estivera tão impregnada por odores de queimado que parecera que a cabana inteira estivera em chamas, em vez de apenas de ter perdido o jantar. Assim, abrira todas as janelas para ventilá-la.

Desesperada por não ter mais como preparar o jantar que havia prometido a Alfonso, ligara para o Café Lone-some e para o HazePs Place, a fim de verificar se tinham frango frito para viagem. O primeiro fechava aos domin­gos e o segundo só servia frango em algumas noites da semana. Mas haviam-lhe dito que Ma Battle sempre pre­parava seu famoso frango frito crocante aos domingos. Um telefonema para ela confirmara a informação. Afli­ta, Anahi oferecera-se para comprar a comida, mas a expansiva mulher insistira em doá-la "para a causa", como acabara acrescentando. O percurso de ida e volta a casa de Ma Battle, já ao final da tarde, custara-lhe quase uma hora, mas acabara sendo sua salvação.

—  Talvez deva tentar sacudir a travessa de frango frito no ar algumas vezes para fazer com que o aroma se espalhe — sugerira Ma Battle, com uma piscadela. — E bagunce a cozinha um pouco para dar a impressão de que você ficou diante do fogão o dia inteiro.

— Acredite, a cozinha já está bagunçada — declarara Anahi, com um suspiro. — Na verdade, foi uma sorte eu só ter incendiado o jantar.

— Ora, não se aborreça. Isso já me aconteceu em mais de uma ocasião na minha juventude. E, ao final, tudo se arranjava.Ma Battle insistira em mandar-lhe também a salada de batatas que fizera como acompanhamento, além de uma torta de pêssegos para a sobremesa.

— Mas o que você vai comer no jantar?

— Não se preocupe comigo, querida. Vou comer o res­tante do assado que fiz ontem à noite. Depois de tantos anos com uma família numerosa, acredite, eu ainda não perdi a mania de cozinhar para um batalhão.

—  Oh, nem sei como lhe agradecer. — Anahi en­volvera-a num abraço apertado. — Você é um amor em estar me ajudando desta maneira.

—  Ora, bobagem. Você e Alfonso tenham um jantar maravilhoso, está bem?

Anahi conseguira chegar em casa às seis horas. Mo­vendo-se no que lhe parecera a velocidade da luz, colocara o jantar, que trouxera envolto em papel alumínio, em segurança sobre a bancada da cozinha; alimentara os gatos com uma lata de atum e deixara-os dormindo em puro contentamento numa caixa na pequena varanda dos fundos; arrumara a mesa de jantar, a um canto da sala, com a louça disponível e algum toque romântico de última hora que pudera improvisar. Enfim, rumara para o chu­veiro, onde se permitira pelo menos os quinze minutos que havia conseguido reservar.

Em seguida, resolvera o problema dos cabelos molha­dos com o secador e escovara-os vigorosamente até bri­lharem, lamentando a falta de tempo para um penteado mais elaborado. Aplicara uma maquiagem rápida e leve, temendo borrar tudo com cosméticos mais sofisticados e provocar um desastre irreparável na sua pressa. Final­mente, chegara o momento de trocar o roupão por um traje bastante especial.

O vestido de tecido leve, abotoado na frente, era a essência do romantismo, ou ao menos fora o que a ven­dedora do shopping lhe dissera quando o comprara, havia alguns meses. Ainda não tivera chance de usá-lo, mas, claro, experimentara-o, e o modelo a agradara. As mangas curtas e delicadas e o decote discreto favoreciam-lhe o colo e a linha dos ombros. O tom claro de rosa caía-lhe bem, enquanto que a saia ampla, até os tornozelos, fazia com que se sentisse elegante e bonita.

Na verdade, não soubera como o vestido fora parar em sua bagagem. Não havia sido algo que planejara levar, mas, de algum modo, acabara parando na pilha de roupas esportivas que colocara na mala. Talvez fosse obra do destino, ou uma pitada de magia cigana. Fosse como fos­se, o vestido era perfeito para o que tinha em mente naquela noite. Sedução!

Mal havia acabado de vesti-lo por cima do que julgara ser sua lingerie mais provocante, e ouvira uma batida à porta da frente. Alfonso chegara um pouco mais cedo!

— Já vou — dissera. — Espere só um minuto.

Freneticamente, ela verificara a aparência diante do espelho, escovara mais um pouco os cabelos e dera o toque final na maquiagem, aplicando mais batom. Pouco depois, houvera outra batida à porta.

— Já estou indo!

Quando passara diante da caixa mágica cigana, detivera-se para abri-la e pegara o pequeno medalhão. Sentindo a necessidade de um pouco de coragem adicional, colocara-o para dar-lhe sorte e respirara fundo antes de abrir a porta.

Agora, Alfonso a observava, boquiaberto, da varanda. Em vez de fitá-la com aquele costumeiro brilho divertido no olhar, que sempre a fizera perguntar-se se ria dela, ou se tentava seduzi-la, a expressão dele era de certo aturdimento.

Amanhã tem mais meninas!!