Fanfic: Encontros e Desencontros | Tema: RBD

Senti que estava deitada, mas não tinha forças para abrir meus olhos. Cada membro do meu corpo doia, e a falta de ar que eu sentia me fazia querer gritar. Aos poucos meus olhos foram se abrindo e uma claridade minima foi entrando. Tudo estava tomando forma, e os borrões iam se formando em poltronas, cama, janela, aparelhos. Aparelhos, esses que apitavam a cada batida do meu coração, a cada respirada mais forte. Olhei para cima e uma luz forte veio em minha direção.

Caminhão.

Levantei tão rapido quanto pude, logo duas enfermeiras e um médico estavam em cima de mim. Eu queria que eles parassem, mas eles falavam entre si. Rostos confusos, seus gritos misturados aos meus e logo me senti mole, o ar que eu puxei não foi o suficiente para encher meus pulmões, e uma dor começou em minhas costas.

__ Dulce? Pode me ouvir. Respira Dulce, devagar. A dor vai passar, mas fique calma, faça tudo devagar.

Meu corpo foi sendo deitado devagar, assim como minha respiração foi voltando com a ajuda de um aparelho entra minhas narinas. Me senti fraca, mas não sonolenta. Queria perguntar do meu irmão, mas tentar falar era como dar uma facada em minhas costelas, resolvi apenas ouvir.

__ Olá Dulce Maria, que bom que acordou. Sou o Dr° Casillas. Dulce eu te peço paciencia ok? Sei que você quer saber do Pablo, da sua familia, mas fique calma. Vamos nos focar em você primeiro. Evite se mover, você está com três costelas quebradas, vai dor para falar, para respirar, então tudo no seu devido tempo. Seu pulmão teve uma compressão, por isso a dificuldade para respirar, os aparelhos irão te ajudar, e quando melhorar, nós os tiramos. Sua cabeça vai doer um pouco, mas com os remedios certos ela vai passando. Você precisa estar bem, e me ajudar a te ajudar. Você será submetida a uma bateria de exames agora, tenha paciencia, muitos amigos seus e familiares estão ai fora, então quanto mais colaborar, mais rapido você os verá.

Aceitei tudo, eu precisa estar bem, para ver os outros. Fui levada para uma sala onde passei por diversos aparelhos, levei varias picadas de agulha, tiraram sangue, liquido da espinha e afins.  Após algumas horas, eu estava tomada banho (com ajuda das enfermeiras), com pijama, cabelos penteados e deitada na mesma cama na qual estava antes dos exames. Os aparelhos todos ligados em mim, fios por toda a extensão do meu tronco, soro em minhas mãos, fluxo de ar em minhas narinas e medidos de batimentos em meu dedo indicador.

Fechei os olhos, como estaria Pablo? Ele estaria bem? Vivo? Óh não por favor Deus, ele tem que estar vivo. Eu não lembro de muita coisa, vi Pablo de repente se jogar em cima de mim, gritei seu nome e olhei do lado, vi uma luz muito forte de um caminhão, só. Olhei meus braços, o direito estava todo ralado, e já podia ver as casquinhas se formando, meu rosto, olhando pelo reflexo de uma bandeja de inox se mostrava ralado na testa, junto com um curativo em cima da minha sombrancelha, o olho embaixo do curativo levemente roxo. Passei a mão e sorri levemente, acho que levei pontos aqui.

Me sentia cansada, a falta de ar ainda era grande, então tentava ficar quieta, sentia fortes dores nas costelas, que iam passando a cada pingo que caia do soro, provavalmente misturado a algum outro remedio. O que podia fazer agora? Esperar para ver alguem, então meus olhos foram se fechando aos poucos, cai em um sono sem sonhos.