Fanfic: Laços de Vingança [Adaptado] -FINALIZADA- | Tema: Portiñon
Anahí precisou de alguns segundos para vencer a incredulidade. Os Terzakis queriam Nicky!
Queriam o filho de Samantha!
Dulce interpretou o silêncio como encorajamento.
- Alex adora crianças. Nikos será muito amado.
- Francamente... Não acredito no que estou ouvindo - Anahí confessou tremula. – Não permitiu que seu irmão se casasse com Samantha, mas acha que ele tem direito sobre o filho dela? Ele a esqueceu por completo, ignorou suas cartas e a deixou enfrentar sozinha uma gravidez muito difícil, e agora você vem dizer que ele quer a criança?
- Quaisquer que sejam seus sentimentos por meu irmão, ele é o pai desse bebê.
- Não acredito que tenha aceitado esse fato...
- Alex herdou um grupo sanguíneo muito raro, característica da família de minha mãe, e soube que Nikos tem o mesmo tipo de sangue - ela comentou, reconhecendo que não teria acreditado sem a prova definitiva. - As chances de estarmos diante de uma coincidência são muito remotas.
- E você deve estar verificando todas elas!
- Não estou disposta a enfrentar uma discussão, Srta. Hartwell. Só estou aqui pelo bem da criança, como intermediária e representante de meu irmão nessa negociação.
- Negociação?
- Conciliação, se preferir. Já que o passado não pode ser mudado, devemos pensar no futuro de meu sobrinho.
- O futuro de Nicky está aqui, comigo!
- Sem dúvida espera conseguir uma oferta melhor com essa encenação de afeto pelo filho de um homem que despreza...
- Oferta?
- Diga seu preço. Estou disposta a pagar o que for necessário.
Anahí estava tão indignada que não foi capaz de responder.
- Desista de Nikos sem criar problemas ou escândalos, e prometo que terá o que quiser. Pense bem. Você tem uma vida dura... Qual é sua idade? Trinta, trinta e um?
Trinta? Estaria aparentando tantos anos além de sua verdadeira idade?
- Poderia fazer o que quisesse - Dulce apontou com frieza. - Não é tarde demais. O dinheiro pode comprar beleza. Com algum esforço e atendimento especializado, poderia tornar-se uma mulher muito atraente... Pense nas viagens, nas roupas, no conforto... Sei que é uma mulher inteligente. Talvez possa até encontrar um marido.
Anahí respirou fundo, dividida entre a indignação e a humilhação. Apesar da raiva que sentia, da certeza de estar diante uma mulher arrogante, grosseira e insuportável, era impossível ignorar o estranho fascínio que experimentava. De maneira sutil, porém clara, ela estava dizendo que um homem seria a solução para todos os seus problemas. Jamais passaria pela cabeça de alguém como ela que o celibato pode ser uma escolha perfeitamente natural.
E como poderia? Dulce Terzakis tinha duas amantes! Uma em Atenas e outra em Paris. Anahí engoliu em seco, tentando disfarçar a repulsa provocada por comportamento tão promíscuo. Era evidente que seu apetite sexual era voraz e primitivo, o que a tornava uma espécie de peça de museu na sociedade atual. Uma mulher digna de piedade, ela disse a si mesma enquanto erguia o queixo. Deixar uma bárbara como essa feri-la e embaraçá-la era ridículo.
- Nicky não está à venda - Anahí respondeu com tom seco, questionando os pensamentos íntimos dos últimos segundos.
- Nem eu sugeri que estivesse. Só pensei que não gostaria de prender-se a uma criança tão pequena e cheia de necessidades quando pode construir uma nova vida.
- Não quero uma nova vida. Estou perfeitamente feliz com a que tenho.
- Nesse caso sou forçada a ser grosseira...
- Oh, não acredito que precise de qualquer estímulo! - Anahí cortou com sarcasmo. - Diria que a grosseria é parte de sua natureza. O desafio seria tentar um pouco mais de sensibilidade.
