Fanfics Brasil - Capitulo 5 Sexy Demais Para Casar s2DYCs2 [TERMINADA]

Fanfic: Sexy Demais Para Casar s2DYCs2 [TERMINADA]


Capítulo: Capitulo 5

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Christopher consultou o relógio, perguntando-se se Dulce Maria estaria se sentindo mal. Já fazia algum tempo que ela fora ao banheiro, e ele começava a se preocupar. Por isso, decidiu verificar se estava tudo bem e levantou-se.


Cuidado! — ouviu um garçom gritar.


Virou-se e teve um rápido vislumbre de seda violeta por entre as samambaias que enfeitavam o restaurante. Seria Dulce Maria?


Sim, era Dulce Maria. Seus braços agitavam-se no ar, como se ela estivesse lutando desesperadamente para recuperar o equi­líbrio e não cair sobre o carrinho de sobremesas. Em questão de segundos, Christopher estava lá, amparando-a e impedindo que ela desabasse sobre uma torta de limão, coberta de chantilly.


O garçom não teve a mesma sorte. Ao se esquivar de Dul-ce, deu de encontro com um casal que voltava do bufê de frutos do mar, fazendo com que os dois pratos voassem no ar. Fregueses que jantavam nas mesas próximas gritaram, assus­tados, ao serem atingidos por uma chuva de camarões enormes, que caíram em decotes ousados, copos de vinho e penteados sofisticados. Uma mulher foi rápida o bastante para se esconder debaixo da mesa, evitando ser atingida. Patas de caranguejo aterrissaram sobre os ombros de um homem, formando uma espécie de manto vermelho.


A parada brusca do carrinho de sobremesas fez com que vários doces deslizassem para o chão, caindo aos pés de Dul-ce. Estremecendo, ela escondeu o rosto no peito de Christopher, agarrando-se nos ombros dele com desespero. Ele a abraçou e deu-lhe tapinhas reconfortantes nas costas... até perceber que o tremor de Dulce Maria devia-se ao esforço que ela fazia para conter as gargalhadas.




  • Sinto muito — ela conseguiu dizer. — Tenho algum ca­marão nos cabelos?






  • Não. Parece milagre, mas você conseguiu sair ilesa.




  • Exceto pelos sapatos — Dulce Maria falou, olhando para baixo.




Seus pés haviam, praticamente, desaparecido, em meio a uma mistura de chantilly, musse de chocolate e o que parecia ter sido um manjar de coco. Com cuidado, ela agitou os sapatos, livrando-se da maior parte da sujeira, ao menos o suficiente para poder andar sem escorregar.


Olhou em volta e não viu o menor sinal de Bud e Nita, o que lhe provocou profundo alívio.


É melhor irmos embora daqui, antes que a situação se complique — Christopher sugeriu, ao perceber os olhares de reprovação que o maitre lançava na direção deles. Tratou de pagar a conta com a maior rapidez possível, deixando uma gorjeta generosa.


Assim que se viram no estacionamento, Dulce Maria explodiu em gargalhadas.




  • Sinto muito. Juro que não costumo ser tão desastrada. E, como fui eu quem convidou você para jantar, deveria ter pago a conta. Veja só. Estou parecendo uma palhaça.




  • Não acho. Está engraçadinha, assim — Christopher zombou.




Engraçadinha? Ora, mulheres "engraçadinhas" não sedu­ziam os homens. Para isso, era preciso ser sensual. As engra­çadinhas só os faziam rir.




  • Acho melhor eu levar você até sua casa, em vez de você pegar um táxi — ele decidiu.




  • Obrigada. É uma boa idéia. Por acaso, há lenços de papel, em seu carro?




Ele assentiu e estendeu a mão para o banco traseiro.




  • Sente-se aqui. Vou ajudá-la.




Percebendo que o carro era novo em folha, Dulce Maria sentou-se no banco do passageiro, mas manteve as pernas do lado de fora, a fim de não provocar maiores danos. Porém, a fivela do sapato emperrou.


