Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

Anahí riu e disse, mordiscando o canto dos lábios. – Eu achei que dava pra agüentar ficar sozinha, mas estou me sentindo insegura só em voltar pra casa...

- Claro que eu vou. Já havia lhe dito.

- Obrigada. – ela sorriu.

- Você termina aqui pra mim? Vou pegar um casaco.

- Claro! – Anahí tomou o lugar dele, enquanto ele subia no segundo andar para buscar algumas coisas.

Dulce já estava à espera de Anahí para que pudesse ir embora. Estava preocupada com elas duas, porém ela tinha seu trabalho e sua casa pra cuidar. Havia oferecido a Anahí que fosse junto, mas ela disse que atrapalharia Dulce da mesma maneira.

Ana Paula estava ainda agitada por não ter gasto energia todo o dia, já que não fora para a escola. Dulce brincava com algumas bonecas na sala, quando as duas ouviram passos na escada do prédio e um cachorro latir.

- Marley! – a menina gritou e saiu correndo até a porta.

- Ana Paula, não é pra abrir a porta! – a ruiva chamou sua atenção, mas a menina já estava no hall, chamando pelo cachorro.

Ao ver que Alfonso acompanhava Anahí e ele ainda trazia uma mochila nas costas, Dulce já havia entendido tudo. Sorriu e não disfarçou quando encarou a amiga.

- Desculpa a demora, Dul. – Anahí disse.

- Imagina, está tudo bem! – e quando Poncho chegou ao hall, ela se virou a ele. – Oi!

- Oi, Dulce. – ele a cumprimentou com um beijo no rosto.

- Resolveu seu problema de falta de segurança? – falou para Anahí, que por sua vez, sentiu o rosto corar.

- É, pra todo mundo ficar mais seguro. – ela não lhe deu muita corda.

- Então, vou indo...!

- Obrigada, Dul!

- Não precisa me agradecer. Só quero que me ligue se precisar de alguma coisa.

- Tudo bem. – despediu-se dela. – Tome cuidado até chegar em casa! – pediu e deu um aceno de Dulce, antes que desaparecesse pelas escadas.

- Mami, o Marley!! – a menina abraçava o cachorro, parecendo que ia enforcá-lo.

- Vamos, filha, entre. – pediu e levou todos para dentro.

Anahí, depois de travar todas as trancas da porta, tinha a sensação de que aquelas ainda não seriam o suficiente. Chegava a ficar irritada com essa insegurança que não lhe deixava.

Mas agora não tinha motivos pra isso.

- Poncho, por que você não trouxe mais o Marley pra brincar comigo? – Ana Paula o questionou.

- Você que não foi mais me ver. – ele brincou com ela.

- Minha mãe nunca me leva! – fez um bico e recebeu uma lambida do cachorro na bochecha. – Beijo não, Marley! – apontou o dedo para ele.

- Ana Paula, vai lavar a mão pra nós jantarmos, vai. – Anahí ordenou e a menina logo correu para o banheiro.

- Quanta honra comer algo preparado por você! – Alfonso brincou, enquanto a observava tirar a carne no forno.

- Ah, claro. É um pouco sofisticado, mas acho que, um dia, você consegue fazer algo parecido.

- É, comprar a carne preparada na cantina e esquentar no forno são realmente coisas que eu preciso aprender a fazer. – ele riu.

- Preparada não. Semi-preparada. – ela o corrigiu e também riu.

Alfonso levou os pratos e talheres que Anahí havia separado até a mesa, enquanto ela preparava Ana Paula na cadeira, pois só dava atenção ao cachorro.

- Filha, termine de comer e depois brinque com o Marley.

- O Marley vai dormir aqui? – ela mantinha os olhos arregalados de ansiedade e mastigava rapidamente um pedaço de carne.

- Vai.

E a menina quase pulou da cadeira de felicidade.

- Só se você terminar de comer. – Alfonso propôs a ela.

- Vou comer tudo, tudinho! – e ela se concentrou em apenas terminar a comida.

- Muito bem. – Anahí disse olhando Poncho.

- O que? – ele perguntou, mas já sabia do que se tratava e riu.

- Ela já está obedecendo você.

- Sou extremamente experiente com crianças. – contou vantagem e sorriu de lado.

- Imagino. – ela disse irônica e sorria também.

- Ele pode comer? – Ana Paula interrompeu a conversa dos dois, enquanto tinha um pedaço de carne separado no prato. A cabeça dela já tramava dar a comida ao cachorro que estava sentado ao seu lado, com a língua para fora e os olhos atentos.

- Não... – ele avisou.

- Só um pedacinho...? – ela pediu.

- Ele vai ficar com dor de barriga.

- Eu cuido dele!

- Ah, vai sobrar pra mim isso aí. Dê um biscoito.

- Um biscoito! – outra vez, os olhos dela ficavam arregalados e brilhavam de alegria. Não demorou nem um segundo pra descer da cadeira e ir em busca do pote de biscoitos.

Anahí riu mais uma vez. E de verdade, estava maravilhada com aquilo. Via que sua filha estava saudável e feliz mesmo com todo aquele tormento que passavam mais uma vez, e para melhorar ainda mais, desta vez não estava sozinha. Alfonso havia se interessado por cada detalhe de sua vida e cuidado de suas fraquezas quando elas apareceram.

Anahí esperava mais alguns minutos deitada na cama de Ana Paula, para que tivesse certeza de que a filha já dormia bem. Levantou-se com cuidado, deixou Marley deitado no tapete ao lado e fechou a porta ao sair.

- Você sempre tem que deitar com ela pra que ela pegue no sono? – ele perguntou quando Anahí já estava de volta na sala.

- Uhum... Desde a época que estava com o Christopher. – ela se sentou ao lado dele no sofá. – Eu tinha medo que ele entrasse no quarto dela quando chegava de madrugada...

Mais uma vez, ele ouvia outra história dela e ficava em silêncio, pensativo.

Anahí tossiu, sem graça. – A gente pode falar de outra coisa, né.

- Claro.

- Como... O quanto eu estou agradecida. – disse timidamente.

Ele a fitou com ternura e riu. - Ah, se está falando de estar aqui...

- Sobre tudo. – interrompeu o que ele dizia. – Desde a primeira vez que resolveu me ajudar.

Ambos se olharam tão profundamente, que uma energia era sentida dentro do peito.

- Sabe, é engraçado pensar que se algum detalhe daquele dia tivesse sido diferente, isso não aconteceria.

- Não estaríamos jogando essa conversa fora, tão nostálgica... – ela disse, fazendo os dois rirem.

E depois da risada, o assunto chegava ao fim novamente, instalando um silêncio rápido.

- E... Há algo que está me incomodando... – Anahí tornou a falar e ele prestava atenção. – Hoje, quando... Bem... – ela pigarreou, recuperando a voz que havia sumido. – Quando te beijei. Aquilo não foi pra te usar, ou porque eu estava meio louca, atormentada com os problemas...

- Não acho que fez por isso. – ele disse, calando-a por estar surpresa. – Você tem seus medos, mas não acho que é covarde pra ter que fingir que nada está acontecendo. Admiro como você leva a vida mesmo depois das histórias que me contou. – levou uma das mãos até o rosto dela e segurou, impedindo que ela desviasse o olhar dele. – Você nem sabe, mas agora penso em fazer coisas que deixei pra trás.

   Próximo capítulo... A primeira noite Ponny e fortes emoções! Comentem...