Fanfic: Laços de Vingança [Adaptado] -FINALIZADA- | Tema: Portiñon
Dulce já estava com Nicky nos braços quando Anahí chegou ao quarto. Seu sobrinho berrava com toda a força dos pulmões, o rosto vermelho em sinal de insatisfação.
- Deixe-me pegá-lo - ela pediu, estendendo os braços na intenção de oferecer todo o conforto possível.
- Sei o que fazer com um bebê - Dulce respondeu com frieza. - Com que freqüência costuma deixá-lo chorando?
- Eu nunca o deixo chorando!
- Em minha casa, ele teria atenção imediata em todos os segundos do dia.
- Se o colocar no berço, irei esquentar a mamadeira.
- Vou ficar aqui com Nikos até você voltar.
A atrevida! Anahí dirigiu-se à cozinha com passos apressados, furiosa por ela estar segurando o filho de Samantha. Recusava-se a reconhecer o laço de sangue entre eles. Nenhum dos irmãos Terzakis tinha direito a tal reconhecimento.
De repente o passado voltou a desfilar por sua mente, trazendo de volta a amargura e a raiva.
Há sete meses, Alex partira para a Grécia numa viagem de negócios. De acordo com Samantha, ele soubera sobre a gravidez e ficara absolutamente encantado com a idéia de ser pai. Samantha naturalmente havia sugerido que já era hora de Alex apresentá-la a irmã. Com o anel de noivado no dedo e o filho dele a caminho, Samantha tivera certeza de que em breve estaria casada.
Alex prometera conversar com a irmã durante o período que passaria em casa. Depois havia retornado abatido e desanimado, sem o entusiasmo de antes. Dulce estava irredutível, ele dissera a Samantha. Não queria nem conhecê-la. Só então Samantha revelara a gravidez à irmã. Arrastara Alex até a casa de Anahí para que fizessem o comunicado juntos, e os três haviam enfrentado uma noite de muito constrangimento.
Não sabia que a irmã caçula estava morando com Alex no apartamento que ele mantinha em Oxford. Samantha justificara a mudança de telefone e endereço dizendo que decidira ir dividir um apartamento mais barato com algumas colegas de classe.
- Não tenho condições de me casar com Samantha neste momento - Alex informara sem rodeios.
- Dulce está ameaçando deixá-lo sem um centavo! Quem poderia imaginar um drama tão antiquado nos dias de hoje? - Samantha comentara exasperada.
- Não posso desafiar minha irmã - Alex havia dito embaraçado, incapaz de suportar o olhar de Anahí. - Pelo menos por enquanto...
Uma desculpa das mais descaradas. Samantha tornara-se histérica. Devia estar esperando que a irmã mais velha erguesse a mão e solucionasse o problema num passe de mágica. Mas Alex era um homem adulto. Se não tinha coragem para enfrentar a irmã tirana e impor à família a mulher que escolhera para esposa, ninguém podia fazer nada por ele.
Uma semana mais tarde Alex partira novamente para a Grécia sem aviso prévio.
- Sabia que ele estava partindo? - Anahí perguntara à irmã com ar preocupado.
- Fique tranqüila... Ele vai voltar. Alex quer essa criança - Samantha informara com aparente segurança.
Naquela noite Anahí refletira muito sobre o assunto, questionando se não estaria sendo maldosa por suspeitar que, de repente, Alex já não tinha tanta certeza sobre o que sentia pela noiva. Em nenhum momento ele voltara a jurar o amor eterno que fizera questão de manifestar no primeiro encontro. Além disso, estava abatido, desanimado e retraído. Mas não quisera preocupar a irmã com seus temores.
Quinze dias mais tarde um advogado apresentara-se no apartamento em Oxford e apresentara uma notificação de despejo. Samantha fora refugiar-se na casa de Anahí, ultrajada com o que havia acontecido, mas certa de que o despejo não era obra de Alex. Tudo não passava de um estúpido mal entendido com o proprietário, insistira. Depois recusara-se a voltar para a universidade, apesar dos pedidos insistentes da irmã.
Desesperada, Anahí julgara-se no dever de ir procurar Dulce Terzakis para discutir o assunto. Ela já havia pedido isso antes, mas Samantha recusara-se. Apenas a inabalável fé da irmã no noivo a convencera a entrar em ação. Dulce concordara em recebê-la na próxima vez em que estivesse em Londres.
