Fanfic: Encontros e Desencontros | Tema: RBD

Abri a porta do camarim já preparando um susto que iria dar em Any, mas aconteceu ao contrário, eu levei um susto. O susto foi tão grande que perdi a fala, a direção, o ar.

Anahi e Alfonso estavam se beijando, simplismente. Tão envolvidos que não me notaram, não notaram nada, ninguem. Fechei a porta tão silenciosamente e me encostei na parede, senti meu corpo deslizar, e cada pelô arrepiar com o contato gelado do marmore. O que era aquilo, o que acabou de acontecer? Eu não conseguia me mover, me sentia morta, eu sei que respirava, mas agora eu estava morta. A dor começou a invadir cada parte do meu corpo, e eu consegui levantar mesmo sem saber como e correr até Maite, ela estava ali na beira da escada já se preparando para o inicio do show.

__ Que aconteceu Dulce meu Deus, responde.

__ Não pergunta nada, só me faz um favor sim.

__ Faço mas calma, para de chorar.

__ Troca de lugar comigo por favor, eu sei que minha escada neste show é a três, mas me deixa aqui na cinco por favor eu te peço, eu te suplico Mai.

__ Claro Dulce, não tem problema. Dulce olha, não sei o que aconteceu, mas não mostre para o mundo que você está triste. Não deixei que as pessoas te vejam assim, termina esse show e se permita chorar depois. Você tem meu colo, mas agora fica bem, fica calma, você vai passar mal assim.

Ela me abraçou e beijou minhas buxexas, andei até a escada cinco e sentei de cabeça baixa tentando fazer as lágrimas paparem, mas essas ainda duraram alguns minutos. Os segundos eram contados, mas pareciam horas. Vi Christian se posicionar em meu lado na escada quatro, logo depois Mai na três, vi Alfonso chegar não o olhei, sabia que ele estaria confuso com a troca de lugares, depois Anahi e Ucker. Os acordes de “Fui la niña” começou e logo podiamos ver que o video de inicio já era rodado, respirei mais algumas vezes e sorri, eu estava ali para os fãs, por mais destruida que estivesse, eu precisava fazer o meu melhor.

Fui subindo os degraus com os demais, e logo estavamos entretidos com o show. Neste show eu iria fazer os coreografias com Ucker, e me senti aliviada por isso.

• Fui la niña - a música permaceu fiel a original, mas a coreografia se tornou computadorizada. Então começa com Anahi cantando e tudo fica escuro, logo focos de luz caiam sobre nós seis e aparecia mais um de cada em um “holograma” (nos tempos do rbd 2004), no refrão eles sumiam e quando eu voltei a cantar eles desapareceram.

Em nenhum momento fiquei perto de Anahi ou de Alfonso, nem em duetos, nem fazendo gracinhas ou palhaçadas para animar o público, dos seis, eu era a mais distante, evitava chamar atenção aquele dia, evitava falar com o público, evitava olha-los.

• Solo quedade in silencio - Anahi ficou sentada no meio da plataforma e começou a musica, os holofotes de luz dançavam uma coreografia em cores branco e dourado. Depois Christian sentou ao lado dela e cantava, na minha parte eu tinha que sentar do outro lado de Anahi, mas permaneci na lateral do palco. Durante toda a música eu cantei afastada. A música possuia acordes mais fortes, e a percussão era mais intensa.

• Dame - a música continuou a mesma, com a diferença de agora ter um “rap” de Ucker e Poncho em um refrão da música.

• Tras de mi - música ganhou um solo de guitarra pesado, mas a coreografia continuava a mesma, aquele movimento de ficar de costas para o público e indicar atras. A música ficou bem mais animada e a sincronia era visivel.

• Me voy - Agora somente com a coreografia do refrão. As luzes diminuiram e ficou apenas no chão junto com uma névoa de fumaça. Logo o solo de bateria e guitarra começou fazendo as luzes piscarem freneticamente dando a impressão de que tudo estava se movimentando devagar. Era uma sensação de desespero, eu estava ficando meio nervosa, minhas mãos suavam frio e eu tinha vontade de chorar.

