Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

- Uhum... Desculpa, mas os senhores subiram como?

- Ah, uma senhora estava entrando também. Disse que era a síndica.

Maldita Willow, Anahí pensou.

- Ahn, só um segundo. Estou de pijamas ainda.

- Claro. Esperamos aqui. – ela disse cordialmente.

Anahí fechou a porta com um sorriso amarelo no rosto e correu para o quarto.

- Poncho...! Poncho...! Acorda...! – ela insistia chacoalhando o corpo dele.

- Que...? – respondeu com a cara amassada no lençol.

- Tem uma assistente social aí...!

A informação o fez quase pular da cama. O sono sumiu em um instante. – Ela disse o que quer?

- Não... Estão lá fora. Vai, se troca. – disse, juntando as roupas jogadas no chão.

Os dois pareciam loucos botando tudo em ordem. Alfonso vestiu a única troca que tinha, mas Anahí usou outra, menos desleixada. Prendeu o cabelo e jogou uma água no rosto.

Quando ela foi abrir a porta outra vez, Alfonso pensou que não era uma boa hora pra ele estar ali.

- Desculpem a demora. - Anahí deu espaço pra que eles entrassem.

- Bom dia. – a mulher cumprimentou Alfonso, apertando-lhe a mão, seguida do homem que a acompanhava.

- E então...?

- Senhora Portilla, nós estamos aqui por um mandado. O seu ex-marido Christopher tem a guarda da filha de vocês... – Anahí sentiu o rosto empalidecer e a pressão cair. - ...E nós temos que levá-la.

Engoliu seco e riu da mesma maneira. – Espere aí... Tem alguma coisa errada.

- Essa ação é a mando de quem? Que juiz autorizou? – Alfonso se intrometeu.

- Perdão? – a moça o olhou com certo desdém.

- Sou advogado. – ele se apresentou. – Alfonso Herrera.

E ela pareceu ficar interessada. – Ah, Herrera. Você está no caso? Ou seu pai? – Reconhecia-o pelo sobrenome.

- Oficialmente, nenhum de nós. Ainda não tínhamos nenhuma ação do ex-marido dela.

- É. – ela olhou para a pasta em mãos e abriu retirando um papel. – Agora existe uma. – disse, entregando para ele. – E o juiz conferiu a guarda temporária da menina para o senhor Uckermann.

- Que...? – Anahí expressou tão assustada que a voz quase falhou.

- Espere aí... De onde saiu isso? – Alfonso também não estava lá com tanta cautela.

- Todas as informações estão no papel que eu entreguei aos senhores. O restante do procedimento, o senhor Herrera deve saber. Estamos aqui para levar a menina. – ela sorriu formalmente outra vez. – Aliás, onde ela está?

- Você não vai levar minha filha daqui. – Anahí bateu o pé, desafiando a assistente social.

- Anahí... – Alfonso disse com os dentes cerrados. Aquele tom de voz podia terminar em desacato.

- É uma ordem judicial, senhora Uckermann...

- Não me chame assim! – ela gritou.

- Desculpe, eu apenas confundi, senhora Port...

- Pare de me chamar de senhora também! Eu quero que você saia da minha casa!

- Anahí, não grita... – Alfonso pediu, segurando a mão dela, mas ela se desvencilhou.

- Não vou parar! Estou na minha casa e ninguém vai ficar de palhaçada comigo e com minha filha!

- Olha senhora, se não quiser cooperar...

- Não vou cooperar com nada!

- Marcos, por favor. – a tal Regina não precisou dizer mais nada pra que aquele brutamontes começasse a revistar o apartamento.

- O que você está fazendo?! – Anahí foi atrás dele.

- Você pode pegar a menina para levarmos. – a mulher soou provocativa para Anahí.

- Vocês não podem levá-la assim. – Alfonso tentou falar com a assistente, mas ela parecia não lhe dar mais atenção.

Marcos, o homem alto e calvo abriu a porta do quarto e encontrou o que queria. Anahí tentou se colocar entre ele, fechando a porta, mas ele insistiu e passou por ela.

- Você não pode fazer isso!! É um abuso! Vou chamar a polícia!

E Ana Paula acordou assustada, mais ainda quando os braços do homem passou por sua cintura, carregando-a no colo.

- Mami...? – e o queixo dela já tremia anunciando o choro.

- A polícia irá intervir se a senhora causar algum problema. – a mulher voltava a falar ao fundo.

- Filha... Filha! – Anahí tentava arrancá-la de Marcos, mas não conseguia.

- A senhora me dá licença? – ele pediu e passou por ela outra vez.

- Solta a minha filha!

Alfonso estava completamente dividido, sem saber o que fazer. Ele sabia que diante de uma ação judicial, não havia nada a fazer a não ser aceitar a decisão. Mas ele estava envolvido com a situação, com Anahí, Ana Paula... O choro delas atordoava sua cabeça.

Marcos e Regina desceram as escadas com Ana Paula, seguidos de Anahí tentando impedi-los, gritando e implorando que não levassem a menina. Alfonso foi atrás e via algumas portas se abrirem de vizinhos curiosos com a confusão.

- Anahí, a gente não pode fazer nada... – ele a segurou em frente ao prédio, mas ela ainda se debatia.

- Como que eu não posso fazer nada?! Esses filhos da mãe estão levando minha filha!

- Se a senhora continuar com os insultos, terei que mandar prendê-la. – Regina virou-se para Anahí e assentiu, parecendo vencer aquela discussão. Atrás dela, uma viatura policial a esperava e dois carros pretos. Em um, Marcos abriu a porta, colocando Ana Paula, que ainda chorava, no banco de trás. No outro, Christopher saia de dentro.

Os olhos de Anahí vidraram nele. Ficou muda ao vê-lo, com o coração hesitante. E Alfonso sentiu os olhos queimarem de raiva.