Vai acabar com torcicolo se ficar muito mais tempo nessa
posição — Christopher concluiu. — Deixe que eu cuide de seus sapatos.


Abaixando-se junto à porta aberta, ele os retirou com rapidez e, em seguida, passou a ponta do dedo pela sola do pé de Dulce Maria.




  • Tem cócegas? — perguntou.




  • Não. E você?




  • Não nos pés, mas se me tocar debaixo dos braços, estou perdido.




Por falar em estar perdida, Dulce Maria sentia-se prestes a se derreter sob as mãos que cuidavam de seus pés. O toque suave provocava pensamentos eróticos com aquelas mesmas mãos su­bindo por suas pernas e coxas e... muito além. E, ainda, havia o fato de que, a fim de facilitar seu trabalho, ele a forçara a pousar o pé em uma de suas coxas e o contato com os músculos rijos não facilitava a tarefa de Dulce Maria em manter a cabeça fria.


Será mais fácil se você tirar a meia — Christopher declarou.


Mais fácil para quê? Para seduzirem um ao outro?


A tensão que os envolvia tornou-se mais intensa quando Dulce Maria deslizou as mãos por baixo do vestido, a fim de soltar os fechos das ligas de renda. Mas, assim que baixou as meias ao meio das coxas, Christopher assumiu o comando, roçando os dedos por suas pernas, ao fazê-lo.


Tirou uma das meias, depois a outra, sem pressa, como se o náilon, apesar de transparente, pudesse ainda revelar segre­dos inesperados.


Dulce Maria entregou-se à magia daquele momento. Christopher não tomou liberdade excessiva, nem fez qualquer avanço indesejado. Simplesmente, tocou-a como ninguém jamais a tocara antes, como se ela fosse um tesouro inestimável.


Depois de tirar-lhe as meias, Christopher explorou seus pés des­calços. Dulce Maria sentiu o calor do corpo dele irradiar-se através do seu, aquecendo-a por inteiro, provocando-lhe reações até então desconhecidas.


Com movimentos meticulosos, ele secou cada dedo com cuidado especial, levando Dulce Maria a estremecer de prazer. Quando termi­nou e voltou a acomodar-lhe o pé sobre a coxa, ela descobriu que bastaria um pequeno movimento para alcançar-lhe o zíper da calça.


Um pequeno movimento e uma tonelada de coragem, Dul-ce pensou. Tal atitude era do feitio de Nita. Podia até ouvir a produtora dizer: "Vá em frente, garota!"


Quando Christopher finalmente terminou a limpeza, Dulce Maria estava ofegante, a ponto de mandar a discrição para o inferno. Sentin­do-se mais ousada do que nunca, moveu o pé devagar e... quase acertou-lhe um chute mortal quando ele se pôs de pé.


Ora, teria sido lamentável inutilizar justamente o homem que pretendia seduzir!


Examinando-o pelo canto do olho, foi invadida por uma onda de alívio ao constatar que ele não havia percebido o que acabara de acontecer. Ou o que quase acontecera.


O que deveria ser um olhar rápido, tornou-se demorado, pois ela se viu envolvida pela intensidade dos olhos castanhos que também a fitavam. Não haveria como negar a paixão que os incendiava. Dulce Maria perguntou-se se sua expressão refletia o mesmo desejo intenso que o olhar dele transmitia.


Sexo visual. Ouvira a frase antes, mas jamais experimentara tal sensação. O olhar de Christopher revelava que ele a considerava atraente. Não, era muito mais que aquilo. Revelava que ele gostaria de arrancar-lhe a roupa e fazer amor com ela ali mes­mo, no banco dianteiro do carro. Dulce Maria mal podia acreditar que ele a fitava daquela maneira e descobriu-se prestes a su­focar de emoção.


Os faróis de um automóvel que entrava no estacionamento trouxeram Dulce Maria e Christopher de volta à realidade.


