Fanfic: Planos de sedução AyA (Adaptada) | Tema: AyA

Sim, queria muito se acalmar, pensou Anahi, mas era inevitável ficar furiosa consigo mesma, com a linha errante dos pensamentos. De repente, dera-se conta de que queria correr suas mãos pelos ombros largos de Poncho, abraçá-lo pelo pescoço, aninhar-se naqueles braços fortes e nunca mais soltá-lo. Tola! Aquele não era o momento para ficar se lembrando da paixão estúpida e cega que nutrira no passado. O que tinha que fazer era livrar-se dele antes que lhe dissesse, ou fizesse, alguma bobagem.

— Estou ótima. Não precisa desperdiçar mais tempo verificando se a chata "irmãzinha" dé seu amigo está bem.

— Você não é chata.

— Não era o que você costumava dizer.

— Você tinha cinco anos na época.

— Nove — corrigiu-o ela, lembrando-se do dia exato em que a família de Hunter se mudara para a casa ao lado da sua em Chicago. A princípio, idolatrara-o como a algum grande herói... e, depois, com o tempo, apaixonara-se perdidamente. — O que meu irmão disse quando telefonou a você e lhe pediu para verificar como estou?

—  Não foi bem assim. Seu irmão apenas me ligou para avisar que alguém... você... estaria usando a cabana por uns tempos. Eu tenho tomado conta do lugar para Christopher, já que ele raramente pode vir à região.

—  Não está querendo dizer que tem dormido aqui, nao é? — perguntou ela, horrorizada com a ideia de di­vidir a pequena cabana com Poncho.

— Não, claro que não.

— Ótimo.

— Tenho minha própria casa a um pulo daqui.

— A um "pulo"?

— Sim. Não dá para ver daqui, mas minha cabana fica logo adiante nesta colina, ao final do caminho de cascalho. Ou seja, está a uns dois minutos de caminhada daqui.

—  Oh, é mesmo? — Céus, ela estava a dois minutos de caminhada da tentação.

—  Christopher não contou a você que, logo após nossos tempos de academia, nós compramos juntos esta proprie­dade com as duas cabanas?

— Não, não me contou. — O traidor!

— Bem, e quanto a você? Vai me contar o que aconteceu?

—  Nada. Bem, não exatamente. Christopher e Dulce ca­saram-se ontem. Na verdade, foi a segunda vez que se casaram. É uma história um tanto complicada — acrescentou Anahi, secamente. Apostava que o teria ficado ainda mais por causa de uma certa caixa mágica cigana...

Era uma pena que Poncho não tivesse sido o homem a ver primeiro quando abrira a caixa... Ao contrário de Christopher, que sempre fora o prático e cético da família, Anahi gostava de pensar que existia alguma magia no mundo.

Pelo menos, fora assim no passado. Recentemente, não tinha tanta certeza. Em relação a nada...

— Sim, sei sobre o casamento — disse ele. — Lamentei não ter podido ir, mas eu estava trabalhando num plantão.

Ela assentiu. Sabia que agora Poncho trabalhava como xerife. Na verdade, ele e Christopher haviam frequentado a academia de polícia juntos. Seu irmão não concluíra o programa, tendo preferido trabalhar por conta própria no ramo de segurança de empresas. Poncho, porém, gra­duara-se como um dos primeiros da turma e fora con­tratado como um dos melhores policiais de Chicago. Fi­cara estonteante em seu uniforme e fora considerado um conquistador irresistível, saindo com inúmeras mulheres nos anos seguintes. Então, ele se estabilizara e acabara se casando no mês em que Anahi  iniciara a faculdade.

— A propósito, como vai sua esposa? — indagou, com forçada jovialidade.

—  Não faço a menor idéia. Nós nos divorciamos há quase cinco anos.

A novidade pegou-a completamente de surpresa.

— Christopher nunca me disse que você havia se divorciado.

Poncho deu de ombros, gesto que atraiu o olhar dela ins­tantaneamente. Ele usava uma camisa de denim com um jeans num tom mais escuro. Ambos já haviam passado por suas lavagens, deixando o tecido macio o bastante para se ajustar aos contornos musculosos daquele corpo, moldando os ombros largos, os quadris estreitos, as pernas fortes.