Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

- Ual... – foi o que saiu dos lábios da garota.

Anahí bateu com o cotovelo nela, para que disfarçasse.

- Já almoçou, Any? – ele perguntou.

- Ahn, não, ainda não.

- Não quer ir comigo?

Ela olhou para Dulce e esta por sua vez, começou a falar parecendo que não teria mais fim. – Olha a hora! Estou atrasadíssima! Eu já estou indo, Any. A gente se fala depois, ok? Pode ir almoçar!

- Está com ela? – ele perguntou. – Se já combinou algo...

- Não! Nós não combinamos nada! – Dulce respondeu por Anahí. – Any, eu te ligo mais tarde. – despediu-se dela com um beijo no rosto, deu um sorriso estridente para Alfonso e saiu da loja.

Eles riram. – Maluca essa sua amiga, hein? – Christian disse.

- Olha quem fala! – Anahí o zombou e bagunçou o cabelo dele com uma das mãos.

Convite aceito, ela acompanhou Alfonso para fora da loja e foram até uma lanchonete.

Anahí se sentia cada vez mais a vontade, sem mais ter a sensação de que seu rosto queimava todo o instante que estava com ele. Às vezes sim, ela não podia evitar essas sensações, mas as coisas estavam sob controle.
E bem, ele já sentia o mesmo. Anahí até zombava da cara dele quando um sorriso escapava. Não era mais constantemente o cara sério. A não ser com certo assunto, que ela descobriu que ele não gostava muito de comentar.

- Hum, Poncho... – ela disse na pausa de uma mordida e outra em seu lanche. – O que são aqueles papeis no seu quarto? Te processaram por alguma coisa? – ela riu, mas logo cessou, pois sua feição havia se fechado um pouco.

- Não. – limpou o canto da boca com um guardanapo e voltou a falar. – Já trabalhei como advogado.

Instantaneamente, Anahí arregalou os olhos surpresa. – Você é advogado?!

- Fui, não sou mais.

- Por que?!

- Não gostava. – balançou os ombros.

- É... Você não combina com terno, gravata e um tribunal. A não ser por essa sua cara de bravo. – ela tentou descontrair um pouco e riu. E ele pareceu amolecer a cara fechada. – Há quanto tempo não trabalha mais com isso?

- Sei lá... Faz uns quatro anos.

- E guarda tudo aquilo ainda por que? – sua curiosidade não deixava controlar sua boca.

- Porque sim. Já terminou? – Alfonso pareceu impaciente.

- Uhum. – ela respondeu intimidada e se levantou da mesa junto a ele.

Depois do almoço, Anahí percebeu que Alfonso não lhe deu muita chance pra conversas. Sempre parecia ocupado demais. Talvez ele não tivesse gostado que ela se intrometesse nos assuntos dele, então ela não faria novamente. Ao menos uma coisa muito boa acontecia naquela tarde. Anahí atendia um colecionador fanático por discos de vinil e cinco dos que ele procurava faziam parte dos discos encalhados na loja. Após a saída dele da loja, ela logo foi tirar sarro de Christian.

- Acho melhor você e o Poncho prepararem o bolso pra me pagar essa aposta.

- Ah, você não apostou nada! – ele riu. – O pagamento fica entre nós dois só.

- E eu não vou sair ganhando nisso? – fingiu estar indignada.

Christian levantou os ombros. – Depende do ponto de vista.

- O que vocês apostaram? – ela perguntou preocupada.

- Quem ganhar leva você pra jantar.

Anahí estranhou. Na verdade, ficou bastante surpresa. Imaginaria que eles tivessem apostado algo como dinheiro, ‘dez pratas’, um gibi raro do Batman.

Christian riu dela. – Eu disse que você desistiria em dois dias, já Poncho deu uma semana.

- O que vocês estão falando de mim aí? – Alfonso apareceu e foi até o balcão, se juntando aos dois.

- Chega aí, Poncho. To falando da nossa aposta.

- Você contou?! – ele disse desapontado.

- Ué...! Eu já perdi. – Christian disse um tanto triste, porém em seguida sorriu.

- Não vi meu lucro nessa aposta. – Anahí reclamou brincando.

- Já está achando que vai ganhar? – Alfonso a encarou.

- Acabei de vender cinco discos. – sorriu como se tivesse vencido uma batalha.

- Isso não quer dizer que vai vender todos. – Poncho insistia. – Ainda acho que até o fim da semana você desiste.

- Se não desistir, você ganha a aposta e escolhe com quem quer jantar. – Christian propôs para ela.
Desta vez, os dois ficaram tímidos.

- Sou uma ótima companhia, viu Any? – o garoto engrossou a voz e deu uma piscadela para Anahí.

Ela apenas riu. – Christian, você é novo demais.

- Quatro anos e meio! Pareceu que sou uma criança... – ele resmungou.

- Sua mentalidade é, no mínimo, dez anos mais infantil.

- Menos desenvolvida. – Alfonso brincou.

Christian fez uma careta aos dois. – Tudo bem. Então perdi de qualquer jeito. Se ganhar, vai escolher o Poncho.

Agora era ela quem fazia uma careta. – Não disse isso.

- Ué, tem mais alguém apostando alguma coisa aqui? – ele olhou ao redor.

A entrada de uns garotos na loja fizeram com que eles cessassem o assunto e cada um continuasse sua atividade no trabalho. Até o fim de seu expediente, Anahí só pensava naquela história de aposta. Seria melhor Christian nem ter contado a ela, ela pensava.

Mais um dia estava quase no fim. Ana Paula já estava em casa, as duas haviam jantado e agora quase pegavam no sono assistindo televisão. Anahí só despertou, pois o telefone tocava.

- Alo? – ela atendeu sonolenta.
Mas ninguém respondeu.

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