Fanfics Brasil - 3. O último adeus. The Other Side of Reality

Fanfic: The Other Side of Reality | Tema: história original


Capítulo: 3. O último adeus.

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No dia seguinte acordei por volta dàs 9h40... 9h50, com muita dor de cabeça, por sinal - isso já tinha virado rotina, por todas as noites eu ficar até tarde chorando eu sempre acordava com muita dor de cabeça. -
Levantei-me, tomei um banho e fui para varanda me afogar em um mar lágrimas e me perder nas minhas lembranças dolorosas, fiquei ansiosa e angustiada ao ver a viatura para na porta da casa.
"O que essa viatura está fazendo aqui?" Pensei preparando-me para descer, porém ao abrir a porta fui surpreendida por Rafa.
- Bom dia Suzi. - Sorriu doce.
- Bom dia. - Sorri forçado, pois queria descer o mais rápido possível.
- O meu pai mandou te chamar. - Limitou-se.
Rolou um minuto de silêncio...
- Então... vamos descer?
- Claro.
Ao decermos, olhei ao redor procurando algum policial ou algo parecido, mas logo percebi que não se encontravam, certamente já teriam ido.
Me aproximei do Wilton.
- Minha querida, preciso te falar algo de extrema importância. Sente-se aqui. - Indicou o espaço no sofá ao seu lado.
- Ok. - Sentei-me apreensiva.
- Um perito e uma policial vieram aqui... o corpo da sua avó... foi... é... foi liberado, só que... - Respirou fundo e prosseguiu. - ... não temos dinheiro suficiente para realizar o enterro. - Engoliu seco.
- Com essa parte não precisa se preocupar.
- Ok. Então... o enterro será amanhã à tarde.
- Sim. - Abaixei a cabeça e logo senti uma grande vontade de chorar e gritar, mas me contive.
- Vai dar tudo certo. - Coloco uma das suas mãos em meu ombro.
- Como? Agora que ela se foi? - Desabei. - Não tem como nada dá certo. Como vou viver sem ela? - Ainda de cabeça baixa... chorava.
- Creia em Deus, e dará tudo certo. Você vai ver. - Ele levantou a minha cabeça e com o polegar enxugou as lágrimas. Fiquei sem jeito. - Vamos almoçar daqui a pouco.
- Tá.
Subi, liguei para Leila, precisava desabafar. Guarda tudo aquilo só estava me fazendo mal, ficamos conversando por bastante tempo, ao desligar percebi que já era 12h20, abri uma das gavetas do guarda-roupa e debaixo de algumas camisetas peguei um envelope, dentro dele continha uma pequena quantia de dinheiro que eu havia juntado, caso precisasse.
"Preciso dele e isso é realmente necessário!" Exclamei em pensamento pegando o envelope e fechando a gaveta. Quando deci estava todos ao redor da mesa, quando vi aquela cena da família reunida me senti uma intrusa - na verdade é isso que eu sou -, afinal não fazia parte da família e não era muito bem-vinda por Joana. Entreguei o envelope a Wilton e sentei-me. Ele abriu discretamente e piscou para mim, porém Joana percebeu.
- Já estava na hora dessa garota ajudar em alguma coisa! Me dê logo uma parre desse dinheiro... estou precisando. - Ela estirou a mão para que Wilton a entregasse o envelope.
- Nesse dinheiro você não toca. É para o enterro da dona Cleide. - Disse ríspido.
- Pra que aquela velha quer enterro? Ela já está morta mesmo, joga em qualquer buraco.
- Eu não admito que você fale assim da minha avó. - Levantei e bati na mesa com toda fúria. - Eu sei que estou na sua casa e te devo respeito mas você deveria respeitar a minha dor. Você acha mesmo que eu queria estar aqui? Você acha que eu queria que a minha avó morresse... a minha mãe me abandonasse? Não Joana, eu não queria, mas a vida é assim, ela nem sempre faz aquilo que queremos. - Pude constatar que Joana estava levemente assustada mas eu me senti melhor por ter falado tudo aquilo, se eu guardasse mais um pouco eu iria explodir.
- Você vai deixar ela falar assim comigo? - Recorreu ao marido e por um minuto achei que ele ia me expulsar da sua casa aos tapaa.
- Vou sim... não foi mais que merecido. Desde que a garota chegou aqui você está enchendo o saco dela. - Disse farto.
Pude ver Rafa sorri.
- Não vou ficar aqui ouvindo disaforo dentro da minha própria casa. - Fez-se de vítima e saiu.
- Desculpa Wilton... eu fiquei atordoada quando ouvir ela falar da minha avó... eu não queria desrespeita-la. Mas se você quiser posso ir lá pedir desculpas agora mesmo. - Fiz menção de sair.
- Não, ela mereceu. Senta e comi. - Ele pegou na minha mão levemente, então sentei-me e comi.
Ao acabar...
- Licença. - Mal sai e Joana já entrou na sala de jantar gritando...
- Não quero ela aqui!
Subi, não queria ouvir nada, já estava mal o suficiente.
O dia passou super rápido.

