Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

- Aí, estávamos perguntando por você. – Christian disse.

- Desculpe não ter aparecido hoje cedo.

- Aconteceu alguma coisa?

- Ahn, não! – Anahí deixou sua bolsa atrás do balcão, igual a Christian, e fingiu estar tudo bem. – A Ana Paula não estava passando bem, então fiquei em casa...

- Mas ela está bem agora? – Alfonso insistia, preocupado.

- Sim, está ótima. – ela sorriu amarelo. – Bem, alguma coisa pra arrumar no estoque?

- Chegaram algumas coisas... – ele apontou para a escada dos fundos, mas estava sem jeito. Por que Anahí estava agindo como se nada tivesse acontecido?

- Vou arrumar então. Qualquer coisa, me chamem. – e partiu para os fundos, até os quartos.

Os dois que ficaram ali olharam para o outro, nenhum entendendo aquilo.

- Você percebeu? – Alfonso perguntou a Christian, apontando para os próprios olhos.

- É, Poncho... Você a assustou tanto, que está cheia de olheiras por não dormir. – zombou, batendo no ombro dele.

Ele riu e se livrou da mão de Christian, mas ainda estava estranhando o jeito de Anahí.
Anahí tinha três caixas de camisetas para arrumar. Separar os tamanhos, as estampas... Mas nada distraia sua mente. Todo segundo, ela olhava para o celular, verificando se Dulce ou outro alguém lhe ligava. Só estava ali no trabalho, porque sua amiga garantiu que não largaria Ana Paula e para tentar agir naturalmente com os dois na loja.

As palavras de Christopher não saiam de sua cabeça. Parecia que ela podia ouvi-lo ali, agora. E pior que isso, era a energia que ele lhe trazia. Mesmo longe, horas depois de ter estado com ele, a negatividade de sua presença a acompanhava, fazia o corpo de Anahí tremer. Sem entender, num instante de desespero, ela voltou a chorar, ali, sozinha.

Não exatamente sozinha...

- Any? – Alfonso apareceu no quarto, mas Anahí não tinha forças para segurar o choro.

– Por que está chorando? – perguntou preocupado, abaixando ao lado dela.

Ela não conseguia falar, os soluços atropelavam sua voz.

- É a Ana Paula que está doente? – ele perguntou segurando o rosto dela com as duas mãos.

Anahí balançou a cabeça negativamente.

- Então, por favor, fale! Não precisa esconder... – estava quase desesperado em não saber o motivo de deixar Anahí daquela maneira. Estava tão amedrontada, encolhida em si mesma.

- O Christopher voltou... – ela murmurou.

Alfonso franziu o cenho e pôde entender um pouco. – O que ele queria? Ele bateu em você?!

Ela balançou a cabeça negando outra vez e continuava com aquele choro que parecia não ter fim, igual a seu temor.

Sentiu, de repente, os braços dele ao seu redor, o que lhe acalmava um pouco, mas muito pouco. Ele esperou que aquele choro intenso cessasse e então, voltou a fitá-la.

- Está mais calma? – perguntou e recebeu um sim com o balançar da cabeça. – Então, quer me contar o que aconteceu?

- Ele quer a guarda da Ana Paula.

- Espere aí. – ele riu sem realmente achar aquilo engraçado. – Pra que ele quer a guarda? Agora? Depois de causar mal a vocês duas?

- Ele quer me atingir, Poncho. – dizia quase em desespero, ainda com a voz falha. – Ele tem dinheiro e vai conseguir. Vai fazer isso até cansar, até me ver sem minha filha.

- Ele já tem alguma liminar pra ter a guarda da Ana Paula?

- O que? Como assim? – ela não entendeu aquele termo tão característico de advogados.

- Ele já tem o pedido, ou uma ação ganha?

- Ele me entregou um papel pra assinar, que está na minha bolsa. Como se eu fosse aceitar tudo amigavelmente.

- E quando você se negou a assinar, o que ele fez?

- Disse que o advogado dele me procuraria.

Alfonso ficou calado um instante, pensando sobre tudo aquilo que Anahí lhe contara.

- Poncho...? – ela o chamou, tomando-lhe sua atenção. – Eu estou com medo...

Então, ele a abraçou mais uma vez. - Você não precisa ter medo, está bem? E eu quero que você me conte quando ele aparecer de novo. – disse, agora mirando nos olhos dela.

Anahí assentiu e ambos ficaram em silêncio. Ela olhou que Alfonso ainda a segurava pelos braços e então, o puxou pra mais perto, beijando-lhe os lábios. Ele foi pego de surpresa, mas nem por isso deixou de acompanhar o ritmo que ela levava.

A boca dela estava tão necessitada de seus beijos, que quase não percebeu as mãos dele por de baixo de sua blusa. Alfonso escorregou as mãos pelas curvas da cintura dela e, por excitação, a apertou. Isso seria absolutamente normal e estimulante se não estivesse tratando de Anahí. Esta pareceu assustada com os toques pesados e parou tudo repentinamente, afastando-se.

- Fiz algo de errado? – ele perguntou, meio sem ar.

- Não. Desculpa. Acho que aqui não é o melhor lugar e eu não sou a melhor pessoa pra isso...

- Do que está falando?

Ela se levantou, ajeitando a roupa em seu corpo e carregou uma das caixas. – Vou terminar isso daqui. – e saiu em direção à loja, deixando Alfonso ali, desapontado e preocupado.

Me desculpem meninas por não ter postado, prometo que hoje vou recompensar vocês pela minha ausência. Obrigada pelos comentários!