Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

- Não posso mais ficar aqui. – dizia enquanto pegava uma mala em cima do armário. – Ele vai voltar amanhã, não ouviu?

- E pra onde você vai? Any, por favor!

- Não sei. Já fiz isso uma vez, posso fazer de novo.

- Ligue para o Poncho.

- Nunca. – ela olhou de lado e continuou a jogar algumas peças de roupas dentro da mala.

- Então, eu ligo!

- Dulce, você não vai fazer isso. – Anahí a segurou. – Não quero envolvê-lo nisso.

- Então não vá embora, Any. Por favor. – agora era ela quem tinha os olhos mareados.

A loja já tinha o primeiro cliente quando Christian chegou.

- Desculpe o atraso. – disse, jogando a mochila atrás do balcão e tomando seu lugar no balcão.

- Foi dormir tarde ontem? – Alfonso perguntou.

- Ah, mais respeito, Alfonso. Você mesmo deixou Viviana na casa dela.

Ele riu. – Mas vocês estavam animados no carro.

- Percebeu isso? Achei que estivesse mais interessado na Anahí.

Alfonso pigarreou e não pôde disfarçar.

- Ficou com ela? – Christian perguntou com certo tom de brincadeira.

- Vai cuidar da sua vida, garoto. – deu-lhe um soco no ombro.

- Aha, vocês ficaram, né?! – ele quase gritou, porém tornou a postura ereta com o cliente em sua frente, esperando ter sua conta finalizada.

Christian processou todos os produtos do homem, cobrou o valor e agradeceu. Olhou para o relógio e se virou para Poncho, que ainda estava ao seu lado.

- Parece que a Anahí também foi dormir tarde...

Isso fez o outro rir. – Não aconteceu nada. Apenas nos beijamos.

- Beijaram?! Eu sabia!! – o garoto ria, parecendo que havia ganhado alguma aposta.

- Sabia o que, Christian? – Alfonso lhe deu um tapa na orelha de brincadeira.

- Eu sabia... Vocês dois... Tava demorando. Mas e aí, vai perdoar o atraso dela?

- É melhor você sumir daqui! – fingiu estar bravo, até que Christian saísse quase correndo dali, indo fazer suas atividades.

Alfonso não conseguiu não pensar em Anahí. E até passou por sua cabeça que foi uma pena não ter estado mais algumas horas com ela na noite anterior. Mas ele sabia que não seria certo, não com ela. Tudo estava muito bom da maneira que ocorria.

- Aliás, onde ela está? – ele se perguntou, olhando mais uma vez as horas e vendo que Anahí estava quase três horas atrasada, o que não era nada normal.

A área ao redor dos olhos tinham marcas escuras, as quais indicavam a noite em claro. Anahí nem ao menos tentou dormir um pouco. Estava com os nervos a flor da pele. Não sabia se trancava todas as portas e janelas do apartamento, ou se corria dali. Bom, não sabia se era o certo, mas por insistência de Dulce, ela ficou.

Agora, quase onze, ela esperava por algum sinal de Christopher.

- Queria que Ana Paula não estivesse aqui. – ela disse em voz baixa, enquanto sua filha assistia desenhos na tv.

- Você tem que manter o controle. – Dulce aconselhou. – Acho que assim ele também irá manter o dele.

- Duvido. – Anahí disse, limpando uma única lágrima que insistia em cair.

- Any, ele não vai fazer nada. – pegou a mão dela e tentou passar o máximo de confiança que podia.

Na base do café, as duas permaneceram acordadas até a chegada de Christopher, que aconteceu minutos depois do apoio de Dulce.

- Deve ser ele. – a ruiva disse, indo em direção ao interfone.

- Eu vou falar com ele lá fora.

- Tem certeza? – perguntou antes de atendê-lo.

Anahí assentiu.

- Ahn, Christopher... Mas ela disse que vai descer. – ficou um instante em silêncio, provavelmente ouvindo o que Christopher dizia. – Tudo bem, tudo bem. Então suba.

Anahí parou ao ouvir aquilo. – Eu não disse que ia descer?

- Ele insistiu em subir. – Dulce voltava a ficar com as mãos trêmulas. – Disse que você vai precisar de uma mesa pra assinar uns papéis.

Olhou desconfiada, tentando imaginar o que ele quis dizer com aquilo.

- Será que ele quer se divorciar de uma vez?! – disse quase animada.

- Acho que não, Dulce. Tenho até medo de imaginar o que é...

E não precisou imaginar muito. Logo, Christopher já estava batendo na porta, esperando que alguém o atendesse.

- Ana Paula, vem comigo, vem... – Dulce a chamou para o quarto, fechando a porta.
Anahí respirou fundo e abriu a porta, encarando o seu maior medo.

- Bom dia. – ele a cumprimentou, mas não tinha mais o mesmo humor da noite passada.
Ela não respondeu e Christopher parecia esperar alguma gentileza dela.

- Se me tratar assim, não vamos começar bem.

Respirou fundo, já sem paciência. – Entre e fale o que precisa falar, por favor.

Ele deu uma risada irônica, mas entrou finalmente. Olhou a cafeteira sobre o balcão da cozinha e pediu: - Ainda tem café?