- Você é uma mulher de discernimento - ela sorriu, surpreendendo-a com sua reação. - Apesar de ter piedade por sua falta de feminilidade, sua língua ferina e sua malícia descarada, realmente sinto-me intimidada em sua presença.
Pálida, Anahí sentiu o ódio crescer até tornar-se uma força assassina.
- Não vamos perder tempo. Está dizendo que pretende privar Nikos da presença do pai e de sua herança natural - ela afirmou com tom gelado. - E o que oferece em troca? Um buraco mal iluminado e pequeno onde ele terá de crescer, o rótulo da ilegitimidade e os ensinamentos de uma mulher que não tem sequer um bom caráter. Se tivesse um pingo de decência, não teria encorajado sua irmã adolescente a prosseguir com o relacionamento com meu irmão...
- E você, por que não impediu esse romance, se tinha tanto poder sobre seu irmão? – Anahí explodiu furiosa.
- Só descobri tudo quando já era tarde demais. Você sabia desde o início. Teve sua parcela de culpa na morte prematura de Samantha.
- Meu Deus!
- E como se não estivesse satisfeita com essa tragédia, agora quer destruir o futuro de meu sobrinho. Não vou permitir, ouviu bem? Ele pertence à minha família. Podemos dar tudo a essa criança. Parentes que o tratarão com amor e respeito, uma mãe atenciosa e um pai de verdade. As melhores escolas, uma linda casa e a capacidade de manter a cabeça erguida em qualquer situação. Ele é um Terzakis!
E isso, evidentemente, devia ser motivo de orgulho. Agora entendia porque Samantha Hartwell, filha de um operário e uma enfermeira, fora tratada com tanto desprezo. De repente seus pensamentos retornaram alguns segundos, enfocando palavras que Dulce havia pronunciado pouco antes. Uma mãe atenciosa?
- Androula amaria esse bebe como se fosse sua mãe verdadeira. Não há lugar para ressentimento ou mágoa em seu coração generoso. Ela teve alguns meses para habituar-se à idéia de que outra mulher carregava no ventre o filho de seu marido.
Anahí ficou paralisada. Androula... Filho de seu marido? Alex casara-se com outra mulher, enquanto Samantha alimentara esperanças patéticas de uma eventual reconciliação!
- Vamos ver se entendi... Está sugerindo que eu entregue Nicky para Alex e essa... And...
- Androula.
- A esposa de Alex - ela repetiu, só para certificar-se.
- Uma jovem bondosa e adorável.
Não uma prostituta como Samantha, Anahí interpretou com amargura. Estava tão perplexa com o que Dulce sugeria que só conseguiu conter a raiva com enorme esforço. O fato dela sequer perceber o quanto estava ferindo seus princípios morais era a prova definitiva da falta de decência dos membros da família Terzakis.
Se Samantha estivesse viva, também teriam se aproximado para exigir que ela entregasse o filho?
Dulce estaria acusando sua irmã de privar o bebê da riqueza material e de todas as vantagens que Alex poderia oferecer? Provavelmente. Essa mulher havia tratado Samantha como um monte de lixo, e em nenhum momento considerara a possibilidade dela ser a mulher adequada para seu irmão caçula, nem mesmo ao saber que ela estava grávida. Aparentemente, Dulce Terzakis não admitia que uma mulher pobre e simples como Anahí Hartwell pudesse ter sentimentos.
Samantha teria preferido a morte a entregar o filho à esposa de Alex! Revoltada, Anahí aproximou-se do telefone.
- Se não sair dessa casa imediatamente, vou chamar a polícia. Afinal, você não foi convidada a entrar.
- Isso é tudo que tem a dizer? Será que não tem nenhuma vergonha? Eu aqui falando sobre a generosidade de Androula...
- Generosidade! Essa é boa! O que acabou de sugerir é tão absurdo, que não merece sequer consideração. E a proposta mais vil que já ouvi!
- Vil?
- Saia daqui imediatamente!
- Não tenho nenhuma intenção de sair antes de chegarmos a um acordo.
