Fanfic: Planos de sedução AyA (Adaptada) | Tema: AyA

Ao final daquela tarde, Anahi deparou com três pe­quenos visitantes na varanda da frente: uma gata cin­zenta com dois filhotes. Ela não apenas decidiu alimentar a família felina faminta, como também arranjou um nome para cada membro: Cleo para a mamãe gato; Blue e Spook para os filhotes.

Como estivessem um tanto assustados de início, se­guiu-os pelo caminho de cascalho e, só mais abaixo, con­seguiu convencê-los a se aproximarem. Aproveitando para passear pela beirada dos bosques ao pôr-do-sol, deu-lhes o restante de seu salame, além de atum enlatado. No dia seguinte, planejava verificar se havia ração para gatos no misto de pequeno posto de gasolina com mer­cearia que vira ao pé da montanha. E também compraria suprimentos para si mesma.

Foi somente quando olhou para o céu que percebeu que anoitecera por completo, enquanto estivera distraída com os felinos. Não havia muito tempo e fora uma grande apre­ciadora do cair da noite, da beleza de um céu estrelado, do esplendor da lua cheia. Agora, os bosques que haviam parecido tão serenos tornavam-se subitamente sinistros em meio à escuridão, com cada contorno de arbusto e árvore parecendo o vulto de alguém prestes a atacar.

Lançando olhares furtivos ao redor, mordeu o lábio in­ferior e tentou conter o súbito nervosismo. Droga, nunca fora do tipo medroso antes e aquilo a deixava exasperada consigo mesma. Com um profundo suspiro, caminhou ra­pidamente de volta à cabana. Enquanto se aproximava, luzes acenderam-se, abrangendo toda a clareira em frente. Lembrou-se que Christopher lhe dissera que havia mandado instalar ali um sistema automático de iluminação externa.

Mal havia entrado na cabana quando um ruído carac­terístico, como o de rodas de um veículo no cascalho, rompeu o silêncio da noite a fez gelar de imediato. Não pôde conter a onda de pânico que a assaltou. Havia al­guém lá fora!

Não demorou para que a claridade de faróis penetrasse pula escuridão da sala de estar. A cabana ficava longe o suficiente da estrada principal da montanha, assegu­rando que ninguém passaria ali em frente ao acaso. Era uma das razões pela qual Anahi gostara tanto do lugar. Situada no alto de uma colina, a cabana era isolada o bastante para que houvesse apenas ela, os gatos e a vida silvestre ao redor; sem nenhum contato humano... exceto pelo lampejo que tivera daquele velho maltrapilho.

Não estava esperando ter companhia. Apenas a família sabia que se encontrava ali. Ainda assim, não havia dú­vida de que um carro subia pelo longo e estreito caminho de cascalho... Sim, um caminho que era particular e tão escondido que ninguém poderia percorrê-lo sem motivo...

Agradecendo mentalmente ao irmão pela prudência em ter mandado instalar a potente iluminação externa na cabana, aproximou-se da janela na ponta dos pés e espiou por uma fresta nas cortinas. A clareira em frente e o caminho de cascalho estavam amplamente iluminados. Havia um carro parado lá fora, sem dúvida. Não o re­conheceu. Parecia uma viatura...

A porta do carro foi aberta, e viu um homem descendo. Ficou diretamente sob as luzes, o que destacou seus cabelos escuros. Quando começou a caminhar na direção da cabana, ela pôde lhe ver o rosto claramente pela primeira vez.

Um instante depois, o medo deu lugar à raiva. Adiantan­do-se depressa até a porta, Anahi abriu-a abruptamente e confrontou o homem que subia os degraus da varanda.

—O que você está fazendo aqui?—perguntou, exasperada.

— Ora, isso é jeito de saudar um velho amigo? — retrucou ninguém menos que Alfonso Herrera, estudando-a com um sorriso enigmático.