Fanfics Brasil - Capitulo 8 Sexy Demais Para Casar s2DYCs2 [TERMINADA]

Fanfic: Sexy Demais Para Casar s2DYCs2 [TERMINADA]


Capítulo: Capitulo 8

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Christopher estudou o pai, desconfiado.


O que aconteceu?


Sua mãe e eu tivemos uma briga.


Christopher praguejou baixinho ao lembrar-se, tarde demais, de que prometera a Maite conversar com o pai.


Seu pai ganhara alguns quilos, desde que se aposentara, poucos meses antes. Além disso, seus cabelos estavam total­mente brancos. Ainda assim, Tom Von Uckerman continuava sendo um homem formidável. Quando criança, Christopher o achava muito parecido com uma figura de Zeus, que ele vira em um livro, na biblioteca. Tom também possuía excelente senso de humor e uma gargalhada capaz de fazer páreo a Papai Noel. Naquele momento, porém, sua expressão era sombria.




  • Importa-se se eu passar a noite aqui? — o pai perguntou.




  • Não... — Christopher não sabia o que dizer. Seus pais já haviam brigado antes, mas nunca naquelas proporções. — Quer con­versar a respeito do que aconteceu?




  • Não.




Uma onda de alívio tomou conta de Christopher, pois ele jamais se sentira à vontade para discutir assuntos de ordem emocional com o pai.




  • Já jantou? — perguntou, abrindo a porta do apartamento para que o pai pudesse finalmente entrar.




  • Ainda não.




  • Prefere pizza ou comida chinesa?




  • Chinesa, mas com pouco tempero, por causa de minha azia.




  • Certo.Christopher apanhou a lista telefônica que deixava sobre a mesa de canto.




Sua mãe já causou sérios danos a meu estômago, quando decidiu tomar partido daquela mulher do rádio.


Christopher ficou imóvel.




  • Que mulher?




  • A apresentadora de "Amor no Ar". Ela disse que os ho­mens não se comunicam.




  • Mamãe disse isso? — Christopher indagou, franzindo o cenho.




  • Não, foi a mulher do rádio, mas sua mãe concordou. Disse que nunca converso com ela. A briga começou aí. Você conhece sua mãe. Tem um gênio...




  • Verdade, mas ela nunca o mandou embora de casa, antes.




  • Ela não me mandou embora — Tom negou, indignado. — Eu disse que queria paz e sossego para assistir ao jogo do Bulls e que viria assistir com você. Então, ela disse: "Já que vai até lá, seria bom passar a noite com Christopher, pois não quero que volte e fique resmungando comigo." Resmungando! Acre­dita nisso? Ela diz que pareço aquele ator de cinema.




  • Billy Bob Thornton?




  • Como você sabe? Sua mãe andou conversando com você?




  • Não.




Christopher sabia quem era o ator, pois já havia notado a seme­lhança, especialmente dos resmungos. Ainda assim, tinha cer­teza de que sua mãe não teria reagido de maneira tão radical se Dulce Maria não houvesse interferido com seu programa.


Dulce Maria tinha o dom de criar problemas. Deveria ser banida do rádio, bem como ser proibida de entrar em restaurantes sofisticados. Mal a conhecera, e já criara uma grande confusão, fazendo-o de bobo. Beijara-o com paixão ardente, para então expulsá-lo de sua casa com um amontoado de mentiras.


Christopher decidiu que já agüentara demais. Estava na hora de virar a mesa e descobrir como ela se sentiria ao ver sua vida de cabeça para baixo. Estava na hora de usar sua suposta sensualidade para recuperar o controle sobre a própria vida... E fazer Dulce Maria arrepender-se do dia em que decidira tentar conquistá-lo.


 


 


Não acredito! — Muriel resmungou, postada sobre a es­tante, na sala do apartamento de Christopher. — Basta virarmos as costas por um segundo e vejam só o que acontece!




  • Bem, não podemos vigiá-los o tempo todo — Hattie ar­gumentou. — Afinal, temos outros trigêmeos para cuidar.