- Se não sair, juro que irei procurar o jornal mais sensacionalista que existir e contarei tudo.
- Teria coragem de fazer isso com Androula? - ela perguntou chocada.
- Não estou preocupada com sua generosa Androula!
- Se fosse um homem, partiria todos os ossos de seu corpo com minhas mãos.
- Imagino como isso a faria feliz. Mas não pode tocar em mim, é isso que a deixa tão furiosa. Se você ou seu irmão aproximarem-se de mim novamente, irei procurar a imprensa. Alex poderia estar com o filho nesse momento, Srta. Terzakis. Ele teve a oportunidade de conviver com essa criança, mas preferiu abandoná-la. Minha irmã deu a vida para trazer Nicky ao mundo. Esse era o valor que ela dava ao bebê, e esse é exatamente o valor que eu dou ao meu sobrinho.
- Não tem direito de ficar com Nikos!
- Não? Então vá aos tribunais... Onde toda a história será revelada. Alex e a esposa jamais ficarão com o filho de Samantha. Aceite esse fato e fique longe de nós.
Dulce estava pálida e furiosa, mas conseguia manter as emoções controladas.
- Então essa será sua vingança... - ela disse.
- Não é nem um centésimo do que eu gostaria de fazer com você e sua família. Alex é um fraco, um covarde, mas foi você quem destruiu a vida de minha irmã. E por quê? Porque ela não era boa o bastante! Porque era pobre e não correspondia aos seus padrões esnobes!
- Não foi bem assim. E usar uma criança inocente como arma de vingança é que é vilania!
- Sabe qual seria a verdadeira vingança? - ela riu, sabendo que jamais alcançaria tamanha felicidade. - Fazê-la sofrer pelo que fez a Samantha. Se Nicky é ilegítimo, você é a única culpada. O orgulho de sua família arrogante está acima da honra e da decência. Quando disse que eu não tenho bom caráter, eu devia ter rido em sua cara! Como se atreve a falar em caráter, quando coleciona amantes e paga para ter sexo com elas? Você e seus padrões duplos, você e sua hipocrisia! Tente me prejudicar, ou encostar um dedo em mim, Srta. Terzakis, e a mandarei para a prisão!
- Um dia, um homem de muita sorte vencerá sua estupidez e a fará compreender o significado da palavra respeito - Dulce resmungou com os punhos cerrados.
- Quer saber o que realmente merece? Uma esposa capaz de transformar sua vida num inferno! Uma verdadeira cadela!
- Como você? - ela disparou.
- Eu não tenho estômago para me aproximar de você! Não me lembro de ter conhecido mulher mais repulsiva em toda minha vida! Posso não ser um modelo de beleza, mas meus padrões morais são bastante elevados, ao contrário dos seus.
- Nenhuma mulher jamais me considerou... Repulsiva.
- O dinheiro fala alto - Anahí concluiu, abrindo a porta para convidá-lo a sair.
Por um segundo Dulce pareceu disposta a agredi-la fisicamente, tal era a raiva estampada em seu rosto. Por alguma razão, era como se não pudessem desviar os olhos uma da outra, atraídas por um poderoso e estranho fascínio. Mas de repente ela recuperou-se e saiu com passos rápidos e firmes.
Anahí bateu a porta e virou-se, e só então compreendeu por que ela Dulce decidira partir tão subitamente. Gina estava sentada no último degrau da escada, perplexa e boquiaberta. O espanto em seus olhos era tão grande, que ela nem sequer tentou negar o pecado da curiosidade. Estivera ouvindo a conversa.
Batidas violentas na porta atraíram a atenção de Anahí, que abriu-a com um gesto furioso.
- Receberá notícias de meus advogados - Dulce avisou com o dedo em riste.
- Faça isso. Uma visita, uma ameaça, uma tentativa de intimidação, e irei cantar no ouvido da Imprensa - ela respondeu, antes de bater a porta novamente.
Gina continuava boquiaberta, os olhos arregalados e cheios de espanto.
- Duvido que ela volte a nos aborrecer.
