Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

Anahí estava envergonhada pela atitude que tomara no quarto com Poncho. Havia começado com o beijo, mas interrompeu quando ele a acariciava. Ela não estava se fazendo de difícil, ou não era do tipo que instiga e depois tira. Aqueles toques pesados na pele faziam-na lembrar de Christopher, quando tudo começava com carícias e terminava em agressão. Ao ter a pele pressionada, ela sentiu medo e a única coisa que conseguiu fazer foi afastar-se totalmente de Alfonso.

Não sabia o que ele estava pensando, se era algo bom ou ruim. Talvez ela pudesse explicar melhor o que ocorrera. Não queria perdê-lo.

Durante a tarde, Alfonso tinha analisado o documento que Christopher entregara a Anahí. Ele não exercera muito tempo a profissão de advogado e nem era especialista nesta área familiar, mas ainda tinha a visão técnica pra pensar nas atuais circunstâncias de Anahí, das razões de Christopher na ação e em todas as possibilidades pra que ela tivesse as vantagens em continuar com a guarda de Ana Paula. Esta última era difícil em relação á condição financeira dela, mas com o histórico de agressão, Anahí podia ganhar qualquer ação.

Mas havia um problema. Anahí sempre teve medo e nunca levou adiante as denúncias contra Christopher. Atualmente, eles não teriam como provas as agressões apenas com o relato dela própria e de sua filha.

- Poxa, Any. Que barra essa agora, hein? – Christian conversava com ela, enquanto ambos tinham tempo livre. – Agora que as coisas estavam indo bem... – sua voz tinha certo tom de brincadeira e ele dizia baixo, já que Alfonso estava logo ali ao lado, no fim do balcão.

Anahí, mesmo com os ânimos pra baixo, ainda podia perceber as piadas de Christian. – O que você quer dizer com isso? – mantinha um sorriso discreto no canto da boca.

- Eu? Não sei... – ele riu.

- É... Mas quando as coisas estão boas demais, alguma coisa acaba dando errado.

- Pessimista.

- Realista. – ela o corrigiu.

O celular de Anahí tocou e um garoto chegou na loja, interrompendo a conversa de ambos. Mas Alfonso, que ainda estava ali, ouviu o que ela conversava no celular...

- Não, Dul... Você não precisa ficar em casa essa noite de novo. – e deu uma pausa, ouvindo o que a amiga dizia do outro lado do telefone. – Dul, você tem as suas coisas, o seu trabalho. Daqui a pouco eu volto pra casa e você pode ir. – e outra pausa foi dada. – Tudo bem. Tchau.

- Any...? – perguntou. – Algum problema?

Ela o olhou de lado, com os olhos tristes e suspirou. – Estou com um pouco de medo de ficar sozinha em casa, e a Dulce precisa trabalhar, ir pra casa dela... Não dá pra ela ficar sempre lá.

- Hum... Você quer... Alguma ajuda minha? – perguntou sem graça.

E Anahí quase arregalou os olhos com aquilo. – Ah, na-ão. Não precisa.

- Não quero me intrometer ou invadir seu espaço, mas se quiser, pode contar comigo.

Ela engoliu seco e assentiu, ainda tímida.

Já era hora de fechar a loja e parecia que aquela noite, o céu estava mais escuro do que em qualquer outro dia. Conseqüências do inverno que começava a ficar rigoroso.

- Estou indo. – disse Christian. – Até amanhã! Tchau, casal!

Os dois olharam para o garoto e riram, acenando.

- Ahn, Poncho...

- Hum? – ele ainda estava atento às últimas contas que fazia no caixa.

- É... Você ainda pode ir lá pra casa...?

Naquele mesmo instante, ele levantou a cabeça e a fitou.