Ainda lembrava aquele dia em seu escritório. Dulce Terzakis a intimidara desde o momento em que pusera os olhos nela. Dirigira-se ao encontro certa de que ela só precisaria conhecer Samantha para perceber que seu preconceito era tolo e sem fundamentos.
Mas Dulce não chegara a conhecer Samantha. Deixara as duas irmãs entrarem em seu escritório e cravara os olhos apenas na mais velha, como se a outra sequer existisse.
- Acho que devemos conversar a sós, Srta. Hartwell - havia dito.
Samantha fora levada para outra sala, onde dois advogados incumbiram-se de ameaçá-la e amedrontá-la. Sem saber o que estava acontecendo, Anahí ficara aliviada com a possibilidade de falar a sós com Dulce Terzakis, certa de que poderia convencê-la de seu ponto de vista.
Dulce fora sentar-se na imponente cadeira atrás da mesa grandiosa e dissera:
- Sou toda ouvidos, Srta. Hartwell.
- Vim perguntar o que considera tão inadequado em minha irmã. E por que recusa-se até mesmo a considerar a possibilidade de conhecê-la.
Um sorriso sardônico distendera seus lábios.
- O fato de ter a ousadia de fazer essa pergunta revela muitas coisas. Não tenho o menor desejo de conhecer sua irmã. A única coisa que espero dela é que saia definitivamente da vida de Alex.
- Ainda não respondeu minha pergunta - Anahí insistira.
- E por que deveria? Sua irmã dormiu com meu irmão... Só isso.
- Ele a pediu em casamento.
- Conversa de travesseiro - ela havia disparado com sarcasmo. - Não estamos mais no século dezenove, Srta. Hartwell. Alex é grego. Tem sangue quente, é jovem...
- Samantha também é jovem! E está grávida!
- Não acredito nisso. E também não acredito que seja tão ingênua.
- Samantha está esperando um filho de seu irmão.
- Não entendo onde acha que esse tipo de afirmação pode levá-la. Na verdade, esperava que fosse inteligente o bastante para perceber que perderam a batalha. A galinha dos ovos de ouro voou, Srta. Hartwell. Voltou para a Grécia, onde vai permanecer. O romance com sua irmã acabou.
- Porque você o ameaçou!
- Eu jamais ameacei meu irmão! Alex sabe o que é esperado dele, e uma... Mocinha qualquer com a atenção voltada para sua carteira não é suficiente para afastá-lo de seus deveres.
Chocada com os insultos, Anahí tentara defender o caráter e a reputação da irmã, mas Dulce jogara a cabeça para trás e rira.
- Apesar de jovem, sua irmã não era nenhuma virgem. Soube que ela era bastante liberal antes mesmo de Alex aparecer, e também não foi muito fiel enquanto esteve com ele.
- Como... Como se atreve?
- Se vamos falar em atrevimento, Srta. Hartwell, sua decisão de vir até aqui foi bastante impertinente. Um conselho: da próxima vez em que for ajudar sua irmã a caçar um grego milionário, não esqueça de dizer a ela para manter a boca fechada sobre seus ex-amantes. Os gregos são notoriamente antiquados no que diz respeito à liberação feminina. Eles gostam de serem os primeiros, ou pelo menos de poderem fingir que são.
- Você é grosseira, rude e...
- E se ela quer uma aliança na mão esquerda, que mantenha as pernas bem fechadas até sair da igreja. Ir morar com Alex foi seu segundo erro - ela concluiu, os olhos iluminados por um brilho triunfante. - E agora pode sair. Já disse tudo que tinha a dizer.
Anahí encontrara Samantha na recepção, igualmente trêmula e abalada, apertando entre os dedos um cheque de valor astronômico. Anahí o rasgara e atirara os pedaços no lixo, mas horas haviam se passado antes que ela conseguisse arrancar toda a história da irmã.
- Eles me fizeram sentir suja, Anahí, como se eu fosse uma chantagista!
Samantha fora ameaçada e amedrontada por dois advogados que prometeram repercussões desastrosas caso ela procurasse a Imprensa para falar sobre Alex.
Samantha continuara escrevendo para Alex, furiosa por não receber uma única resposta, mas ainda cheia de esperanças.