  • E eu que pensei que meu plano de levar Christopher e Dulce Maria ao mesmo restaurante fosse tão inteligente — Betty suspirou.




Achei que, quando se vissem, recuperariam o bom senso. Como eu ia saber que Dulce Maria arrastaria Nita com ela? Ou que as duas fossem tagarelar sobre a aposta?




  • O plano foi inteligente — Hattie assegurou —, mas con­fesso que estou preocupada com a sede de vingança de Christopher. Muriel, o que está fazendo?




  • Contando os dias que faltam para nossa aposentadoria.— Com a varinha mágica, ela virava as folhas de um calendário, com velocidade espantosa. — Faltam apenas dois mil, seiscentos e quarenta e três meses. Mal posso esperar.




Na noite seguinte, Christopher esperava por Dulce Maria no saguão do edifício onde funcionavam os estúdios da WMAX. Viu quando ela saiu do elevador, acompanhada por uma mulher mais alta e mais velha. Lembrou-se de tê-la visto com Dulce Maria, no Muddy`s.


Determinado a esperar pelo melhor momento de revelar a sua presença, Christopher seguiu-as em silêncio. Como queria avaliar o es­tado de espírito de Dulce Maria, tratou de ouvir a conversa das duas.




  • Só faço com um... — Dulce Maria dizia.




  • Nos dias de hoje, é mais seguro assim — Nita concordou.




  • Verdade, mas nem sempre é fácil manter esse tipo de lealdade. A vida é tão maluca, para não falar das tentações.




  • E eu não sei? A medida que o tempo vai passando, fica ainda pior. Começa-se a pensar que, talvez, uma pequena trai­ção não fará mal algum.




  • Você começa sem grandes pretensões e descobre que é tão fácil, que logo se vê fazendo uma porção de outras coisas — Dulce Maria continuou.




A essa altura, Christopher, profundamente chocado, fez algo que jamais fizera antes.


 


O som de uma maleta caindo no chão de mármore do saguão pôde ser ouvido por todo o edifício. Ao virar-se para verificar o que havia acontecido, Dulce Maria viu um homem de terno escuro abaixando-se para apanhar a maleta que deixara cair.


Belo traseiro — Nita declarou.


Dulce Maria viu-se obrigada a concordar. Seria o fato de ela ser capaz de apreciar o corpo de outro homem um sinal de que estava superando seus sentimentos por Christopher? Teve um se­gundo de esperança, antes de se dar conta de que era para ele mesmo que estava olhando. E que ele se encontrava a poucos metros de distância.


Ela havia imaginado que, cada dia que passasse sem vê-lo, sua resistência a ele cresceria. Porém, bastara Christopher aparecer para que sua teoria caísse por terra. O impacto que ele lhe causou foi mais forte do que nunca, pois não eram mais somente seus hormônios que comandavam a situação. Agora, seu cora­ção também estava envolvido.


O que está fazendo aqui? — Dulce Maria perguntou.


Christopher foi incapaz de responder, pois ainda estava chocado demais pela conversa que acabara de ouvir, entre Dulce Maria e a amiga. Seria possível que as mulheres falassem de seus amantes daquela maneira tão sem reservas?


Decidiu que a melhor abordagem seria a direta.




  • Não pude deixar de ouvir o que vocês estavam conver­sando. Do que estavam falando?




  • Embora não seja de sua conta, estávamos falando de mecânicos de automóveis — Dulce Maria tentou soar indiferente, mas não pôde impedir que sua voz tremesse de emoção por ver Christopher de novo.






  • Vai procurar um mecânico?




  • Sim, depois do trabalho. Por quê?






  • Por nada. E ele a outra pessoa por quem você disse estar apaixonada? — Christopher perguntou, sem conseguir disfarçar a raiva.




  • Ora, isso é ridículo! — Nita interferiu. — Ela vai pedir uma revisão do carro, não do corpo. Dulce Maria não está apaixo­nada por ninguém mais. Ela ama...






