Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

E de repente, Anahí percebeu que ele era um estranho e poderia ter más intenções também. Talvez ele tivesse atraído Ana Paula ali de propósito, ou o cachorro fosse uma armadilha, ou ainda se ela não tivesse chegado a tempo, ou era ela a vítima...

- A gente pode levar ele pra casa? Mãe, eu quero um cachorro! Por favor, mãe!

- Pare, Ana Paula! Que coisa... - ela lhe deu uma bronca, sem se livrar completamente daqueles pensamentos possessivos.

- Se precisar de mais tempo, ela pode ficar aqui com ele. Ainda não vou embora. - e levantou o copo de café que segurava em uma das mãos. O cigarro, segurado pela outra mão, estava na altura de Anahí e da menina, e a fumaça seguia até elas.

Anahí sacudiu uma das mãos afastando a fumaça e olhou bem para ele, que não parecia ser nenhum sequestrador. E bem, Ana Paula estava tão entretida com o cão, que ela aproveitar pra enfrentar a fila do caixa sem a menina querer comprar tudo o que via na frente.

- Eu não demoro! - ela avisou e entrou rapidamente no mercado, pegando seu carrinho e indo ao caixa. Mas não se iludam. Ela ainda mantinha os olhos sobre os três, mesmo da fila do caixa.

Abraçando os pacotes da compra, Anahí saiu ao encontro deles.

- Deixe eu te ajudar! – disse ele, retirando os dois pacotes dos braços dela.

- Não, não se incomode, por favor! - ela realmente tentou.

- Tudo bem. O carro de vocês está onde?

- Ahn, viemos a pé. Mas tudo bem, me dê...

- Ah... - ele ficou pensativo por um instante e acabou não negando que Anahí pegasse os pacotes de volta.

- Obrigada. - Ela sorriu de lado para ele. – Vamos, Ana Paula. - e seguiu pela calçada. A menina abanou a mãozinha dizendo adeus ao cachorro e seguiu sua mãe, porém, o cachorro saiu correndo atrás delas, começou a latir e correr por entre as pernas de Anahí.

Em uma dessas passadas, Anahí deixou escorregar um dos pacotes e ao tentar salvá-lo, os dois foram para o chão.

- Merda...! – ela resmungou.

- Me desculpa. – o homem correu até elas, abaixando e juntando as coisas que estavam fora do pacote. – Não sei o que deu nele.

- Tudo bem... – Anahí respondeu em meio à irritação e certa timidez.

- Não. Me deixe ajudá-la. Marley nunca fez isso antes!

Desta vez, ele carregou as comprar, sem dar chances de Anahí pegá-las de volta.

- Suponho que vocês não morem muito longe daqui, não é?

- Hum, não muito. Mas não se preocupe.

- Tudo bem. – ele começou a caminhar pelo caminho que antes elas tomavam. – Não seria fácil pra você levar tudo isso a pé. -Anahí riu.

– Sempre levei e nunca tive problemas.

Ela pôde apostar que viu um sorriso se formando no rosto dele, mas pareceu que não. Que homem tão sério, ela pensou. Até estava se achando idiota demais perto dele. Ao menos, o motivo por suas comprar terem caído no chão tão desastrosamente fora o cão dele.

Caminharam por quatro quadras, atravessaram o parque e por mais uma quadra. E Anahí caminhava o tempo todo chamando a atenção de Ana Paula, que andava atrás do cachorro, independente de buraco, postes ou pessoas que estavam pelo caminho. Enfim, estavam em frente ao prédio de Anahí, se é que aquilo poderia ser chamado de prédio. Uma construção antiga, três andares, pombas no terraço e uma antena velha no topo.

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