- Não acredito no que acabei de escutar... Você a enfrentou!
- Apenas disse algumas verdades. E essa mulher não é tão fria como Samantha dizia. Aposto que todas as mulheres que ela conhece a idolatram, alimentam sua vaidade...
- Por isso disse que ela era repulsiva, e que tinha de pagar para ter sexo?
- Quis bater onde a dor seria mais forte.
- Não acredito que uma mulher tão linda tenha de pagar para ter uma mulher em sua cama. Está afirmando que ela se relaciona com prostitutas?
- Ela mantém duas amantes. E se as mantém, está pagando pelo próprio prazer.
- Não é bem assim!
- Por que está defendendo essa mulher, Gina?
- Anahí, ela não é responsável pela morte de Samantha. Ninguém tem culpa. Está se tornando obcecada. Sei que está sofrendo, mas não pode agir como se a morte de sua irmã fosse uma ofensa pessoal!
- Perder Samantha foi muito pessoal - Anahí soluçou. Gina aproximou-se e abraçou-a.
- Sim, eu sei, mas precisa pensar em Nicky, querida.
- Está tentando dizer que acha que devo entregá-lo a Alex e sua esposa?
- Se essa mulher está realmente disposta a receber o bebê, se tudo isso não for apenas uma encenação para conservar o marido... Por outro lado, como poderemos saber? Não faça essa cara de quem está sendo traída - Gina implorou, o rosto redondo cheio de incerteza e preocupação. - Também estou muito confusa. Não sei mais o que pensar. A única coisa que sei é que o bem estar de Nicky tem de vir acima de tudo, e nem com toda a boa vontade do mundo... Como poderá alcançar um décimo de tudo que eles podem dar ao bebê?
- Dinheiro não é tudo - Anahí protestou. - Sei que Nicky tem o direito de usufruir da fortuna da família paterna, mas não às custas da memória de Samantha!
De qualquer forma, Gina estava certa. A felicidade e o futuro de Nicky tinham de ser colocados acima de tudo, e os sentimentos dela, por mais dolorosos que fossem, não podiam impedi-lo de desfrutar de um lar confortável e da segurança que a família Terzakis podia proporcionar.
Mas se Alex e a esposa queriam criar Nicky, eles que viessem fazer a oferta pessoalmente, que demonstrassem sinceridade e honestidade de propósitos. Dulce não tinha o direito de interferir, e seu sobrinho não era um pacote a ser remetido para um destino desconhecido. Era um ser humano, e ela o amava muito!
- Nicky é um bebê, e vai acabar descobrindo que a carga de criá-lo é muito maior do que foi criar Samantha - Gina suspirou. - Terão de morar aqui comigo. Não há outra solução.
A semana seguinte foi um período de tormenta para Anahí. Nicky era adorável, mas não dormia muito. E também não queria ser alimentado a cada três ou quatro horas, mas constantemente. Gina tentava ajudar, mas Anahí preferia seguir todos os conselhos do pediatra, pois mais difícil que fosse.
Ao mesmo tempo, ainda tentava ajustar-se à ausência da irmã. Visitava sua sepultura três vezes por semana na intenção de conformar-se, mas a cada visita seu pranto era mais angustiado e revoltado.
Uma semana depois da primeira visita, Dulce voltou a procurá-la e encontrou-a sozinha com o bebê. Eram cerca de oito da noite. Anahí havia acabado de sair do banho, e estava a caminho da cama, disposta a aproveitar as horas de sono de Nicky para descansar um pouco, quando ouviu a campainha.
Ao ver Dulce Terzakis ela empalideceu, uma das mãos agarrando a gola do robe atoalhado e a outra tentando amarrar a faixa em torno da cintura. Estava nua sob o tecido macio, e isso a embaraçava e enfurecia.
- O que quer agora? - perguntou irritada.
- Cinco minutos de seu tempo - Terzakis respondeu, entrando sem esperar pelo convite.
- Se me der licença, vou me vestir.
- Para que perder tempo? Não me perturbaria nem se estivesse completamente nua.
