Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

Meninas, por onde eu deveria começar? Talvez pelo meu pedido de desculpas?! Acho que seria uma boa maneira, não?! Então vamos lá... Perdão! Eu sei que deveria ter vindo avisar a todas que iria ficar um tempo sem postar, entretanto em minha defesa não esperava que demorasse tanto para voltar, sinto muito meninas, mas o ultimo mês foi uma loucura, eu não mudei simplesmente de cidade, mudei de escola, de rotina, fiquei sem internet e postar pelo celular é quase impossível. Mas agora estou aqui, agradecendo de coração todas vocês que comentaram durante a minha ausência e se preocuparam comigo apesar de estarem me matando mentalmente por ter parado na reta final da fanfic. Sinto muito de verdade, vocês são as melhores leitoras do mundo e tenho certeza que as mais compreensíveis também, afinal não me abandonaram apesar de ter me comportado tão mal com vocês, perdoem essa escritora irresponsável. 

Lá estavam todos. Anahí, Alfonso, Umberto, Dulce Maria, Christopher, seu advogado, a assistente social e o juiz. Ana Paula não estava presente na sala e provavelmente, continuava na companhia de Joana.
O espaço era bastante rústico devido às paredes, o assoalho, o teto e as prateleiras de madeira, tudo bem escuro, ao mogno. Só não era tão sombrio, pois havia duas grandes janelas, onde os raios de sol atravessavam os vidros.

Havia também uma extensa mesa no centro da sala, igualmente feita da madeira escura, rodeada por doze cadeiras. Na ponta, o assento era indicado ser do juiz por uma placa dourada sobre a mesa, na mesma direção. Mas ele ainda não estava lá.

De um lado, encontraram sentados Christopher e seu ‘’time’’. O outro ficou para Anahí e o seu, que sentaram em silêncio, salvo de alguns múrmuros que ela trocava com Poncho.

- Não se esqueça que estou aqui. – pegou sua mão por de baixo da mesa e entrelaçou os dedos.

Encarar Christopher mais uma vez era uma tarefa difícil. Nunca havia sido fácil, Anahí pensava. Ele estava ali, competindo outra vez com ela, jogando e tentando ganhar de maneira suja. Rezava pra que não lhe desse mais uma rasteira. A esperança e o medo oscilavam dentro de si, mesmo que as melhores pessoas, na sua opinião, estivessem ao seu lado.

A chegada do juiz fez quebrar por alguns segundos a tensão da sala. Aliás, era uma juíza.

- Bom dia. – cumprimentou todos ali cordialmente antes de se acomodar em seu assento e todos assentiram, ou responderam de volta. Com uma pasta de couro nas mãos, pousou-a sobre a mesa, retirou alguns papéis e os organizou em três pequenos montes com agilidade. – Podemos começar?

Ouviram-se todas as evidências, indícios, provas e até mesmo acusações, de ambos os lados. Tudo saindo da boca da juíza, que seguia os documentos do caso que havia trazido consigo.

Ver seu passado escancarado, como nunca estivera, deixava Anahí com os sentimentos descompensados. Sentia-se envergonhada do que aconteceu, até mesmo culpada por ter permitido que sua filha presenciasse aquelas situações e fazer com que Alfonso ouvisse tudo aquilo. Por que nunca havia tido coragem de parar Christopher e tomado as rédeas de sua vida?

Talvez porque ela temesse tanto aquele olhar, que ele lhe lançava agora mesmo...

- É verdade, Anahí?

- Ã? O que? – despertou de seus pensamentos e percebeu que todos, não só Christopher, a olhavam.

- Seu apartamento, localizado em um prédio de baixa renda, é alugado e está com os pagamentos atrasados? – a juíza repetiu.

- É-é... – gaguejou. Não queria confessar que tinha problemas, não suportava dar razão à Christopher. Pelo contrário, queria provar que era capaz de cuidar de Ana Paula, como sempre fez.

Olhou para o lado e procurou pela ajuda de Umberto, que ergueu a mão espalmada, pedindo que esperasse.

Ah, esperar... Não agüentava mais esperar.

- Sua filha está freqüentando a escola e o pagamento está em dia. – a autoridade continuou.

- Aha, é o mínimo, não é? – disse Christopher num tom debochado e como resposta, recebeu todos os olhares da sala, mas em especial o da própria juíza que o intimidou um pouco. – Desculpe, mas a escola é uma porcaria! Antes fosse uma pública e então tivessem o aluguel em dia!

- Senhor Uckermann...

- Fique quieto, Christopher! Nem sabe do que está falando!! – começou Anahí, interrompendo, com a voz elevada.

- Senhora Portilla... – a juíza tentou.

- Sei sim, Anahí. Sei o que é melhor para minha filha.

- Por que está dizendo isso agora?! Nunca se importou!

- Any, não faça isso. – Alfonso murmurou e tentou segurar as mãos dela pra que parasse de gesticular tanto.

- Você é louca, Anahí, e não vou descer em seu nível. – mexeu os ombros e virou o rosto, ignorando-a.
E antes que Anahí pudesse dizer alguma coisa realmente fora da normalidade, a juíza se levantou e interrompeu definitivamente a discussão.

- Por favor, retirem-se da sala por alguns minutos e voltamos quando estiverem todos calmos.

Não precisou de mais nenhum pedido. Anahí afastou a cadeira e saiu rapidamente da sala, bufando e xingando Christopher mentalmente. A cabeça parecia explodir e seu corpo estava tenso de tanta raiva.

Alfonso foi logo atrás dela, seguido por Dulce e Umberto.

- Any, não pode fazer isso! – segurou em seus braços e a virou para que ela o olhasse. – Não foi o que conversamos antes? Tem que manter o controle!

- Mas é difícil, Poncho...! – tentava se manter longe dos toques dele, pois se Alfonso chegasse a fazer algum carinho nela...

Tocou-lhe o rosto com as duas mãos e se aproximou. – Eu sei que é difícil, eu sei, mas por favor... – Viu os olhos vermelhos ficarem mareados e denunciar o medo que ela sentia. Abraçou Anahí e esperou que ela se acalmasse para então, voltarem àquela sala e resolver tudo.

De volta à sala, todos outra vez em silêncio.

Ouviam-se apenas os sapatos estalando no chão de madeira e as cadeiras sendo
arrastadas pra que se acomodassem em seus lugares.