Fanfics Brasil - 2. Por que tudo dá errado pra mim? The Other Side of Reality

Fanfic: The Other Side of Reality | Tema: história original


Capítulo: 2. Por que tudo dá errado pra mim?

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Ao chegar na casa dos Ferreiras parei na porta enquanto o senhor Wilton adentrava, assim que entrou a sua esposa, Joana, tratou de puxá-lo para um canto mais afastado, para que pudessem cochichar a vontade. Após ouvir a frase “ela só vai ficar aqui por um tempo”, percebi que a minha presença naquela casa não era tão bem-vinda assim. A vontade que eu tive foi de sair e nunca mais pisar ali.

Wilton se aproximou...

- Entre Suzi, mostrarei o quarto onde você ficará. – Ele guiou-me até o quarto de hospedes. – Sinta-se a vontade, arrume suas coisas e desça para jantarmos.

- Ok.

Ele retirou-se.

Arrumando as minhas coisas lágrimas caiam dos meus olhos involuntária e descontroladamente. Passei tanto tempo ali com as minhas lembranças, lástimas e dores que acabei não descendo como Wilton havia pedido.

- Licença. – A porta se abriu devagar e logo atrás dela foi se formando a silhueta de um jovem, musculoso – cuja a fisionomia não me era estranha –. – Eu sou Rafael, filho do Wilton.

– Prazer sou Suzene, mas pode me chamar de Suzi. Acho que já te vi umas duas ou três vezes pelo bairro.

– Exatamente, é porque faço faculdade em outra cidade, aí só venho por aqui de vez em quando. – Deu uma pausa e pareceu lembrar-se do que tinha ido fazer ali. – Vim trazer seu jantar... Na verdade, Wil... Quer dizer... Meu pai que pediu.

– Obrigado, mas não precisava.

– Claro que precisava. – Disse educadamente. – Toma, coma um pouco. – Aproximou-se com cautela.

– Obrigado pela preocupação, mas eu es... Estou sem fome. – Como um nó na garganta, lágrimas se formaram eu meu olhos.

– Você precisa se alimentar. – Disse gentilmente.

Fiz um gesto negativo com a cabeça.

– Ok. Não vou insistir, pois não quero parecer chato... – Abaixei cabeça. – ...coisa que eu não sou. – Ao levantar os olhos pude contemplar seu lindo e brilhante sorriso, que me deixou levemente envergonhada. – Vou deixar aqui caso você mude de ideia. – Colocou a bandeja em uma larga cômoda que fica ao lado da porta. – Se precisar de alguma coisa é só chamar.

– Muito obrigado. – Encarei-o nos olhos pela primeira vez, mas logo desviei. – Se eu estiver incomodando é só falar que eu me arranjo em outro lugar. – Grande mentira, não tinha nenhum outro lugar, pensei dando de ombros.

– Não, não. Você não incomoda em nada. – Segurou a minha mão firme, porém delicadamente. – Sinta-se a vontade e como eu já disse, se precisar...! – Dirigiu-se até a porta. – Agora vou te deixar descansar. – Saiu.

Havia um banheiro no quarto, então me arrastei até o pequeno cômodo, tomei um banho e voltei para o quarto, para me deitar. Como as lembranças da minha avó na mente, como um flash back comecei a chorar. – Eu não sei como ainda tinha lágrimas, porque eu já havia chorado tanto –, naquela tortura acabei adormecendo.

Abri os olhos lentamente, confusa, demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo: estava sendo acordada com sacudidas agressivas e gritos; quando minhas vista começou a se acostumar com a luz do quarto pude ver Joana com um pijama e uma touca na cabeça, falando bravamente...

– Vamos, levante-se!

– Pra que?! - A voz ainda era fraca.

– Para trabalhar, ou você acha que aqui vai ser moleza? Acha que vai ficar aqui comendo de graça?

– Mas a essa hora? – Fiquei surpresa ao olhar o relógio de cabeceira que marcava 3h37min.

– Tenho que aproveitar que o Wilton e o Rafael saíram e só vão voltar mais tarde.

Levantei-me apertando as têmporas, pois estava com muita dor de cabeça.

– Vou dormir e antes da 9h30 quero essa casa brilhando. E espero que Wilton não descubra, se não transformarei a sua vida num inferno!

Você não acha que a minha vida já virou um?! Pensei saindo do quarto.

