Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

- Não precisa responder.

- Tudo bem, não tem nada demais. – ela mentiu.

E ele, obviamente, percebeu. – Não tem nada demais? E então qual motivo para você ficar assim?

Anahí abaixou o olhar, mas voltou a falar. – Não gosto de tocar nesse assunto, mas também não é proibido. – ela o olhou e ele prestava atenção. – Eu me separei do pai da Ana Paula e depois de um tempo, viemos pra cá.

- Não foi amigável essa separação, não é? – ele perguntou e ela respondeu apenas com o balançar da cabeça negativamente. – E onde ele está agora?

- Não sei.

- Ele deixou vocês? – perguntava com certa cautela.

- Nós viemos embora. – respondeu com um peso gigante na fala, suspirando ao final. – Minha família ficou em Bronx.

Os dois, depois disso, ficaram em silêncio por alguns instantes. Até que Anahí voltou a falar.

- Eu e o Christopher brigávamos muito. As coisas estavam ruins quando eu engravidei. Éramos muito novos, eu tinha vinte anos e ele vinte e três. – fazia muito tempo que ela não ia com essa intensidade no assunto, então podia sentir a voz quase falhar certos momentos. E Alfonso seguia com os olhos concentrados nela. – Parecia que não podia piorar, mas quando resolvemos morar juntos, eu virei alvo da embriaguez dele assim que chegava em casa.

- Alvo? – ele repetiu a palavra com a voz preocupada.

Anahí gaguejou, mas já tinha deixado escapar a palavra. – É... Ele era um pouco violento.

- Ele te batia? – o cenho dele franziu de uma maneira que o deixava com a cara muito brava, mais que das vezes que Anahí tentava lhe arrancar um sorriso.

- É. Não. Não bem assim, Poncho... – gaguejou e sua voz não saiu mais. Sentiu o nó na garganta se formar e uma forte emoção. Vinha de Alfonso uma energia, seu apartamento meio escuro começou a lhe causar um medo, nada que poderia ser explicado.

- Any... – ele tentou segurar na mão dela, mas Anahí retirou-a dali tão bruscamente que bateu na xícara e derrubou café por todo o balcão.

- Desculpa...! – disse, com os olhos mareados.

- Calma, Any. – Alfonso não sabia exatamente o que fazer. Enquanto tentava raciocinar sobre tudo aquilo que Anahí confessara, observou-a pegar um pano e limpar a sujeira.

- Desculpa, Poncho. – ela murmurou, enquanto passava o pano limpando o café.

- Não precisa se desculpar de nada. Eu que não deveria ter perguntado... – ele disse.

Anahí passou rapidamente o pano ali, deixando tudo em absoluto silêncio. Mas finalmente falou.

- Apesar de estar assim, acho que me fez bem falar um pouco... – jogou o pano dentro da pia e secou as lágrimas com o punho, mas também teve a ajuda de Alfonso, que estava parado na sua frente e passou o polegar na bochecha dela.

- Não sei muito dessa história toda, mas pelo jeito, você já recomeçou sua vida. Então, só depende de você. – ele beijou o rosto dela e a puxou para um abraço, fazendo Anahí deitar a cabeça no peito dele. – Foi mal te fazer chorar. – agora eles se olhavam.

- Foi mal esse papelão...! – ela brincou imitando-o.

Os dois riram.

- To indo nessa.

Anahí o acompanhou até a porta e então, ele foi embora.

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