Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

Possivelmente, em menos de um minuto Alfonso já chegaria em frente ao seu apartamento, e nestes segundos, a única coisa que ela fez foi se olhar no reflexo dos armários da cozinha e arrumar o cabelo. Pôs a mão na maçaneta, girou-a e se deparou com ele já ali.

- Boa noite. – ele mantinha o canto dos lábios contraído num sorriso discreto.

- Boa noite. – ela o cumprimentou com um beijo no rosto. – Entre.

- Espero não estar incomodando.

- Não, está tudo bem. Só vou levar Ana Paula para a cama. – Anahí foi até a menina, seguida por Marley que também viera com Alfonso.

Não demorou muito para levar a menina até o quarto e para voltar à sala. Lá, encontrou Alfonso observando os porta-retratos que estavam dispostos ao lado da televisão.

- Achei que ela fosse acordar com o Marley. – Anahí comentou, fazendo Alfonso se virar.
- Eu o mataria se começasse a latir.

Ela riu. – Bem, então, o que quer conversar? Algum problema na loja?

- Nenhum, não tem muito a ver com a loja o que vim falar.

- E então...? – ela apontou para o sofá para que ambos se sentassem.

- Christian me disse que ouviu você dizer que o salário não dava pra pagar todas as suas contas...

- Ah, não. Ele ficou ouvindo o que eu conversava com a Dulce...! – disse chateada.

- Ele disse que não pôde não ouvir. Mas fique tranquila.

- Bem, ele ouviu errado, pois está tudo bem. – tentou mentir, mas Alfonso pareceu não cair naquela. A olhava desconfiado.

- Tem certeza? Se precisar, posso adiantar alguma coisa pra você ou aumentar...

- Não, Poncho. Já é muito o que ganho pra trabalhar lá e foi um favor você oferecer uma vaga que nem existe.

- Ah, não foi um favor, pare com isso. – ele fez uma careta. – De verdade, se precisar de ajuda...

- Está tudo bem, obrigada. – ela o interrompeu, mas logo deixou a indelicadeza de lado. – O que apertou foi a escola ter negado bolsa para a Ana Paula, mas não é uma despesa exagerada.

- Ela está na escola particular de Broklyn, não é?

Ela assentiu e perguntou, mudando de assunto. – Quer comer alguma coisa? – e foi até a cozinha.
- Hum... Se tiver café. – ele a seguiu.

Anahí riu. – Sua mãe nunca lhe disse que ficaria preto de tanto tomar café?

- Sou resistente a esse efeito colateral. – disse com tom de vantagem.

Preparou um café em poucos minutos e serviu para ele. – Bem forte, com o dobro de pó de café.

- Do jeito que eu gosto. – ele sorriu e deu o primeiro gole. – Não vai beber?

- Não, depois não conseguiria dormir.

Alfonso virou o rosto e mirou outra vez as fotografias. – Posso perguntar uma coisa?

- Que coisa? – ela ficou desconfiada.

- Já que você quis saber sobre aqueles meus papeis e já sabe que fui até advogado...

- Ah... – Anahí cerrou os olhos e sorriu. – Essa é a chantagem.

Ele riu. – Não é chantagem. Você nunca fala sobre isso e ele não está nas fotos, mas... Aonde está o pai da Ana Paula?

Anahí engoliu seco e ficou pálida de repente. E Alfonso se arrependeu de perguntar aquilo.