Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

Umberto observava os quatro cantos da loja e depois, sendo chamado por Alfonso e Anahí, subiu até o apartamento, olhando todos os cantos dele também. E estava tudo uma bagunça! Mesmo que Poncho fosse acostumado àquilo, sempre quando recebia uma visita, a sensação de que as caixas da loja tinham que ser dribladas por quem andassem ali voltava.

- Sempre que chega mercadoria nova, o apartamento fica uma zona. – Anahí continuava a tratá-lo com gentileza, brincando com a situação. - Poncho, por que não senta com seu pai na mesa? Posso pedir alguma coisa pra jantarmos?

- Não precisa se preocupar comigo. O hotel oferece jantar.

- Ah, não. Mas o senhor podia comer com a gente.

Ele riu. – Não me chame de senhor, por favor. – e Anahí assentiu. – E eu não quero dar trabalho...

- Não é trabalho nenhum! Só não sei o que o senh... Você... – corrigiu. - ...Prefere comer.

- Uma boa pizza, não?

Alfonso os olhava encantado. Achava graça Anahí sendo tão atenciosa com seu pai, oferecendo pizza de delivery para ele, mas o mais importante era que ela se distraísse um pouco. Percebia também que Umberto tão à vontade quanto ela. Até com Marley ele já havia brincado. Não parecia o homem sério, que andava sempre com uma carranca na face, quem Alfonso havia acusado de culpado pela morte de sua mãe... Mesmo que esse assunto seguisse em sua mente o tempo todo.

- Vocês moram juntos? – perguntou olhando para os dois à sua frente na mesa.

- Não, não. – Alfonso respondeu.

- Só o Poncho pra sobreviver nessa bagunça. – Anahí brincou.

- O estoque é grande porque estão vendendo bem, ou o contrário e está tudo acumulado?

- Vendemos bem. Bastante colecionador vem por aqui...

- É... – Umberto esticou o corpo, relaxando sobre a cadeira. – Você sabe que eu não botava fé que sobreviveria fora de casa...

- Pra você ver. Sobreviver dentro de casa que era impossível. – Alfonso respondeu ríspido, mas sem alterar o tom de voz. Sentiu Anahí chutar-lhe por de baixo da mesa e os olhos de seu pai se estreitarem.

- Ah, Alfonso... Já esperava que você viesse com esse assunto. – respirou fundo e passou a mão pela nuca, tentando relaxar. – Isso ficou mal resolvido.

- Pra mim está resolvido. – não baixava a guarda e a tensão que se criou ali foi quebrada pelo toque do interfone. – É a pizza. – disse e se levantou da mesa.

Anahí o seguiu com os olhos e voltou a olhar para Umberto, que parecia chateado. – Parece que ele guardou rancor...

- Não se preocupe, Anahí. Alfonso sempre foi assim, meio rebelde... Desde antes de viver nessa linha de roqueiro. – ele riu e Anahí também, mas ela sem graça. – Eu errei, mas meu filho confundiu as coisas.

- Ele nunca tocou muito no assunto, mas acredito que ele andou repensando sobre tudo... – sorriu e virou a cabeça ao sentir o cheiro de calabresa que vinha da porta.

Quando Alfonso voltou à mesa, o assunto anterior não foi retomado. Os pedaços de pizza foram servidos e Umberto elogiou ao provar. – Está uma maravilha! Quanto tempo que não como um fast-food... Sempre aquela comida sem sal dos restaurantes de Virginia.

- Você trabalha exatamente com o que? – ela perguntou, já que Alfonso insistia em ficar calado.
- Com a área política. No Pentágono.

Anahí evitou de engasgar com o pedaço de pizza que mordia dando um gole no refrigerante. Arqueou as sobrancelhas surpresa e não escondeu isso. – Nossa! Por que não me contou isso, Poncho? – perguntou, mas ele apenas deu os ombros.

- Não é nada demais. – o pai dele disse modesto.

- Claro que é. Por isso a assistente social reconheceu o sobrenome de vocês.

- Como assim?

Alfonso ergueu o rosto e explicou. - A assistente social que levou a filha dela reconheceu quando me apresentei. Certamente te conhece por nome.

- Ah, é mesmo. Precisamos falar sobre isso. – limpou a boca com o guardanapo e olhou atento. - Qual o nome dela?

- Regina Saldanha.

- Hum. Não me lembro desse nome. Faz tanto tempo que não trabalho mais com ações familiares.

- Talvez você conheça algum dos advogados porta de cadeia que o Christopher contratou. – continuou a conversa, apoiando os cotovelos na mesa e juntando as mãos.

- Christopher é seu ex-marido? – virou-se para Anahí, que assentiu. - Bom, eu posso levar os documentos que foram entregues à vocês pra analisar, saber um pouco do que está acontecendo, mas pelo o que Alfonso disse, tudo está dependendo da sua denúncia.