Fanfic: Teto de Vidro | Tema: AyA - Ponny - Any & Poncho.

Enquanto subiam as escadas do prédio, uma das portas se abriu e Anahí logo imaginou quem seria.

- Anarrí! Anarrí, finalmente te encontrei! – uma senhora resmungava o nome de Anahí, pronunciando-o erroneamente, mas ela já não corrigia a mulher. Ela tinha rugas bastante marcadas pelo rosto todo, mas o bigode chinês se acentuava quando ela pronunciava seu nome. – Você já arranjou o dinheiro dos alugueis atrasados?

Anahí abriu a porta de seu apartamento e empurrou Ana Paula para dentro.

- Ainda não, senhora Willow. Mas...

- Eu não tenho todo o tempo do mundo, minha filha...! – interrompeu o que Anahí dizia. - Já está me devendo o terceiro mês!

- Sim, eu sei... – virou os olhos, já não aguentando a voz dela em seu ouvido. – Consegui um emprego hoje e pretendo pagá-la o mais rápido possível.

- Assim espero. – ela parou no meio do corredor e deu meia volta, retornando ao seu apartamento, que cheirava mofo, na opinião de Anahí.

Era um alívio poder saber que agora poderia começar a quitar a dívida com a senhora Willow. Não só por se livrar dela cobrando-a, mas por garantir que ela e Ana Paula teriam onde dormir.

- Mami, tem um recado no meu caderno... – Ana Paula disse, enquanto sentava no sofá e devorava uma tigela de cereais.

Anahí deixou sua bolsa e a mochila da menina sobre o sofá e procurou pelo caderno.

- Ah, não... – reclamou baixinho.

A diretora da escola enviara um recado a Anahí dizendo que não era possível oferecer bolsa de desconto, mesmo que ela tivesse enviado todos os documentos provando que sua renda não era compatível com o que cobravam. Infelizmente, como o ano letivo já havia começado quando se mudaram, as vagas públicas já estavam preenchidas e Anahí não teve outra escolha de onde matricular sua filha.

Bem, mas isso ela resolveria de alguma maneira. Ao menos, agora, ela tinha um emprego.

- Ana Paula, comece a economizar esse cereal se quiser continuar comendo.

A menina fez bico e olhou para sua tigela. Anahí apenas riu e foi direto para o banho.

O salário oferecido por Alfonso não era o suficiente para sanar todas as despesas que Anahí tinha, mas ele havia garantido que daria comissão por cada disco encalhado que fosse vendido. Bem, eram esses que ela tentaria vender com uma lábia que não tinha, mas podia adquirir.

- Christian, aonde estão aqueles discos antigos, que o Poncho disse que estavam encalhados aqui?

- Pra que você quer eles? Vai tirar o pó? – ele riu.

- Vou tentar vendê-los.

E ele riu outra vez. – Ninguém compra aquelas coisas. Eu já tentei dezenas de vezes ganhar a comissão daquilo...

- Bem, se ficarem escondidos dentro de uma caixa, ninguém vai ter interesse em comprá-los mesmo.

Christian a olhou desconfiado. – Estão no quarto. Se o Poncho não mudou de lugar, a caixa deles está atrás da velha televisão.

Anahí assentiu e subiu as escadas, em direção ao quarto.

A escada era feito um caracol e dava direto para o que deveria ser o apartamento de Poncho. Certamente era maior que o seu, mas era tanta caixa, tantos discos empilhados, livros empoeirados nos cantos da sala, o lugar parecia bem menor que seu apartamento. Havia igualmente ao seu, dois quartos. Um visivelmente mais organizado que todo o resto do lugar. Não resistindo a curiosidade, enfiou a cabeça por entre a porta. Era o quarto de Alfonso. Simples, com uma cama, um armário e uma escrivaninha. Esta era o lugar mais desarrumado do quarto, mas nada comparado com o resto. Havia três pilhas de papeis ali. Anahí passou o dedo entre as folhas, lendo algumas palavras dispersas... Artigo 38, lei nº 045/1998, Herrera.

- Any? – Alfonso bateu duas vezes na porta.

Anahí pulou de susto quando o ouviu.

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Rannyelle: Que bom que está gostando! Seja muito bem-vinda! Entendo, mas não deixe da me dar opiniões e dicas. Qual é a sua fanfic?