Vermelha de raiva e vergonha, Anahí passou por ela e foi sentar-se no sofá sem qualquer cerimônia. A toalha que protegia seus cabelos molhados ameaçava cair, e ela preferiu retirá-la e jogá-la longe.
Uma cascata de cabelos dourados caiu por suas costas até quase a cintura. Dulce parou subitamente, os olhos fixos nela como se a estivesse vendo pela primeira vez. Segundos se passaram antes que ela recuperasse o poder de ação e se aproximasse de uma poltrona.
- Posso me sentar?
- Como quiser - Anahí respondeu com tom frio.
- Podia me oferecer um drinque.
- Você não é uma visita bem vinda, Srta. Terzakis.
Sem o menor sinal de constrangimento, Dulce aproximou-se das bebidas dispostas sobre uma mesa de canto, localizou o uísque, escolheu um copo e serviu-se.
- Devia ter avisado que não consigo ser muito cortês em sua presença.
Anahí preferiu refugiar-se no silêncio, mas seus nervos estavam tensos como as cordas de um violino.
Terzakis foi sentar-se numa poltrona, os olhos negros iluminados por um brilho arrogante.
- Na semana passada, cometi diversos erros de cálculo. - ela anunciou. - É evidente que não tem nenhuma intenção de desistir de Nikos.
- Nicky - Anahí corrigiu irritada.
- Nicky... Não pretende abrir mão dele, certo?
- Certo. - Certo? Havia passado noites em claro, pensando se havia sido correto recusar a proposta que Dulce fizera para o futuro do bebê. Em termos materiais, a família Terzakis tinha muito a oferecer a seu sobrinho, e a sugestão de dar a ele um lar, um pai e uma mãe... Mas eram exatamente o pai e a mãe que mais a preocupavam.
- Acho que não tive muito tato ao sugerir que meu irmão e sua esposa assumissem a responsabilidade sobre a criança.
Estranhando sua atitude conciliatória, Anahí franziu a testa.
- Não estamos falando de tato, mas de sensibilidade. - ela respondeu.
- O futuro do menino pode ser garantido de outra forma. Posso adotá-lo e criá-lo como meu filho.
Anahí ficou perplexa com a proposta oferecida de maneira tão casual. Tentando ganhar tempo, umedeceu os lábios com a ponta da língua e notou que os olhos dela cravaram-se em sua boca, notando o formato perfeito dos contornos voluptuosos.
Havia tensão no ar. Não sabia de onde ela viera, mas podia senti-la como um toque gelado sobre sua pele. Um sorriso apagado desenhou-se no rosto de Terzakis. Num minuto estava ali, e no outro havia desaparecido, deixando-a com uma suspeita que não sabia sequer definir. Qual era o problema com ela? A bebida, talvez? O que quer que fosse, o estranho comportamento de Dulce estava desviando sua atenção do assunto principal. E quanto à proposta de adotar Nicky... Não merecia nem mesmo resposta!
- Você entregaria a criança ao seu irmão - ela disse, como se pensasse em voz alta.
- Sou uma mulher de palavra, uma mulher honrada. Sei que não acredita nisso, mas é imperativo que Nicky seja reconhecido como um Terzakis.
- Imperativo para quem?
- Acredita realmente que um dia esse garoto será grato por tê-lo privado de seu lugar de direito na sociedade?
Anahí abaixou a cabeça, assaltada novamente pela dúvida e a incerteza.
- Sua determinação de negar a Nicky o que minha família pode dar a ele é absolutamente egoísta.
Tensa, Anahí manteve os olhos fixos no tapete. Egoísta? A acusação a perturbava. Então ela não compreendia que, de seu ponto de vista, os irmãos da família dela eram um péssimo cartão de visitas? Alex: fraco, cruel e egoísta, como fora revelado pela maneira com que havia tratado sua irmã. Dulce: grosseira, arrogante e igualmente cruel e egoísta com os menos favorecidos pela sorte.
Não estava tentando conservar a custódia de seu sobrinho apenas para vingar-se, ou por simples respeito à memória de Samantha. Não, realmente...