Joana voltou a dormir e eu fui arrumar a casa... por todo canto eu chorava. Às 8h eu já tinha acabado, estava exaustada pois a casa era muito grande. Voltei para o quarto, chorando. Dormir até às 10h30.

Ao acordar, abrir os olhos lentamente na esperança de que tudo aquilo tivesse sido apenas um pesadelo, porém ao constatar que estava no quarto de hospedes dos Ferreiras comprovei que aquilo era a mais pura e cruel realidade.

Wilton havia passado rapidamente no meu quarto e pedido para que eu descesse para o café, receei por causa de Joana e suas ameaças, porém depois de relutar, tomei banho e desci.

– Bom dia. – A voz quase não saiu.

– Sente-se conosco, você precisa se alimentar, sei que você não come desde ontem.

– Não, eu n... – Meu estomago começou a embrulhar.

– Sente-se, por favor, não faça essa desfeita. – Disse Rafa.

– Ok. – Sentei-me sem ânimo.

– Mais uma boca para sustentar... – Joana resmungou.

– Mãee! – Rafa a repreendeu.

– Deixa. – Levantei-me.

– Suzi senta! – Wilton falou num tom autoritário. – Ela não falou por mal.

– Não... Como já disse, estou sem fome. – Subi para o quarto.

Fui par varanda e ao olhar par minha antiga casa as lembranças ressurgiram novamente.

– Eu preciso descobrir quem a matou! Mas como? Por onde começar? – Disse em voz alta, enxugando as lágrimas que insistiam em rolar.

– Suzi está tudo bem? – Olhei para trás assustada, mas ao ver de quem se tratava logo me acalmei. – Desculpa pelo susto, a porta estava aberta... então entrei.

– Tudo bem, é que eu estava distraída.

– Eu fiquei preocupada com você... Pelo modo como Joa... Minha mãe te tratou.

– Não... Ela está certa. – Parei para me questionar porque ele vivia errando o nome dos pais... Estranho! Vai ver é porque ele não fica muito como eles. Pensei dando de ombros. – Não precisa se preocupar comigo, eu já estou atrapalhando demais. Mas é questão de tempo para que eu arranje um emprego e ajude nas despesas... E depois disso posso arranjar até um lugar para morar. – O tom de voz era confiante... “a quem eu estava tentando enganar?”

– Não mesmo... Já disse e vou dizer de novo: aqui você não está atrapalhando em nada.

“Diga isso a sua mãe!” Pensei

– Mas... – Tentei argumentar.

– Eu não vim aqui para isso... Meu pai pediu para você descer.

– Ta... Vamos.

Ao descermos, fui falar com Wilton.

– Primeiro queria te pedir perdão pela Joana.

– Tudo bem.

– É... Eu preciso que você venha na delegacia comigo. – Disse apreensivo.

– Pra que? – Questionei.

– Para prestar depoimento. Você foi a primeira pessoa a ver dona Cleide, depois de... você sabe.

– Ok. – “A ficha ainda não tinha caído... Eu indo depor o assassinato da minha própria avó.” Logo me vi chorando.

– Não chore querida. Tudo vai ficar bem, se arrume, estou te esperando aqui em baixo. – Ele virou-se para sair mais o meu toque o fez voltar. – Senhor Wilton, muito obrigado, não sei o que seria da minha vida sem a sua ajuda.

– Não precisa agradecer. – Sorriu. – Estou a sua espera.

Eu me arrumei rapidamente e desci.

– Pronta?

– Pronta... Já podemos ir!

– Já vai sair Wilton? Colocar essa menina pra trabalhar que é bom você não coloca! – Joana encarou-me com um olhar acusador.

– Cala a boca Joana, para de falar besteira.

– Você agora só fica pra cima e pra baixo com essa daí, e sua familia que é bom...

– Mãe para! Eu não vou adimitir isso! Você não acha que ela já está sofrendo demais com a perda da avó? – Disse Rafael impaciente.

– Coitada. – Disse ironica encolhendo os ombros.

– ... Pelo visto não. – Rafa prosseguiu revoltado com a atitude da mãe.

– Deixa Rafa, ela tem razão. Eu estou atrapalhando a vida de vocês... – Lamentei.

– Pois é. Pela primeira vez vou ter que concordar com você. – Me interrompeu.

– Não se preocupe, quando voltarmos eu arrumo as minhas coisas e procuro outro lugar para ficar.

– Amém Senhor. – Joana colocou as mãos para cima em forma de agredecimento.