Ao mesmo tempo que Christopher se endireitava e fechava a porta do carro, Dulce Maria tentava recuperar a compostura. Quando ele ocupou o lugar ao volante, ela já tratara de esconder as meias arruinadas, e procurava encontrar seu autocontrole, igualmente arruinado. Tentou agir com a maior naturalidade possível, embora já não fosse mais uma virgem visual. Fora possuída através de um simples olhar e... bem, tinha de admitir que a experiência fora maravilhosa.


Christopher só voltou a falar depois que saíram do estacionamento e pararam em um semáforo.




  • Queria lhe contar que ouvi parte de seu programa, esta tarde.




  • O que achou?




  • Achei que você é muito boa no que faz.




  • Assim como você. Pelo que ouvi dizer, tem uma reputação e tanto.




  • Do que está falando? — ele inquiriu, desconfiado.






  • Uma porção de coisas. De ser um excelente promotor, ótimo saxofonista, um dos solteiros mais sensuais de Chicago.




  • O primeiro é verdade. O segundo, não. Não toco tão bem quanto gostaria. O terceiro, gostaria de repetir, prefiro esquecer.






  • Pobrezinho.




Se as mulheres da cidade soubessem o que ele era capaz de fazer com um simples olhar, certamente o atacariam. Mas Dulce Maria não pretendia partilhar aquele segredo com alguém.


Por sorte, havia uma vaga bem em frente à casa de Dulce Maria. Christopher estacionou e deu a volta no carro para abrir a porta para ela. Esquecendo-se de que estava descalça, ela saiu do automóvel e, no mesmo instante, pareceu estar pisando em brasas.


Sem dizer nada, Christopher tomou-a nos braços e carregou-a, em um gesto galante, até a porta de casa. Lá, colocou-a no chão, fazendo com que o corpo dela deslizasse pelo dele.


Aflita, Dulce Maria não sabia ao certo o que fazer. Deveria convidá-lo para entrar? Que tal servir-lhe alguns drinques e, então, seduzi-lo?


Não. De jeito nenhum. Já fizera suficiente papel de tola por uma noite. Estava na hora de se despedir e mandá-lo embora.


Perguntou-se se ele lhe daria um beijo de boa-noite, e a possibilidade a deixou excitada. Ora, aquilo era ridículo! Teria de se contentar com um abraço amigável e um beijinho inocente.




  • Obrigada por ter discutido a questão das doações. Suas idéias foram ótimas — declarou Christopher, realmente grato com a colaboração dela.




Então, deu-lhe um abraço rápido e roçou de leve os lábios nos dele.


Dulce Maria planejara um beijo rápido e amigável, não uma ex­plosão cósmica. Os lábios de Christopher eram quentes e macios, além de capazes de provocar sensações completamente inesperadas.


Dulce Maria sentiu o corpo em chamas, em questão de segundos. E retribuiu com ardor crescente, à medida que ele tornava mais intensa a exploração sensual de seus lábios.


Christopher, por sua vez, finalmente encontrara a oportunidade de testar sua teoria sobre os lábios dela terem sido feitos para serem beijados. Após uma longa e exaustiva pesquisa, que dei­xou ambos ofegantes e atordoados, ele concluiu que havia acer­tado em seu palpite.


Sentiu o autocontrole dissipar-se lentamente, mas não deu a menor importância ao fato. Toda sua atenção estava concentrada na maciez da pele de Dulce Maria. Na noite em que haviam se co­nhecido, Christopher abrira a porta do café para que ela entrasse e, quando Dulce Maria passara por ele, os cabelos dela haviam roçado em sua mão. Aquele momento havia ficado gravado na memória dele. Agora, ele se deliciava, enroscando os dedos nas mechas sedosas, descobrindo cada detalhe daquela mulher fascinante.