- Aposto que minhas cartas estão sendo interceptadas antes dele recebê-la - ela dizia. - Dulce Terzakis é capaz de qualquer coisa. Espere só até meu filho nascer. Então a história será muito diferente. Nada poderá manter Alex longe de mim.
A lembrança odiosa daquele dia ainda resistia na memória de Anahí, dolorosa e viva. O ódio parecia ainda mais intenso, alimentado pela amargura e o desespero da perda. Ela parou na soleira do quarto de Nicky.
Uma cena inesperada a esperava do lado de dentro.
Dulce estava recostada em sua cama de solteiro, o sobrinho aninhado de encontro ao peito.
Falava com o bebê em grego, e Nicky havia parado de chorar.
Era estranho. Dulce parecia tão humana! Mas a maneira como tratara Samantha fora desumana. E agora ela queria o filho dela, e esperava que o entregasse sem resistência. Por quê? Nicky também era Nikos, como todas as implicações trazidas pelo nome. Era um Terzakis. Samantha acertara ao prever o valor de seu filho para a família Terzakis.
Mas Anahí ainda estava atônita com a intensidade do interesse deles por Nicky. Ou deveria dizer do interesse de Dulce por Nicky? Por que, aparentemente, o desejo de Alex de criar o filho fora rapidamente silenciado e sufocado. Assim, até que ponto a oferta havia sido sincera? Anahí tinha a impressão de que Alex oferecera-se para cuidar da criança apenas para impressionar a irmã mais velha.
Seria o medo de ser exposto publicamente que obrigava Dulce a exigir a custódia do sobrinho?
Algum tipo de obsessão paranóica? Sabia que não era uma questão de honra ou consciência. A experiência de Samantha com aquela família havia deixado claro com que tipo de gente estava lidando.
Anahí olhou para a mulher e o bebê e tremeu com a força da própria frustração.
Sim, queria vingança. Queria, precisava ferir Dulce Terzakis, mas não podia. Não tinha esse poder. Além do mais, tinha de considerar o bem estar de Nicky, sua principal preocupação. Num silêncio chocado, removeu a criança dos braços de Dulce e foi sentar-se numa cadeira para alimentar o sobrinho.
Dulce levantou-se repentinamente.
- Tem de aceitar o fato de que Nicky não pertence a este lugar.
Apesar de todo mise-en-scène, Dulce ainda não conseguira convencê-la da honestidade de propósitos de sua família. Nem todo o dinheiro do mundo poderia compensar a falta de amor. De qualquer maneira, sentia-se dividida e confusa, e tinha medo de estar tomando uma decisão precipitada. Temia que seus sentimentos a impedissem de enxergar a melhor solução para o bebê que aprendera a amar como se fosse seu.
- Seria melhor para vocês dois se desistisse dele agora.
O que pretendia oferecer agora? Já havia tentado dinheiro. Também experimentara a intimidação. Fizera de tudo para pintar Alex e Androula como os pais perfeitos. E finalmente oferecera-se. Mas se Nicky fosse para a Grécia, Anahí não teria mais qualquer influência sobre o futuro do sobrinho. Até onde podia confiar nos irmãos da família Terzakis?
- Não sou muito paciente - Dulce suspirou.
- Diga algo que eu não saiba.
- Sou uma inimiga perigosa. Vou tirar essa criança de você, custe o que custar.
Anahí havia terminado de alimentar Nicky, tentando esconder o tremor das mãos, ela o colocou de volta no berço. Com que direito ela entrava em sua casa e a ameaçava? Não estava satisfeita com o sofrimento que já provocara? Os irmãos Terzakis mataram sua irmã!
Alex devia ter dito a Samantha que não a amava mais. Em vez disso fugira, deixara sua pobre irmã cheia de esperanças vãs. O que aqueles meses de angústia haviam feito com seu coração frágil? E qual teria sido o desfecho da história, se Alex houvesse cumprido a promessa de se casar com ela? Samantha podia estar viva.
-Escute... - Dulce exigiu com impaciência, segurando-a pelo braço.
Anahí soltou-se com um gesto violento e dirigiu-se à escada.
- Não ponha suas mãos imundas em mim! Não suporto a idéia de ser tocada por você!
- Mentirosa.
Furiosa, tomada por uma curiosa mistura de emoções, ela virou-se para encará-la e a viu encostado na parede da sala, exalando uma aura de sensualidade impressionante.
