Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

- Mami?

- Anapau!

- Mami!! – a menina correu e pulou no colo de Anahí, que havia dobrado um dos joelhos pra agarrá-la. Em segundos, emitia sons baixos e agudos de choro, deixando sua mãe na mesma situação. Mas Anahí mais respirava aliviada, do que realmente chorava. Pensou que nunca mais sentiria a filha em seus braços e quase perdera as esperanças.

Alfonso fez um cafuné na cabeça de Ana Paula e depositou um beijo, tão feliz e emocionado quanto as duas.

- Eu estava morrendo de saudades...! – Anahí sussurrou no ouvido da menina.– Você está bem? Fizeram alguma coisa com você? Ein? – ainda com Ana Paula no colo, ela olhava cada pedacinho de seu corpo verificando se tudo estava saudável.

- Nós a tratamos muito bem, senhora Portilla. – Regina comentou em tom de defesa. – E a Joana cuidou muito bem dela neste tempo. Ambos olharam para a moça no canto do dormitório, mas que agora se aproximava.

- Olá, é um prazer. – estendeu a mão para um e depois para o outro. – Sou pedagoga e estive com a Ana Paula esses dias.

Anahí não lhe dera muita confiança, igual fez com todos que rodeavam aquela situação e que aparentemente estavam do lado de Christopher. Porém, Alfonso não fizera o mesmo pré-julgamento.

- E como ela esteve durante esses dias? – ele perguntou.

- Oh, bem. Ao meu ver, por terem feito que ela presenciasse uma situação um tanto tensa, ela esteve bem.

- Mami! Olha o que eu ganhei...! – começou a se mexer tanto no colo de Anahí, que ela teve que soltar a menina no chão. Ana Paula correu pelo quarto quase gigante e pegou um cachorro de pelúcia que acompanhava mais dois filhotes iguais.

- De quem são? Do Marley?

- Oh! Marley! Onde ele tá?! – os olhos azuis da garota se abriram, cheios de ansiedade.

- Não pôde vir. – Alfonso lhe contou. – Mas disse que está com saudade de você.

- Eu também to com saudade dele...

Anahí sentou no chão de carpete e ficou com Ana Paula ali, brincando com as dezenas de brinquedos que Christopher comprara. Era óbvio que tudo aquilo era para ganhar a menina com presentes, mas ela não pensaria naquilo por enquanto. Queria aproveitar o pouco tempo que tinha pra ficar com sua filha, matar a saudade e estar preparada pra mais um tempo longe...

Nem a conversa entre Poncho, Joana e Regina ela prestava atenção, mesmo que tudo estivesse num clima ameno. Naquele momento, só existiam as duas.

Ana Paula fez de conta que os cachorros eram Marley, trocou roupas de bonecas, conversou sozinha com elas, fez Anahí entrar na brincadeira, deitou sobre seu colo e no final da tarde, quando recebia um cafuné na cabeça durante uma conversa de adultos que não entendia, ela adormeceu.

Antes do anoitecer, Regina anunciou que eles deveriam ir embora, pois Ana Paula iria jantar com o pai. Anahí sentia o estômago revirar ao ter que aceitar aquela situação e ainda, permanecer calada. Afinal, uma despedida um tanto dramática já era o suficiente pra aquele dia.

Ao dizer adeus, Ana Paula deu início a um novo choro. Anahí entregou a menina à Joana, mas ela agarrava em seu pescoço quase sem chances de largar. Foi um pouco difícil, mas soltando os dedos dela de seu pescoço, Anahí conseguiu se desvencilhar. Antes de sair, prometeu à filha que logo estariam juntas outra vez.

Depois do encontro, a confiança voltou a crescer em seu peito. Se antes estava tão amedrontada, que ficava a mercê das ações de Christopher, agora Anahí faria de tudo pra ter Ana Paula de volta. Ainda que tenha chorado quando chegou ao elevador com Poncho, ela estava pronta pra enfrentar mais jogadas de Christopher.