Dulce Maria mal podia acreditar na suavidade com que ele a tocava e, ao mesmo tempo, como sua reação podia ser tão poderosa. Embora não a estivesse apertando contra si, Christopher a beijava com desejo insaciável e paixão ardente. Era como se estivesse tentando dizer com um beijo o que não poderia dizer com palavras. O mesmo que havia dito com o olhar, no carro: que a queria, ali mesmo, sem se importar com as conseqüências.


A mente de Dulce Maria registrou o som de uma sirene. Ator­doada, ela o atribuiu a seu alarme interno, disparado para avisá-la de que estava seguindo por um caminho perigoso.


O que ainda lhe restava de bom senso voltou a agir. Uma semana antes, nem sequer sabia que Christopher existia. Não faria amor com ele naquela noite. Era cedo demais para que ele a visse nua. Bem, mesmo no final do século, ainda seria cedo demais para aquilo. Christopher era simplesmente perfeito, enquanto ela era... simplesmente imperfeita.


Relutando consigo mesma, afastou-se e respirou fundo. Só então deu-se conta de que a sirene pertencia a uma viatura policial que passava pela rua.




  • Uau! — Christopher exclamou com um sorriso deliciado.




  • Uau! — Dulce Maria ecoou, igualmente fascinada.




Havia muito mais que simples sexo envolvido ali. Aquele homem tinha a capacidade de deixá-la em chamas. E aquilo significava, fatalmente, acabar se queimando. Estava na hora de pôr um freio na situação, de acabar com aquela aposta antes de fazer algo de que certamente se arrependeria, depois.


Depois de respirar fundo mais uma vez, Dulce Maria declarou:




  • Acho que tivemos estímulo demais por uma noite.






  • Irei até o fim, com você — Christopher replicou, deixando claro o significado real de suas palavras.




Dulce Maria tentou parecer firme e determinada.




  • O que vale a pena ser feito, vale a pena ser feito devagar .— murmurou.




  • Também sei beijar devagar.




  • Percebi. Admiro isso em um homem.




Christopher inclinou-se para ela, como se quisesse demonstrar suas habilidades, mas Dulce Maria pousou a mão em seu peito.




  • Esse foi nosso segundo beijo. Imagine como o próximo será bom... amanhã.




  • Amanhã?




  • Sabe patinar?




  • Não.




  • Então, vou lhe ensinar. Esteja aqui, ao meio-dia. Boa noite e obrigada por me salvar do carrinho de sobremesas.




Olhando para a porta fechada a sua frente, Christopher pergun­tou-se quem o salvaria de uma mulher que fazia seu autocontrole evaporar como água no deserto do Saara.


Quando o telefone tocou, às sete horas da manhã seguinte, Dulce Maria apanhou o controle remoto da televisão e tentou aten­der a chamada. Demorou alguns instantes para perceber que não se tratava de seu telefone sem fio. No pé da cama, Maxie levou uma das patas aos olhos, resmungando em protesto con­tra a interrupção de seu sono.


Dulce Maria teve vontade de resmungar, também.




  • Alô — balbuciou.




  • Escute, assim como você, não gosto de falar às sete da manhã — Nita anunciou —, mas não consegui dormir, pois fiquei imaginando o que aconteceu ontem à noite entre você e a águia dos tribunais. Ele ficou incomodado com o pequeno acidente, no restaurante?




  • Quase cair em cima do carrinho de sobremesas e criar uma confusão generalizada não foi exatamente um pequeno acidente — Dulce Maria retrucou, espreguiçando-se.




  • Poderia ter sido pior. Você poderia ter caído sentada na torta de limão.




  • Onde você estava?






  • Tratei de me esconder debaixo da mesa. Achei que Christopher poderia me reconhecer e desconfiar de minha presença ali.




  • Inteligente de sua parte.




  • Inteligente foi você, por ser salva por Christopher.




  • Talvez eu escreva um livro sobre minha experiência de como agarrar um homem — Dulce Maria refletiu. — Dica duzentos e três: faça com que o bêbado da mesa ao lado diga ao homem de seus sonhos que você quer fazer sexo com ele. Dica duzentos e quatro: mergulhe no carrinho de sobremesas de um restaurante sofisticado. É a maneira mais garantida de chamar a atenção dele.