  • Nita! — Dulce Maria interrompeu-a, aflita.




  • O trabalho — Nita completou.




Portanto, Dulce Maria mentira sobre estar apaixonada por outra pessoa. O que não surpreendeu Christopher. Afinal, ela mentira desde o primeiro momento. Ainda não sabia como ela conseguira localizá-lo no Muddys, mas sabia por que o fizera: por causa de uma aposta.


Dulce Maria podia ser especialista em conversa, mas a especia­lidade de Christopher era a persuasão, o que o tornava um excelente promotor. Em sua sede de vingança por ter sido enganado, estava determinado a persuadi-la a cair em sua armadilha. Ensinaria a Dulce Maria uma lição que ela jamais esqueceria.




  • Dulce Maria é antiquada com relação a muitas coisas — Nita dizia. — Não vai até o fim no primeiro encontro, por exemplo.




  • Vou embora — Dulce Maria declarou. — Não vou ficar aqui, parada, enquanto vocês discutem minha pessoa, como se eu não estivesse aqui.




Girou nos calcanhares e afastou-se.




  • Gostei — Nita falou, dando um tapinha amigável no ombro de Christopher. — Estou contente que tenha vindo à procura dela. Dulce Maria é uma mulher especial. Talvez você goste de saber que ela adora chocolates da Godiva e que suas flores prediletas são rosas vermelhas.




  • Eu ouvi isso! — Dulce Maria gritou por cima do ombro.




  • Era a minha intenção! — Nita gritou de volta.




As flores começaram a chegar na manhã seguinte: uma dúzia de rosas vermelhas. Dulce Maria deveria tê-las devolvido, pois no outro dia, duas dúzias foram entregues. Felizmente, Bud estava de férias naquela semana. Assim, não tomaria conhecimento do que estava acontecendo.


Os chocolates só chegaram à tarde: uma caixa enorme com a palavra "Godiva" gravada na tampa, em dourado.




  • Vejo que realmente conquistou o coração de alguém — Linda comentou.




  • Não se engane — Dulce Maria replicou de boca cheia. — Na pré-história, os homens saíam para caçar e reservavam os me­lhores pedaços de carne para suas mulheres, que os recom­pensavam com sexo. Os homens modernos fazem o mesmo. Só substituíram a carne por flores e chocolates.




Linda deu de ombros.


Já conhecemos esse impasse. Homens querem sexo. Mu­lheres querem romance.




  • Ah, mas os homens usam romance para conseguirem sexo.




  • E nós fazemos o contrário.




  • Sobre o que vocês estão falando? — Nita perguntou, ao entrar na sala.




  • Sobre usar sexo para conseguir romance — linda respondeu.




  • Não funciona — Nita afirmou. — Já tentei.




  • Nesta tarde de quinta-feira, você está ouvindo "Amor no Ar". O assunto de hoje é o prazer da perseguição pela conquista. Encontramos registros desse tópico na mitologia grega, quando o deus Apolo perseguiu uma bela ninfa, chamada Daphne, na tentativa de conquistá-la. Quanto mais ela fugia, mais ele a queria. Ligue para nós e conte-nos sua história. — Dulce Maria apertou um botão no painel de controle. — Alô, Tina, de Tinley Park. Pode falar.




  • Você falou sobre namorar gregos, e estou ligando porque, uma vez, namorei um rapaz grego e...




  • Eu disse que o prazer da perseguição pela conquista já era mencionado na mitologia grega. Não me referi a namoros com pessoas gregas.




  • Ah, então, não está interessada em ouvir minha história com Spyros?




  • Ele a perseguiu na intenção de conquistá-la?




  • E como! Estava usando uma daquelas tangas minúsculas, pois era dançarino em um clube de mulheres. Bem, ele me perseguiu pela sala de jantar e conseguiu me agarrar quando eu dava a terceira volta na mesa e já estava sem fôlego.




  • E assim nasceram as Olimpíadas — Dulce Maria falou, rindo. — Agora, vamos falar com Curt, de Cal City.