• Lounge - uma música nova do rbd escrita por Anahi, que fala sobre sentir a sensação de estar apaixonada e livre. Como se a vida fosse melhor quando está apaixonda, a gente se envolve mais. Era uma letra lenta e dançante, muito gostosa de ouvir.

• Sensual - uma música nova do rbd escrita por Ucker, conta os pontos de uma mulher sendo sensual sem perceber, ele fala da sutileza que ficar na ponta dos pés até ao passar de batom. Mostra o lado valorizado das mulheres, sem precisar que elas fiquem nu/as para serem desejadas.

• (troca de roupa) – (imagem no capitulo anterior meninas, nesse meninos)

• Inalcanzable: As luzes se apagaram e começou os acordes agora novos. Começa com Anahi cantando no topo de uma das escadas, logo aparece Christian cantando a parte dele em baixo dessa escada, ele ajuda ela a descer. No refrão nenhum de nós aparece e fica passando o clipe na parte do refrao. Essa parte foi uma das piores neste show, eu começava a cantar sentada em cima de um piano, logo aparece Poncho tocando o piano (tocando MESMO) e cantamos olhando “apaixonadamente” mas eu não esperava cantar assim, olhando nós olhos dele e tendo a certeza que o amava mais que a minha vida, mas tendo vontade de ve-lo longe. A luz apaga novamente e fica somente o refrão no telão com o clipe. O terceiro dueto que foi anexado a música começa com Maite cantando de costas para Ucker, depois ele começa a cantar se virando para Maite. A luz apaga de novo e mostra a parte do refrão no clipe. O clipe some e nós aparecemos lado a lado cantando o refrão que se repete mais três vezes. A primeira os homens cantam de frente ao público e nós de costas, na segunda nós de frente e eles de costas e no final todos lado a lado.

• Solo Maite:

1. Eclipse de Luna


2. Ojos Divididos


3. Inexplicable


4. Esta Soledad

• Solo Ucker:

1. Sinfonia


2. Light Up the World Tonight


3. Soñando


4. Luna Negra

• Solo Anahi:

1. Mi Delirio


2. Dividida


3. Alergico


4. Quiero

• Solo Christian:

1. Sacrilégio


2. Y se no ves


3. Em donde estás


4. Libertad (feat Anahi)

• Solo Dulce Maria:

1. No se parece

“Caem como lagrimas, a chuva sobre mim .... “

Comecei a cantar “ No se parece” e meu mundo desabou, virei minha cabeça de lado e chorei, olhei para o público que gritava meu nome, que cantava a letra, que continuou a canção, por que eu simplesmente não tinha mais voz, não tinha mais alma, não tinha mais forças para terminar de cantar.

No final da música já fiz um sinal para Ucker vim cantar, não iria quatro duas músicas minhas como estava programado. Ele veio beijou minha cabeça e assumiu o palco, eu passei por todos sem nem olha-los, corri para trocar de roupa e do camarim só sai quando ouvi que iria começar o final do show.

• (troca de roupa) – (meninas capitulo anterior, meninos esse)

• Celestial: voltamos cantando com asas de anjo “feitas de hologramas” elas batiam e davam a sensação de que eram reais. A música de tornou mais suave, com arpas de fundo, sem coreografias.

• Connected: a música foi bem agitada e divertida, sem coreografia. Estavamos cantando em inglês.

• Es por amor: essa música tambem mexeu bastante comigo, não tinha coreografia mas ela era muito triste. Eu estava contando os minutos para o show acabar.

• Uma cancion: a música continuava a mesma, ficou Christian cantando e andando na passarela e e Ucker, eu e Poncho cantando atras. Eu tentava o máximo possivel não ficar perto de Poncho e acabar chorando de novo.

• (apresentação dos músicos) – (eles foram apresentados por nós, e quando tocavam a imagem deles aparecia no telão ao vivo, eles faziam solos com seus instrumentos, era demais.)