  • E você está pronta para a próxima etapa? Caso tenha se esquecido, deve levá-lo para patinar. Ele nunca patinou an­tes, não é? Bud adoraria nos apanhar desprevenidas por um detalhe técnico.




  • Não, Christopher nunca patinou antes e vou ensiná-lo, hoje.




  • Ótimo! Então, está tudo correndo de acordo com o planejado.




  • Ora, por favor, Nita. Não tente fingir que tínhamos algum plano para chamar a atenção de Christopher!




  • A questão não é chamar a atenção de um homem, mas sim ganhar uma aposta. Em outras palavras, precisa tê-lo na palma de sua mão.




Imediatamente, uma imagem erótica se formou na mente de Dulce Maria: sua mão fazendo coisas indescritíveis com o corpo nu de Christopher.


Como se pudesse ler os pensamentos da amiga, Nita continuou:




  • Ainda bem que você concorda comigo que tê-lo na palma da mão é uma ótima idéia.




  • Você é terrível! — Dulce Maria falou com uma risada.




  • É por isso que gosta tanto de mim. Mas vamos voltar ao assunto principal. Gostou de ver as roupas dele espalhadas pelo chão de seu quarto?




  • Não vou dormir com Christopher por causa de uma aposta!




  • Claro que não. Em primeiro lugar, duvido de que você consiga dormir. Em segundo, não vai levá-lo para a cama por causa da aposta, mas porque ele é lindo e você o quer.




  • Não no primeiro encontro.




  • Ah, como você é puritana! Como apresentadora do "Amor no Ar", deveria ser mais... ousada.




  • É por isso que o programa não se chama "Sexo no Ar".




  • Ah, sim. Eu me lembro de que foi você quem proibiu o pessoal de marketing de mudar o nome do programa. Mas, vol­tando a Christopher, quando poderei submeter Bud à agonia da derrota?






  • Vou lhe dizer o mesmo que disse a Christopher, ontem à noite: não me pressione.




  • Pressionar? Devo entender que ele tentou agarrá-la? Óti­mo! Agora, tenho novas esperanças de ganhar essa aposta. Só falta encontrar aquele belo motorista de táxi de novo, e seremos todos muito felizes.




  • Se pretende me ver de pernas quebradas, por que não acaba logo com isso? — Christopher inquiriu, agarrado ao encosto de um banco, no parque, lutando para manter o equilíbrio.




Dulce Maria estudou-o, deleitando-se com a dificuldade dele em se manter de pé, sobre os patins. Ocorreu-lhe que, talvez, ela tivesse uma necessidade inconsciente de fazê-lo sentir-se tão desequilibrado quanto ela.




  • Tem certeza de que não seria melhor tirar os óculos escuros? — perguntou.




  • São de grau. Se os tirar, correrei o risco de atropelar alguém.




  • Para atropelar alguém, você precisa, primeiro, sair do lugar.




  • O problema é que não consigo ficar no lugar.




  • Está apenas se balançando de um lado para outro. Isso não é patinar. Venha. Segure-se em mim.




Com movimentos desajeitados, Christopher retirou as mãos do encosto do banco e passou os dois braços em torno de Dulce Maria. Então, exibiu um sorriso malicioso.




  • Assim está bem melhor — disse.




Agora, ele não demonstrava a menor dificuldade para man­ter o equilíbrio. Ao contrário, movia-se como um profissional.




  • Mentiroso! Você já sabia como fazer!




  • Pensei que meu beijo, ontem à noite, fosse prova disso.




  • Estou me referindo aos patins.






  • Nunca patinei sobre rodas, antes, mas aprendi a patinar no gelo quando tinha três anos de idade. — Ele jamais teria concordado com aquele passeio, se não soubesse o que estava fazendo, pois certamente não faria papel ridículo em um par­que. — E, também, joguei hóquei, no colégio.