Lágrimas vieram em meus olhos, mas resisti, não seria apropriado chorar naquele momento.

– Tá maluca? Você não vai há lugar nenhum. Ela não decidi isso sozinha.

– Não quero causar brigas. Arranjo um lugar para ir fácil, fácil. – A quem eu estava tentando enganar? Se eu sair daqui, não tenho para onde ir.

– Já disse, você não vai para llugar nenhum! – Disse Wilton dando fim a discussão. – Vamos Suzi.

Saimos e seguimos até o táxi que estava parado na calçada .

Chegando na delegacia, entramos na sala do delegado...

– Você quer conversar na presença dele? – Perguntou o delegado se referindo a Wilton.

– Sem problemas. – Eu achei que não tinha problema, se ele estava me ajudando até agora... Por que não?

– Ok. Então, vamos começar. – Pegou uma xicara de café e sentou a minha frente. – Você foi a primeira pessoa a ver a sua avó depois de morta?

– Eu acho que sim... Quando eu cheguei não reparei se tinha alguém na casa.

– Me conte como foi o seu dia. – Deu um golada no café.

– Ao voltar da escola eu fui em casa, almocei e fui para casa da minha amiga Leila.

– Onde essa sua amiga mora?

– A poucas quadras da minha casa.

– Ok. Continue.

– Agora parado para analisar... Parecia que a minha avó sabia o que ia acontecer. Antes que eu saisse para casa da minha amiga ela ficou dizendo que me amava muito e tal, que se ela morresse... – Engoli o choro.

– Você quer dar uma parada? – O delegado propôs.

– Não, prefiro continuar. – Enxuguei as lágrimas e concertei-me na poltrona.

– Então...

– Como eu já disse, estava na casa da minha amiga, fazendo um trabalho escolar, ao voltar para casa, entrei...

– E você não percebeu nada de diferente?

– Não, quando eu entrei estava tudo normal, como sempre esteve. Nada fora do comum. A pessoa que matou a minha avó só foi lá para isso. – Indaguei.

– Prossiga. Você lembra mais ou menos a hora que você chegou?

– Era mais ou menos 18h40, eu entrei chamando por ela, então vi a luz da cozinha acessa... Quando entrei... – As lágrimas voltaram a marejar os meus olhos, respirei fundo e continuei. – E... Encontrei a minha avó naquele estado. – A voz saiu cortada, senti uma lágrima quente escorrer pela minha bochecha e se alojar no canto da minha boca.

– Você desconfia de alguém? Alguém por acaso teria motivos para matar dona Cleide?

– Não que eu saiba. A minha avó era uma pessoa doce, todos gostavam dela, pelo menos era o que aparentava.

– Por enquanto é só. Mas peço que os senhores não saiam da cidade, pelo menos por enquanto. Depois vou querer conversar com o senhor. – Se referiu a Wilton.

depois de depor voltamos para casa, já era 18h, então subi direto para o quarto, eu já estava triste demais parfa ouvir os insultos de Joana.

Me tranquei e esfregando as costa na porta, sentei no chão, abracei minhas pernas e chorei com a cabeça enterrada no joelho, fiquei ali por um tempo, pensando: “por que tudo da errado pra mim?” Depois de me afogar nas minhas tristezas, tomei um banho e deitei um pouco, depois de certo tempo adormeci. Ao acordar olhei no relogio que arcava 1h28, senti fome... Então coloquei um sobretudo e desci, ao chegar o ultimo degrau da escada vi Joana Wilton cochichando, mas logo que eles me viram, pararam.

– Lá vem... – Disse Joana.

– O que foi Suzi? Aconteceu alguma coisa? – Pergunto Wilton sem jeito.

– É que... – Receei pois Joana já não ia com a minha cara eles poderiam achar que eu estava abusando. Por um momento pensei em voltar e tentar dormir, mas dessa vez a minha bariga reclamou... mais alto.

– Fale...

– É que... Estou com um pouco de fome – Abaixei a cabeça.

– Ah... Ok. – Respirou aliviado deixando os ombros relaxarem.

– Venha, vou te preparar um lanche. – Disse guiando-me até a cozinha.

Depois que Wilton saiu, continua na cozinha pensando...

– A proposito... – Assustei-me. – Pode limpar a casa depois que você acabar ai. – Disse Joana.

Depois de arrumar tudo de novo voltei para o quarto e dormir.


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Autor(a): tayreis

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