  • Essa história de perseguição tem a ver com a caça de veados. E assim: você vê um veado na mata e quer logo matá-lo.




  • Bem, Curt, na verdade, quando vejo Bambi, matar a pequena criatura não é um dos primeiros pensamentos que me ocorrem.




  • Isso acontece porque você é mulher. Os homens são ca­çadores natos. Se você fugir, aumenta o prazer da perseguição.




Obrigada pela perspectiva intelectual, Curt. Creio que isso explica por que os homens perseguem uns aos outros em tantos esportes. Qualquer coisa que corra...


A perseguição continuou, naquela noite, em um jantar dan­çante beneficente de uma associação para tratamento de cân­cer. Dulce Maria não esperava encontrar Christopher lá, mas ele não se mostrou surpreso ao vê-la.




  • Nita, sua traidora! — Dulce Maria resmungou, ao sentar-se na mesa reservada para a WMAX. — Contou a Christopher que representaríamos a rádio neste jantar?




  • Acha que eu faria uma coisa dessas?




  • Tenho certeza.




  • O garçom parece interessado no conteúdo de meu decote — Nita anunciou, mudando de assunto.




  • Esqueça o garçom e me responda sobre Christopher.




  • Converso com tanta gente, ao longo do dia, que é difícil lembrar o que disse a quem. — Diante do olhar ameaçador de Dulce Maria, Nita admitiu: — Sim, sim, contei a ele. Ele me obrigou.




  • Por acaso, Christopher apontou uma arma para sua cabeça?




  • Ele me telefonou e usou seu charme para me fazer falar.




  • Ele é muito bom nisso.




  • Você não tem com o que se preocupar. Seu vestido é espetacular.




  • Eu nem me lembrava de que o tinha comprado. Ainda estava com as etiquetas.




  • Christopher veio sozinho, caso esteja curiosa — Nita provocou-a.




  • Não estou curiosa.




  • Mentirosa!




  • Escute, neste momento você não está produzindo meu programa. Esta é minha vida! — Dulce Maria protestou.




  • Quem não precisa de uma boa produção em sua vida?




  • Eu...




  • Certo. Você tem tudo sob controle — Nita falou com uma careta.




  • Não. Quem mantém o controle sobre tudo é Christopher, não eu.




  • Mudando de assunto, Christopher está espetacular naquele smo­king. Importa-se se eu for examiná-lo mais de perto.






  • Nem um pouco. Sinta-se à vontade.




  • Como, se você está agarrando meu braço?




  • Estou apenas tentando evitar que você dê um vexame.




  • Senhoritas! — A voz de Christopher interrompeu-as, provocando um sobressalto em Dulce Maria. — Esta é uma surpresa muito agradável.




  • Grande surpresa! — Dulce Maria sibilou para Nita e, então, exibindo seu melhor sorriso, virou-se para Christopher.




Felizmente, ele estava usando óculos, além das roupas for­mais, que combinavam perfeitamente com sua atitude, também formal. Então, ela se lembrou de quando ele estava vestido com jeans e camiseta preta e a seduzira no sofá.


Esqueça!


A advertência que fez para si mesma foi ouvida por Christopher.




  • Esquecer o quê?




  • O que quer que você tenha em mente.




  • Estava pensando em dançar, depois do jantar, com você... a mulher mais bonita por aqui.




O elogio não a impressionou, pois Dulce Maria sabia que não passava de uma mentira descarada. Como ele se atrevia a dizer que ela era bonita? Podia estar atraente com seu vestido cor de ameixa, mas jamais ficaria bonita.


Você não sabe o que está dizendo.


Muito pelo contrário. Sei exatamente o que estou dizendo.


Com um floreio, Christopher tomou-lhe uma das mãos e beijou-a.


Dulce Maria retirou-a rapidamente, furiosa consigo mesma por sen­tir um arrepio de prazer. Pior que aquilo, foi o ar de triunfo com que ele a fitou, deixando claro que estava atento ao efeito que exercia sobre ela.