  • Hóquei? Já quebrou o nariz?




  • Não. Por quê? É assim que vai se vingar de mim?




  • Sou contra a violência. Prefiro outros tipos de vingança. Com um gesto rápido, Dulce Maria cutucou-o debaixo dos braços. Christopher contorceu-se e esquivou-se, parecendo um garotinho.




  • Isso não é justo! — protestou.




  • Tudo é justo, no amor e na guerra.




  • E qual é nosso caso?




  • Sorvete.




  • Não me lembro desse item na lista de opções. Dulce Maria sorriu e apontou para o sorveteiro que se aproximava.




  • Veja!




  • Esta é mais uma situação em que você vai comer porque está nervosa?




Em vez de responder, Dulce Maria declarou:




  • O último a chegar, paga.




Dito aquilo, praticamente decolou com seus patins.


Christopher perdeu um tempo considerável, pois deixou-se distrair pelo oscilar dos quadris de Dulce Maria. A bermuda que ela usava era mais que decente, o que só serviu para aumentar-lhe o desejo.


Ele mal podia acreditar em quanto a queria. Não era o tipo de homem que se apressava, especialmente no que dizia res­peito a relacionamentos. Bem... Também não era o tipo de homem que ia patinar em um parque, no meio do dia. Havia alguma coisa em Dulce Maria que transformava o inesperado em algo agradável e interessante.


Não havia lugar para ela em seus planos, mas havia lugar para um romance passageiro. E não existia no mundo alguém com quem Christopher gostaria de ter um romance rápido, tanto quanto gostaria de ter com ela. Nenhuma outra mulher o intrigara daquela maneira, antes. O que não significava que ele corria o risco de perder o controle da situação. Afinal, não estava pensando em amor, mas apenas em sexo. O fato era que ele queria Dulce Maria em sua cama.


Em conseqüência de ter ficado apreciando o balanço dos quadris de Dulce Maria, Christopher alcançou o sorveteiro depois dela. Seu prêmio de consolação foi senti-la enrubescer-se quando, de propósito, ele a prensou contra o carrinho de sorvete, sob o pretexto de não ter conseguido parar, por causa dos patins.




  • Você perdeu — Dulce Maria anunciou, ofegante.




  • A corrida, talvez — ele sussurrou a seu ouvido. — Não a guerra.




  • Não havia me dado conta de que estávamos em meio a uma batalha.




  • Pensei que seu programa fosse especializado na guerra entre os sexos — Christopher argumentou.




  • E é. Portanto, tenho muita munição em meu arsenal. Tenha cuidado.




Christopher afastou-se com um sorriso maroto.




  • Obrigado por me avisar, mas acho que vou correr o risco.




  • E eu vou querer um sorvete de chocolate. Já sabe o que vai querer?




  • Pensei que você tivesse percebido.




  • Sim, percebi. E acho que você está precisando de um iogurte congelado... para esfriar seus ânimos.




  • Você é muito boa nisso — Christopher declarou, deixando claro que se referia à malícia com que ela respondia a cada um de seus comentários.




  • Você também não é mau.




  • Obrigado.




Sentaram-se em um banco, a fim de saborear os sorvetes com calma. Assim que se acomodou, Dulce Maria descobriu por que aquele banco permanecera vazio, em plena tarde de sábado, quando o parque tinha um movimento enorme. Estavam em terreno irregular, de maneira que, quem se sentasse na extre­midade onde ela estava, ficava com os pés pendendo no ar.




  • Você é baixinha — Christopher comentou, ao terminar o sorvete.




Não sou baixinha. — Dulce Maria sempre se colocava na defensiva, quando a questão envolvia sua altura, ou falta dela, pois sua irmã era alta e esbelta como a mãe. Ao lado das duas, ela sempre se sentira pequena. — O terreno é irregular. Suas pernas são mais compridas que as minhas. Você poderia trocar de lugar comigo.




