Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

Anahí levantou a cabeça e o fitou sorridente. Ele respondeu com outro sorriso.

- Mas e você... – ela foi para um novo assunto. Não tão novo assim. – Parece gostar tanto dessa coisa de advogado...

Alfonso não a abraçava mais, porém mantinha o corpo próximo ao dela.

- Estou interessado em cuidar de vocês duas.

Ela sorriu com ternura sobre o que ele dissera, mas logo o olhou desconfiada. – Aposto que não é só por isso.

Essa conversa toda o fez respirar fundo. Não estava mais à vontade. – Tudo bem. As coisas não foram tão simples assim... – ele começou e ela o ouvia atentamente. – Fui estudar advocacia, porque meu pai também era advogado. Ainda é. Mas depois que minha mãe morreu em um acidente de carro, eu achava que ele era o culpado e pra condená-lo, resolvi largar tudo, ser alguém que ele nunca aceitaria.

Depois das palavras atropeladas e ansiosas de Alfonso, Anahí não sabia qual parte daquilo tudo havia soado pesado pra ela. Se a parte do acidente ou a rebeldia de Alfonso. Engoliu seco, visivelmente sensibilizada com o que ouvira. Alfonso sentia algo parecido. Era a primeira vez que ouvira sair da boca dele aquela história e pareceu mais forte do que ele imaginava.

- Vestindo uma camiseta de banda de rock, fumando o dia inteiro... – tentou descontrair descrevendo a casca que Alfonso criara sobre si.

Ele riu sem muita vontade e continuou pensativo.

- Então... – Anahí tornou a falar. - Seu pai realmente causou o acidente?

- Indiretamente. – respirou fundo mais uma vez. - Ela descobriu que estava sendo traída, brigou com ele e saiu com o carro. Hoje eu não sei direito o que acho sobre isso... Faz muito tempo. – sua voz ficava mais grossa e densa; parecia que estava tentando tomar o controle das sensações.

- Nunca mais falou com ele?

Ele balançou a cabeça negando, e não olhava mais Anahí nos olhos.

- Ei! – Christian de repente surgiu na sala. – Desculpe atrapalhar, mas sua amiga ruiva está aí, Any.

- Já estou indo, Chris. – ela avisou e então, voltou-se para Alfonso outra vez. – Não tem vontade de vê-lo?

Alfonso respirou forte, passando a mão nos cabelos. – Ah, Any... Acho que não. Ele nunca me procurou e eu nunca voltei atrás... Acho que vai ficar assim. – e ele tentou sorrir. – Vai lá ver o que a Dulce quer.

Ela não insistiu. Deu-lhe um beijo antes de sair e foi ao encontro da amiga.

Depois do expediente da loja, todos se reuniram no apartamento de Poncho. Quando Dulce havia ido à loja, pedira a Anahí que a acompanhasse em um jantar com Ivan, um ‘casinho’, como ela gostava de chamá-lo, que estava dando certo. Além dos quatro, Anahí buscou sua filha na escola e foram também Christian e Viviana. O prato da noite era um espaguete que as moças haviam preparado, acompanhado de um bom vinho. Mas este, apenas para os maiores. Ana Paula ainda bebia copos e copos de coca-cola.

Com tanta gente nova na roda, os assuntos variaram de música, café e futebol, até brincadeiras com Christian. A barriga deles já doía de tanto rir do garoto.
Anahí percebeu que já era bastante tarde ao ver Ana Paula dormindo no sofá.

- Vou deitar a Anapau na cama. – ela avisou e foi colocar a menina no quarto de Alfonso.

- Está tarde. É melhor irmos. – Dulce disse para Ivan, o qual assentiu.

- Vocês podem ficar até a hora que quiserem. – Alfonso avisou.

- É, ainda tem algumas cervejas pra bebermos! – Christian brincou.

- Você já está bastante alegre... – Viviana fingiu dar uma bronca no garoto.

- Bom, eu e o Ivan já vamos. – Dulce insistiu e se retirou da mesa, dando incentivo a todos os outros fazerem o mesmo.

Anahí voltou do quarto e se interou aos outros de novo. – Não querem ficar mais mesmo?

- Obrigada, Any. Foi ótimo. – ela sorriu com gratidão e Anahí percebeu seu olhar. As duas já eram cúmplices de certas coisas que não precisavam ser ditas. Era tão importante para Dulce ver o novo rumo que as coisas tomavam.

- Vocês podem dar carona pra eles? – Alfonso pediu, apontando para Christian e Viviana.

- Claro!

- Chris, ta na hora de você arranjar um carro... – a garota brincou com ele, fazendo todos rirem mais uma vez.

- Assim, eu fico com vergonha...

- Você com vergonha, Christian? – Poncho não acreditava.

- Vai, chega de conversa mole. – Dulce chamou o casal ‘teen’ e se despediu do outro.
Anahí juntou toda a louça e começou a enxaguá-la na pia, mas Alfonso chegou atrás e fechou a torneira.

- Ei... – ela virou o rosto para ele e insistiu em abrir o registro. Porém, ele a impediu segurando sua mão.

- Deixe essas coisas aí. Vamos ficar um pouco só nós dois... – sussurrou no ouvido dela, virando o corpo de frente.

Anahí tampava a boca timidamente com as duas mãos e sorria pra ele. – Mas não estamos só nós dois...