- Acho que gostaria de ser tocada por mim - ela provocou.
Confusa, Anahí retrocedeu alguns passos, tentando livrar-se da tensão sufocante que penetrara a atmosfera.
- Você não passa de um animal - ela sussurrou, sem saber como interpretar o que sentia.
Dulce sorriu arrogante. Julgava-se irresistível, mas o que realmente a irritava era o fato de estar conseguindo perturbá-la.
- Infelizmente, quando disse que estava disposta a pagar qualquer preço, não estava me
incluindo na oferta - ela prosseguiu insolente. – Quando vou para a cama com uma mulher, tenho de gostar dela. É o mínimo que exijo.
Se Anahí tivesse uma faca na mão, ela estaria sangrando a seus pés. Além de insinuar que ela a considerava atraente, ainda tinha a ousadia de dizer que, caso estivesse disposta a recebê-la, ela teria se atirado em seus braços com entusiasmo! Francamente! Não conseguia sequer verbalizar o que estava sentindo!
De repente Anahí teve certeza de qual seria o pior castigo para Dulce Terzakis. O que poderia feri-la profundamente. Ser obrigada a casar-se com ela para obter a custódia de Nicky. Ela não concordaria, é claro, mas seria uma vingança perfeita. Uma idéia insana, mas uma deliciosa fantasia. Pensando bem, por que tinha de ser uma fantasia? Se fizesse tal exigência, certamente conseguiria livrar-se dela.
- Estou feliz por ter encontrado algo de divertido nessa situação - ela comentou, fitando-a com ar intrigado. - Confesso que ainda não sou capaz de rir.
- Você disse que eu devia estipular o preço para entregar Nicky... Certo?
- Já estava imaginando quanto tempo levaria para desistir do ato da tia amorosa. Por que me fez perder tempo com essa encenação?
- Não vai gostar do que vou propor - ela suspirou, indo acomodar-se numa das poltronas.
Queria estar o mais longe possível quando Dulce perdesse a calma e explodisse.
- Pagarei o que for necessário para tirá-la definitivamente da vida dessa criança.
- Bem, não seria bem assim - ela avisou, os olhos verdes brilhando como esmeraldas. - A única coisa que quero é o que minha irmã não pôde ter.
- Vá direto ao ponto.
- É um pouco... Delicado.
- Você não é nenhuma flor do campo - Dulce irritou-se.
- Quero que se case comigo. Quero ser a Srta. Anahí Terzakis. Apenas oficialmente, é claro. Por mais que duvide, não tenho nenhum interesse pessoal em você, nem a considero irresistível. Não pretendo exigir de você o imenso sacrifício de deitar-se pensando na glória da Grécia.
Dulce estava pálida, como que petrificada.
- Cristos... Acha que eu me casaria com você?
- Um destino pior que a morte, mas uma doce vingança. Devo deduzir que sou ainda menos aceitável que minha pobre irmã? Bem, você disse que eu devia estipular o que queria...
- Não pode estar falando sério! Isso é uma brincadeira! Não pode estar me pedindo tal coisa...
- Posso - ela confirmou, deliciando-se com a expressão chocada em seu rosto.
- Que tipo de mulher é você, que é capaz de exigir isso de mim?
- Bem, parece que não é uma mulher de palavra - Anahí a acusou, notando que ela apertava as mandíbulas numa tentativa de controlar-se.
Dulce estava tendo aquilo que merecia. Os últimos quinze dias haviam sido um pesadelo para Anahí, uma espécie de túnel longo e escuro através do qual forçara-se a continuar caminhando.
Desde o momento em que Samantha morrera, essa grega insolente a atormentara, invadindo seu luto. A morte de sua irmã não significara nada para ela. Pelo contrário, devia ter sido um alívio. E no entanto, ela atrevera-se a aparecer no funeral, e no mesmo dia havia tido a ousadia de oferecer dinheiro em troca do filho de sua irmã. E ainda recusava-se a deixá-los em paz!
- Isso está fora de cogitação - Dulce respondeu com falsa tranqüilidade. - E saiba que a desprezo ainda mais por ter feito tal sugestão.
Anahí sorriu com amargura. Então ela acreditava que dava alguma importância ao que pensava a seu respeito? Dulce atravessou a sala com passos decididos, ansiosa para partir.
- Adeus - ela despediu-se.