No dia seguinte por volta de 14h30 da tarde estávamos saindo de casa, o enterro seria às 16h.
Durante o enterro tentei me segurar, porém chegou uma hora que não deu mais e eu comecei a chorar e soluçar descontroladamente em cima do caixão.
Não deixei ninguém me tocar.
Os amigos bem intencionados são os piores, dizem as famosas frases: "Você vai ficar bem.","Ela foi para um bom lugar.", "Não fique assim.".
Pensei quantas coisas deixei de fazer por minha avó. Nesses momentos a dor ressurgiu com mais força.
Fiquei a todo momento perto da minha avó, precisava aproveitar o meu último momento com ela.
A violência foi tanta que o caixão dela teve que ficar fechado, eu apenas admirava seu belo rosto enquanto chorava e sentia um aperto enorme dentro do peito.
Eu não queria, mas tivemos que voltar.
No carro Joana começou a falar da minha avó, por um momento quis responder mas pensei um pouco e resolvi ficar calada.
Ela não sabe como aquilo estava doendo, a cada palavra dita por Joana, trazia de volta a culpa, o sentimento por mais irritante e racional que fosse, de que eu não estava ali para salvá-la.
Dizem que leva um tempo para compreender uma tragédia, mas não consigo aceitar a triste realidade. Eu compreendi que nunca mais a veria, que nunca mais a abraçaria, compreendi que aquilo era definitivo, que não haveria uma segunda chance, que nada poderia ser mudado ou negociado.
- Poderia parar aqui, por favor? - Perguntei tocando no ombro do taxista.
- Pra onde você vai Suzi? - Wilton estranhou.
- Prefiro ir a pé.
- Mas está longe de casa.
- Prefiro assim... preciso pensar um pouco. - A voz era fraca.
- Mas parece que vai chover. - Preocupou-se.
- Deixe ela ir, é melhor assim. - Disfarcei uma lágrima.
- Quer que eu vá com você? - Rafa ofereceu-se.
- Não, prefiro ir só, mas obrigado. - Concertei-me no banco. - O senhor pode parar? - Falei ao taxista e ele parou o carro no acostamento.
Desci e em passos lentos e calmos eu andava sem rumo, pensava na minha vida, como e porque ela tinha virado de cabeça pra baixo tão repentinamente, depois de horas andando avistei a casa so longe, antes que pudesse me aproximar começou a chover, as gotas d`água misturavam-se com minhas lágrimas. Cheguei ensopada, fui direto para o quarto, tomei um banho quente, me joguei na cama e chorei, passei a noite em claro... não sei porque mais dessa vez Joana não apareceu...
Isso havia virado rotina, há semanas eu não conseguia dormir e não me alimetava, já havia perdido 8kg.

DOIS MESES DEPOIS...

Era segunda, acordei cedo - como já vinha ocorrendo -, porém permaneci deitada.
- Levanta!!! - Rafa entrou repentinamente no meu quarto gritando.
- Ah não! - Cobri meu rosto com o cobertor.
- Você não vai ficar aqui hoje. Já tem quase dois meses que mal come, mal sai desse quarto. Hoje eu vou te levar para passear.
- Não Rafa, eu não quero. Prefiro ficar aqui, vou acabar estragando o passeio.
- Não vai não. Levanta se arruma quee eu estou esperando lá embaixo. Se você demorar volto aqui e te puxo pelos cabelos. - Riu e dirigiu-se à porta.
- Ah não, por favor.
- Estou te esperando!
- Tá, tá. Você venceu. Desço em 20min. - Disse enquanto levantava.
- Ok. - Saiu.
Tomei um banho, me arrumei colocando um short jeans curto, uma blusa de renda rosa e prendi o cabelo num rabo-de-cavalo deixando algumas mechas caidas na nuca. Depois de pronta desci.
- Já estava indo lá te buscar. - Rafa riu e olhou-me lentamente da cabeça aos pés.
- Vamos? - Perguntei sem jeito.
- Sim. - Respndeu encarando-me nos olhos.
Nós saimos...
- Para onde vamos? - Eu seguia-o.
- Que tal uma sorveteria? Ou você prefere uma lanchonete?
- Pra mim tanto faz. - Dei de ombros.
- Melhor... vamos nos dois.
- Ótima ideia. - Sorrimos.
O dia foi super divertido. Ele me fez esquecer um pouco o meu sofrimento...
[...]

Já haviam se passado semanas e durante esses dias ele tentou me fazer esquecer meus problemas, fez eu me sentir melhor e despertou em mim um sentimento no qual eu não sabia explicar.
Porém no domingo a noite...


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Autor(a): tayreis

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Estava assistindo deitada com a cabeça no colo do Rafa quando uma voz soou atrás de nós... era Wilton. - Suzi, podemos conversar? - O tom foi seco. - Claro. Fomos para sala de jantar. - Eu não queria que isso ocorresse, mas... - Começou Wilton num tom sério. - Como você sabe não depende só de mim, tem a Joana e você sabe que... - As palavras se perderam em sua garganta ...


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