O que Christopher não sabia era que, quando a ocasião exigia, Dulce Maria era capaz de se transformar em uma pedra de gelo. Aquela noite era, sem sombra de dúvida, uma daquelas ocasiões.


Assim, depois do jantar, estava preparada quando Christopher foi tirá-la para dançar. Manteve o queixo erguido, o olhar distante, criando em torno de si mesma uma barreira invisível de ele­gância e orgulho. Porém, por ser invisível, tal barreira não impediu Christopher de deslizar a mão por suas costas, expostas pelo vestido ousado.


Para alguém que gosta tanto de falar, você está quieta demais esta noite — ele comentou. Dulce Maria deu-lhe um pisão no pé.




  • Desculpe. Não sou boa dançarina.




Ele sorriu.




  • É muito hábil, sobre patins.




  • Assim como você.




  • Não me lembro de tê-la ouvido reclamar antes.




Mas estou reclamando, agora. Está me apertando tanto, que mal posso respirar.


A verdade era que, se Christopher continuasse a abraçá-la com tanta intimidade e falando com aquela voz rouca e sensual, Dulce Maria não demoraria a se derreter por inteiro.


Ele afrouxou o aperto apenas um pouco.


Melhor assim?


Melhor seria ele estar do outro lado da cidade, onde não poderia utilizar seu potencial sedutor sobre ela.


Como é a caneca em que você toma café pela manhã? — Dulce Maria perguntou a queima-roupa.




  • O quê? — Christopher inquiriu, confuso.




  • Sua caneca de café... O que está escrito nela?




  • Nada. É preta e não há nada escrito.




  • Eu sabia — ela falou, recuperando a autoconfiança.




Parece que acabo de ser reprovado em um teste —Christopher queixou-se e, como ela se limitasse a dar de ombros, continuou:—Ora, vamos, fale comigo. O que está escrito em sua caneca?


Propriedade Particular.


Ele se esforçou para não rir.




  • Viu? Não foi tão difícil. Agora, que tal partirmos para um desafio um pouco maior? Por que não me conta sobre suas esperanças e seus medos?






  • Loteria e tornados.




Christopher não conseguia tirar os olhos de Dulce Maria, pois nunca antes a vira tão distante e, ao mesmo tempo, tão desejável.




  • Seus cabelos parecem diferentes. Estão mais dourados.






  • Xampu tonalizante — Dulce Maria declarou, na esperança de que a resposta prosaica o fizesse desistir de vez dos elogios.




Infelizmente, Christopher reagiu mordiscando-lhe a orelha.


Pare com isso!




  • Está usando seu Equilíbrio.




De onde ele havia tirado aquela idéia? Dulce Maria sentia-se prestes a cair!




  • Seu perfume — ele esclareceu com um sorriso. — Você disse que se chama Equilíbrio.




  • Deveria ficar impressionada por você ter lembrado?




  • Impressionada seria bom — Christopher murmurou, voltando a acariciar-lhe as costas. — Excitada e lânguida seria ainda melhor.




  • Espere sentado.




  • A vida toda, se for preciso — ele sussurrou em seu ouvido.




Embora sentisse a resistência se esgotando, Dulce Maria con­seguiu voltar a seu lugar à mesa, assim que a música acabou. A mistura de relutância e alívio que a invadiu, por ter se afastado de Christopher, garantiu o fim de sua paz de espírito.


Christopher estava mergulhado no trabalho, quando Maite adentrou seu apartamento como um furacão.




  • Você disse que examinaria os formulários para uma or­ganização sem fins lucrativos — declarou, esperançosa.




  • Qual é a causa perdida que está defendendo desta vez?




  • Preservação do patrimônio histórico. Por falar em causas perdidas, onde está papai?




  • Foi ao jogo do Cubs. E você deveria mostrar maior respeito por seu pai.






  • Ele é quem deveria mostrar maior bom senso — ela retrucou, exasperada. — Mamãe está furiosa.




  • Só porque ele resmunga? Papai deve ter nascido resmungando.