  • Tenho uma idéia melhor — Christopher anunciou e, em seguida,tomou-a nos braços e acomodou-a em seu colo. — Agora, sim, está perfeito — declarou com satisfação, antes de afundar o rosto no pescoço de Dulce Maria. — Seu perfume é delicioso.




  • Equilíbrio. O nome do meu perfume é Equilíbrio. Como não tenho muito disso em minha vida, achei que poderia compensar com o perfume.




Na tentativa de parecer indiferente à posição provocante em que se encontrava agora, Dulce Maria focalizou o olhar nos barcos que enfeitavam o lago com suas velas coloridas. Não obteve o resultado desejado. Precisava concentrar-se em algo que não tivesse absolutamente nada de sexual. O trabalho de Christopher! Agarrou-se ao assunto como se fosse um salva-vidas.




  • O que o levou a ser promotor em vez de advogado de defesa? Imagino que sua decisão não tenha nada a ver com prestígio, dinheiro ou glamour.




  • Glamour? Redigir prontuários, organizar arquivos e de­corar o código penal não tem nada de glamoroso. É você quem faz um trabalho glamoroso.




  • Mas é você que está nas capas de revistas.




  • Não me faça lembrar disso. Tornei-me promotor por causa das vítimas, para poder corrigir os erros cometidos e garantir que os crimes sejam punidos. — Christopher franziu o cenho. — Mas nem sempre funciona assim. Em um julgamento, não posso controlar o que pensa o juiz ou os jurados.




  • Gosta de estar no controle?




  • Sim, gosto de estar no controle.




Enquanto terminava seu sorvete, Dulce Maria perguntou-se se haveria lugar para ela nos planos perfeitamente controlados de Christopher. Foi invadida por uma desagradável sensação de que não existia aquele lugar. Ao menos, não a longo prazo. Mulheres que enfeitam seus sapatos com chantilly não são facilmente controladas. Ao contrário, tendem a tomar rumos totalmente inesperados. Christopher saberia daquilo?




  • Tenho me sentido muito tenso, à espera de que o júri chegue a um veredicto no caso em que estou trabalhando. Você me ajudou a relaxar, hoje. Fico lhe devendo.




  • O que você me deve é o sorvete que paguei — ela lembrou com um sorriso maroto.




  • É verdade. Deixe-me agradecê-la.




Christopher pousou os lábios nos dela, em um beijo terno e suave, que provocou em Dulce Maria um calor muito maior do que o sol forte sobre suas cabeças. Esquecendo-se das dúvidas e temores, ela se deixou beijar e acariciar, mergulhando em um mundo de sensações mágicas.


O beijo tornava-se mais e mais intenso, quando foram su­bitamente interrompidos pelo grito de uma criança. Uma crian­ça nem um pouco satisfeita.


Vocês estão em meu banco! — um garotinho, vestindo uma camisa do Chicago Bulls, protestou com veemência. — Não podem se beijar em meu banco!



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Autor(a): millinha

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  —Você ouviu o garoto — Dulce Maria murmurou, os lábios ainda colados aos de Christopher. — Não podemos nos beijar no banco dele. Quando se levantaram e se afastaram, sob o olhar de re­provação do menino, Christopher resmungou: Você gostou, não? Claro. Você não? — ela re ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 152



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  • aniiinhaa Postado em 12/07/2009 - 14:18:25

    Ah ameei ! *-*
    Qein diria a águia dos tribunais (asho que é esse o apelido dele né?), apaixonado pela apresentadora de Amor no Ar, e pior ouvindo Amor no Ar!
    Gameý, poosta as outras duas vaai ?! *-*

  • andressarbd Postado em 11/07/2009 - 21:28:42

    posta
    posta
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    posta
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    posta

  • andressarbd Postado em 11/07/2009 - 21:28:20

    postaaaaa
    posta
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  • paulohenrique Postado em 08/07/2009 - 14:16:12

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