• Beatbox e Conglomerado – (Ucker fez seu famoso beatbox para dar inicio ao conglomerado – pequenas frases de algumas músicas que eram cantadas juntas – Maite fazia junto com ele, fazia arranjos com a voz. Depois começava diretão o conglumerado com Los peces em el rio; Olvidar; Que hay detras e salvame)

• Wanna Play: Terminamos o show com a música que agora havia ganhado arranjos mais latinos e sensuais, a coreografia permaceu e o “rap” Poncho e Ucker tambem.

Agradecimentos, rolaram, beijos e abraços, carinhos e amores dos fãs. Sai do palco pegando minhas coisas sme nem olhar pra trás, entrando no meu camarim com Maite em meu calcanhar, tranquei a porta e chorei em seu colo, toda a dor que estava presa nestas três horas e meia de show onde tive que me mostrar tão forte.

Chorei, e Maite me ouviu chorar em silencio, não abriu a porta para ninguem que batia, não atendeu nem o meu e nem o celular dela, apenas passava as mãos em meus cabelos, tirando nós, enrolando os cachos com os dedos. Não quis explicações, por que eu as daria assim que meu choro, meu sofrimento fosse desabado em seu colo.

Eu não imagina como era possivel chorar tanto, é possivel chorar para sempre? Não queria ouvir a voz de ninguem, não queria levantar daquele sofá. Horas devem ter se passado e meu choro acalmou, os soluços ainda vinham mas não acompanhados de lágrimas como antes.

__ Você quer me contar agora Dulce?

__ Anahi e Poncho estavam se beijando, eu os peguei antes de começar o show. Eu entrei e vi os dois aqui, sai devagar para que não me vissem. Mai eu não estou acreditando, simplesmente meu coração se recusa a crer.

__ Dulce eu tambem não estou acreditando, mas tudo tem uma explicação. Pode ter sido uma coisa de momento, sem pensar, sem querer. Eu não sei o que te falar, por que realmente não esperava isso deles, mas por favor me entenda.

__ Calma Mai eu te entendo, não estou de pedindo para me consolar e dizer as coisas que eu quero ouvir. Já estou feliz de você estar comigo aqui, estou feliz pelo seu silencio e pelo seu apoio.

__ Eu sempre estarei aqui Dul, sempre.

Sorri, eu sei que sempre ela estaria ali por mim e por todos. Ficamos mais um tempo ali dentro, depois saimos e pedimos um taxi para o hotel já que todos tinham ido embora. Entramos no hotel e cada uma foi para seu quarto, Mai até queria dormir comigo ou eu dormir no quarto dela, mas eu queria ficar sozinha, queria refletir, pensar, desabar ... só por um segundo não queria estar aqui, queria estar nos braços da minha mãe, da Blanca, do Pablo, mas hoje eu não queria estar aqui, em um quarto vazio de hotel.

Tomei banho, coloquei um pijama e chorei, chorei sentada no chão da sacada, vendo as luzes da Cidade presenciarem minha dor. Não dormi, não comi e a dor continuava lá. Nunca pensei que fosse doer tanto, cada veia do meu corpo está a ponto de explodir e já não tenho mais lágrimas para chorar, mas elas estão aqui cada vez mais fortes. As horas passam, mas a dor não passa ... e fico com a sensação de que isso foi apenas um pesadelo, uma mentira. Mas essa sensação dura tão pouco, assim que fecho meus olhos revejo a cena, detalhe por detalhe e a angustia volta com mais força.

Logo vejo o sol surgindo, daqui algumas horas tenho que pegar o voô para o Brasil, os próximos shows que iriam ser no México foram trocados para o Brasil. Mas parece que estou aqui a segundos, e na realidade ainda não durmi e nem vou, meu corpo se mantem tão alerta e dolorido que qualquer sinal de cansaço pode se tornar um martírio. Fico alguns minutos ou horas, não sei, ainda observando o Sol, que agora já está acordando o resto do mundo. Me levanto e tomo um banho, coloco uma calça leggin de onça, snakers pretos e uma camisa de seda preta. Prendo meus cabelos em um rabo de cavelo alto e pego meus óculos escuros. Eu teria que encarar o mundo, por que eu não tinha permissão de sofrer sozinha, não era minha profissão, nem uma opção.