  • Ele disse que a briga foi por causa disso? E você acreditou?




  • Qual foi o motivo, então?




  • Falta de comunicação. Papai só fala com mamãe para criticar a comida que ela faz, ou a maneira como lava as roupas. Depois que ele se aposentou, ela pensou que conversariam mais, que fariam mais coisas juntos, mas papai não sai da frente da televisão. Mamãe tentou dizer como se sente, mas ele não quis ouvir. Você não me prometeu que conversaria com papai?




Christopher esforçou-se para não se sentir culpado.


Não tive tempo.




  • E papai está morando com você?




  • Não, ele está hospedado aqui, temporariamente.




  • Isso é o que você pensa. — Maite olhou em volta e mudou de assunto: — Quando é que vai comprar mobília para esta sala? Todo esse aço cromado não lhe dá arrepios?




  • Essa decoração foi feita por um profissional renomado.




  • Falta calor humano — a irmã persistiu.




Christopher pensou na casa de Dulce Maria, repleta de objetos, todos com algum significado pessoal. Em comparação, seu apartamento era mesmo frio. Porém, ele não gostava de se sentir apertado, depois de tantos anos dividindo o espaço com os irmãos. Sentia necessidade de liberdade, tanto física quanto emocional. Infelizmente, a presença de seu pai atrapalhava seus planos. Toda vez que Christopher tentava perguntar quando Tom ia embora, o pai mudava de assunto.




  • O que está fazendo em casa, em plena noite de sexta-feira? — Maite indagou.




  • Preciso trabalhar — Christopher respondeu, lembrando-se de que fora atendido pela secretária eletrônica, todas as vezes em que tentara falar com Dulce Maria, nos últimos dois dias.




  • No que está trabalhando? — a irmã perguntou, pegando o bloco de notas de cima da mesa.




  • Devolva-me isso.




  • Não acredito! — ela exclamou, colocando-se fora do al­cance de Christopher. — Você fez um plano, passo a passo, para seduzir Dulce Maria! Fez até uma lista de prós e contras! Qual é o significado de "incidente com carrinho de sobremesas`?




Devolva-me isso! — Christopher repetiu, furioso.


Como de costume, Maite não se intimidou.




  • Ora, sei que você tem obsessão por listas, mas isto já é demais.




  • Trata-se da coisa mais lógica a fazer, embora você não saiba disso, pois prefere deixar que as emoções a dominem.




  • Vejo que já cumpriu a primeira etapa, que era conversar com ela, frente a frente. E a segunda, também. Mandou flores e chocolates. Muito original!




  • Nunca lhe ocorreu que ser original nem sempre é a melhor opção?






  • Não. Gosto de gente original.






  • Já percebi — Christopher falou, examinando a camisa mascu­lina que a irmã usava por cima de uma saia imensa e as botas de soldado. — Não gosto muito de originalidade.




  • E quanto a Dulce Maria? Afinal, é a ela que você está tentando agradar.




  • Ela gosta de coisas originais — ele admitiu —, mas tam­bém gosta de receber flores e chocolates.






  • Tem certeza?






  • Toda mulher gosta. Além disso, foi a melhor amiga dela quem me contou.




  • Ora, Christopher, qualquer um pode mandar flores e chocolates. Você ainda tem muito o que aprender sobre as mulheres.






  • Pois acho que me saí muito bem, até hoje.






  • Você sempre teve as mulheres a seus pés, mas esta parece ser diferente. Acho que já gosto dela.




  • Você gosta de qualquer pessoa que me cause problemas — Christopher resmungou.




Maite sorriu.


Tem razão. Quem é essa Dulce Maria, afinal? Ela não tem sobrenome?


Christopher não tinha a menor intenção de contar que Dulce Maria era a apresentadora do programa de rádio, no qual sua mãe havia se inspirado para mandar seu pai embora de casa.




  • Não está na hora de você ir embora?