Uma criança precisa de mais que riqueza e status para desabrochar. Uma criança precisa de tempo, compreensão e amor para crescer e tornar-se um adulto responsável. Seria possível que tais necessidades fossem totalmente supridas pela família Terzakis? Acreditava que não, mas gostaria muito de ter uma bola de cristal para descobrir a resposta, pois não queria prejudicar o futuro de Nicky com uma decisão errada. Nicky jamais a perdoaria...
- Não entregaria Nicky aos seus cuidados - ela disse. - Estamos falando de um bebê, e você é uma mulher gananciosa e obcecada por trabalho. Sem dúvida o deixaria aos cuidados de uma babá. E quando se casar? Nicky terá uma madrasta que dará preferência aos próprios filhos.
- Com que direito atreve-se a emitir opinião sobre meu caráter? - Dulce perguntou, levantando-se como um tigre preparando-se para o ataque. Uma palavra de crítica e ela ameaçava explodir.
- E não podemos esquecer de seu temperamento... - Anahí prosseguiu.
- Meu temperamento?
- Não tem muito controle sobre ele. Crianças podem ser irritantes, sabe? Elas costumam testar a paciência dos adultos a cada instante.
- Não sabe nada sobre meu temperamento. Sou uma mulher muito disciplinada.
- Sim, deve ser calma e dócil como um cordeiro, desde que todos à sua volta estejam fazendo exatamente aquilo que você quer - ela opinou, levantando-se para aproximar-se da porta e convidá-la a sair. - O que não suporta é ser contrariada, especialmente por uma mulher.
- Poderia lidar com você com uma das mãos presa às costas, mas garanto que não gostaria dos meus métodos - Dulce sorriu.
Por alguma razão, a arrogância daquele olhar a fez perder o fôlego por alguns segundos. O tempo parecia caminhar mais devagar. E de repente ela desviou os olhos dos dela e dirigiu-se à porta.
- Nikos está chorando - Terzakis informou com voz tensa, como se o choro de um bebê fosse uma ofensa imperdoável.
- Nikos? - Confusa, Anahí piscou algumas vezes para quebrar o encanto. Devia ser o cansaço, a preocupação... Sentia-se estranha nos últimos dias.
Impaciente com a demora da resposta, Dulce aproximou-se da escada e, sem olhar para trás,
disse:
- Não se deve deixar um bebê chorando.
Autor(a): MahSmith
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Dulce já estava com Nicky nos braços quando Anahí chegou ao quarto. Seu sobrinho berrava com toda a força dos pulmões, o rosto vermelho em sinal de insatisfação. - Deixe-me pegá-lo - ela pediu, estendendo os braços na intenção de oferecer todo o conforto possível. - Sei o que fazer com um b ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 9
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tammyuckermann Postado em 06/09/2015 - 01:56:15
Plmds vc tem q continuar com essa fanfic, escreve mais capítulos e uma segunda temporada com mais de 10 capítulos pffff ameeeii sua fanfic *-*
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vverg Postado em 30/03/2014 - 21:41:15
Gostei..pena que foi curtinho.. =)
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juhdul7 Postado em 29/03/2014 - 13:53:35
Estou adorando!! Louca pra saber o q vai acontecer!!
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vverg Postado em 27/03/2014 - 12:13:02
Estou adorando sua adaptação Mah.. Envolvente esta estória =)
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vverg Postado em 25/03/2014 - 09:04:05
Ei Mah essa adaptação está legal hein, eu li parte do livro..rsrsrs
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beyonceyrihanna Postado em 23/03/2014 - 22:36:29
Ameeeeei, posta mais :)
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vverg Postado em 23/03/2014 - 22:12:46
Estou adorando a fic.. Poste +++ =)
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du1c3_m4r14 Postado em 23/03/2014 - 16:58:27
ta muito bom, continua ....
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night Postado em 23/03/2014 - 10:40:40
leitora nova posta mas vai ta muito bom mesmo posta mas hoje