Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

A porta do apartamento quase emperrava pela quantidade de correspondências acumuladas no vão. Alfonso as empurrou com o pé e finalmente, adentrou na sala. Com apenas alguns dias fechado, o lugar já juntava uma boa quantidade de poeira. Estava mais do que na hora de Anahí se mudar de lá.

Agachou e pegou as cartas, percebendo que um dos envelopes era bastante grosso. Certamente o que estava emperrando a porta. Olhou para os remetentes de cada uma delas e deste maior, em especial, fez nascer uma ponta de preocupação.

A tarja preta impressa significava cobrança, e cobrança significava problema na atual situação, com um julgamento agendado para poucos dias.

Poncho logo pensou em Christopher e rasgou uma das bordas pra conferir o que era.

Anahí já se enfiava em um tédio de sábado à tarde, quando a loja já não tinha que funcionar. O filme que passava na televisão estava quase no final quando, finalmente, Alfonso voltava.
Ouvi-lo bater a porta fez com que seu estômago clamasse pelos brownies que ela tanto desejara mais cedo.

- Finalmente! – ela disse, sentando-se no sofá. – Você demorou...

- É, um pouco... – comentou ainda caminhando pela cozinha.

- Trouxe os brownies?! – correu até o cômodo que ele estava, enfiando as mãos curiosas dentro de uma sacola, mas encontrou apenas um shampoo anti-pulgas do Marley.

- Ah, desculpa, Any. Esqueci de comprar seus brownies... – lamentou.

- Tudo bem. – balançou os ombros, ainda que decepcionada por não comer os tão deliciosos bolinhos de chocolate. – E as contas? Você trouxe?

- É... Uhum... Estão aqui... – pegou o amontoado de envelopes sobre o microondas e entregou a Anahí.

- O que foi, Poncho? – perguntou, estranhando aquelas poucas palavras e quando ele ainda segurava consigo um dos envelopes.

- Ahn, olha só... Você não precisa se preocupar...

- Com essa cara que está fazendo, estou realmente acreditando que não preciso! – esticou o braço e pegou o tal envelope.

- É que não é algo que não possa ser resolvido. – tentou ser mais convincente, enquanto a observava fuçar na papelada. Pegou um para ler, mas parecia não entender coisa alguma. Quer dizer, apenas uma ela entendeu.

- Christopher. – ela bufou. – Se tem o nome dele nessa porcaria, é porque não é nada bom. – disse, jogando tudo sobre a mesa. Respirou fundo negando a si mesma que não iria fraquejar, porém, ao sentir Alfonso se aproximar, fora um pouco difícil segurar o temor. – O que esse papel diz?

- Que você está devendo os alugueis. Oficialmente. Ele deve ter ido à imobiliária, não simplesmente falado com a senhora Willow.

- Ah, Poncho... E agora? Terá uma ordem de despejo? O juiz...

- Ele só acelerou algo que ia acontecer. – interrompeu Anahí com um tom mais ameno. – Agora você tem outro motivo pra vir morar logo em casa...

Quanto mais perto chegava o grande dia, mais Anahí sentia que sua vida estava de ponta cabeça. Era como se estivesse incompleta sem Ana Paula, sem vontade de fazer mais nada, ainda que Alfonso tentasse reanimá-la.

E então, não havia mais como correr, nem algo a fazer. Estavam ambos em frente ao fórum, acompanhados de Dulce e Umberto, que viajara outra vez especialmente pra tratar do assunto.

- Acredito que vai ser rápido. – o pai de Alfonso começou, enquanto subiam as escadas até a entrada. – O juiz vai querer ouvir você e seu ex-marido só pra conferir se tem alguma informação adicional.

- Espero que ele não tenha nenhuma surpresa... – Anahí quase murmurou.