  • Já estou indo, mas antes, quero lhe dar um conselho. As mulheres gostam de homens com imaginação e sensibilidade. Sei que você tem as duas coisas, pois já ouvi você tocando no Muddy`s. Pense nisso, Jase, ou vai acabar se tornando apenas mais um rosto na multidão.






  • Detesto ser chamado de Jase.






  • Eu sei. E por isso que o chamo assim. Telefone quando tiver examinado os formulários.




  • Espere sentada — Christopher anunciou, embora soubesse que acabaria atendendo ao pedido da irmã.




Antes, porém, tinha algo muito importante a fazer: seduzir Dulce Maria.




  • Pare de espremer os olhos! Ela não está na platéia — Natron avisou a Christopher, na noite de domingo, quando se pre­paravam para tocar.




  • Deixei um recado na secretária eletrônica, convidando-a para vir aqui, hoje.




  • Boa idéia. Da última vez em que tocou para ela, a moça se ofereceu para fazer sexo com você.




Embora Natron fosse um grande amigo, Christopher não poderia contar a ele o verdadeiro motivo pelo qual Dulce Maria fora ao Muddy`s, da primeira vez, pois aquilo o faria passar por um perfeito idiota.




  • Talvez eu deva tocar para ela novamente — falou, en­quanto pensava em como seduzi-la.




  • Acho que deve, sim. Afinal, se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé.




Dulce Maria sentia-se exausta. Dormira apenas quatro horas nas últimas duas noites, pois ficara pensando em Christopher. Por isso, havia ido se deitar cedo, pouco antes das dez horas da noite.


Fechou os olhos e, imediatamente, começou a sonhar com Christopher. Ele tocava saxofone, e Dulce Maria acariciava-lhe o corpo nu. Enquanto isso, a música tornava-se cada vez mais alta.


Quando abriu os olhos e se descobriu acordada, Dulce Maria ficou confusa, pois a música continuou a tocar. Consultou o relógio de cabeceira e constatou que eram quase duas horas da madrugada.


Perguntou-se se o vizinho estaria dando uma festa, mas logo percebeu que o som vinha bem de debaixo de sua janela. E, definitivamente, tratava-se de um saxofone.


Levantou-se, vestiu um robe e foi espiar pelas frestas da janela. Viu o brilho do instrumento metálico, mas não conseguiu enxergar quem tocava.


Então, a música cessou de repente. Em seguida, pedras co­meçaram a atingir a janela.


Dulce Maria abriu-a.




  • Christopher? — chamou baixinho.






  • Não — ele respondeu quase aos berros. — Sou o Ca­valeiro Negro.






  • O que está fazendo?




  • Tentando chamar sua atenção.




  • São duas horas da madrugada! — gritou o sr. Jones, o vizinho. — Se não ficar quieto, vou chamar a polícia!




  • Mande chamar o detetive Abromski — Christopher replicou. — Ele é meu amigo.




Dulce Maria mal podia acreditar que a águia dos tribunais en­contrava-se em sua varanda, fazendo serenata para ela. E não sabia se deveria deixá-lo entrar ou não.



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Autor(a): millinha

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  —Rapunzel, Rapunzel, jogue-me suas tranças — Christopher chamou da varanda. Vou contar até três e, então, chamarei a polícia — o sr. Jones ameaçou. — Um... Não faça isso! Vou deixá-lo entrar — Dulce Maria gritou para o vizinho e, então, dirigiu-se a Christophe ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 152



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  • aniiinhaa Postado em 12/07/2009 - 14:18:25

    Ah ameei ! *-*
    Qein diria a águia dos tribunais (asho que é esse o apelido dele né?), apaixonado pela apresentadora de Amor no Ar, e pior ouvindo Amor no Ar!
    Gameý, poosta as outras duas vaai ?! *-*

  • andressarbd Postado em 11/07/2009 - 21:28:42

    posta
    posta
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    posta
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  • andressarbd Postado em 11/07/2009 - 21:28:20

    postaaaaa
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  • paulohenrique Postado em 08/07/2009 - 14:16:12

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