De repente ela virou-se e encarou-a com aqueles incríveis olhos negros.
- Por acaso sugeriu esse casamento pelo bem da criança?
- O que você acha? - Anahí devolveu, momentaneamente sem ação. Estava apenas fazendo um jogo, exigindo a única coisa que, sabia, Dulce se negaria a oferecer.
- A vingança é uma faca de dois gumes.
Momentos mais tarde a limusine afastava-se imponente, atraindo olhares curiosos dos vizinhos.
Anahí atirou-se na cama, dominada pela exaustão. De onde havia tirado coragem para falar em casamento? Da certeza de que Dulce reagiria com surpresa e espanto à idéia de ver-se definitivamente ligado a uma mulher sem atrativos. Havia sido divertido vê-la boquiaberta, sem saber o que dizer.
Só não sabia por que não conseguia rir...
Na semana seguinte Anahí retornou ao trabalho para completar as duas semanas de trabalho exigidas para o pagamento do salário integral. Não podia deixar de receber esse dinheiro. Uma vizinha de Gina ofereceu-se para cuidar de Nicky e, sem outra alternativa, Anahí foi obrigada a enfrentar a angústia de deixá-lo todas as manhãs.
- Você pode ir trabalhar para mim na loja - Gina sugeriu ao final da primeira semana, enquanto tomavam o café da manhã.
Dona de uma floricultura, Gina sempre fizera questão de contratar apenas pessoas experientes.
- Mas eu não sei nada sobre flores... - Anahí lembrou.
- Você pode aprender. E pode começar cuidando da papelada da loja. Nicky ficaria em seu cesto, ao lado de sua mesa.
- Não sei o que dizer. Estou realmente grata, Gina.
- Nunca a ajudei com Samantha, mas acho que dessa vez devemos unir nossas forças. Gosto de ter companhia em casa. Embora as coisas ainda estejam um pouco caóticas, tudo irá melhor assim que Nicky crescer. Ele estará indo para a escola antes que notemos.
- Acha que estou tomando a decisão correta... Mantendo-o comigo?
- Acho que está fazendo o que deve fazer. De qualquer forma, agora a bola está no campo dos Terzakis, certo?
- O que quer dizer?
- Bem, mais cedo ou mais tarde Alex virá procurá-la, e se quer um conselho, acho que deve deixá-lo ver o garoto. Nicky tem todo o direito de conhecer o pai.
Gina tinha razão. Para ser franca, Anahí esperava que Alex já houvesse aparecido para conhecer o filho.
- Francamente, ele já devia ter vindo - Gina comentou, como se pudesse ler seus pensamentos.
Naquela manhã, Anahí estava cuidando dos arquivos do escritório, quando um movimento na porta da sala chamou sua atenção. Alguns dos diretores da empresa estavam parados na soleira, fitando-a como se fosse a mais estranha das criaturas. Assustada, ela encarou o diretor administrativo, o Sr. Soames.
- Srta. Hartwell - ele começou hesitante, já que não a conhecia.
O grupo de executivos abriu-se como o Mar Vermelho para dar passagem a uma outra figura.
- Vim buscá-la para o almoço - Dulce Terzakis informou sem rodeios.
- Mas...
- Não se preocupe com o horário, Srta. Hartwell - Soames ofereceu. - Tire o resto do dia de folga, se desejar.
- A Srta. Hartwell não trabalha mais aqui - Dulce avisou. - Tenho outros planos para ela.
- Uma excelente funcionária - o diretor comentou. Que diabos estava acontecendo? Confusa e irritada, Anahí adiantou-se alguns passos, mas, antes que pudesse exigir explicações, Dulce pousou uma das mãos em suas costas e empurrou-a com firmeza em direção à porta.
- Precisa apanhar alguma coisa?
- Sim, mas...
- Mande alguém limpar a mesa da Srta. Hartwell, e envie os objetos pessoais para a casa dela - Dulce ordenou sem olhar para trás.
- Que brincadeira é essa? - Anahí explodiu ao ser empurrada para dentro do elevador.
- Acabei de demiti-la - Dulce informou.
- Você... Me demitiu?
- Sou a dona dessa companhia. Suas roupas são muito estranhas, sabe?
- Você possui essa empresa?
- Vim até aqui apenas para levá-la para almoçar, mas alguém me reconheceu na recepção e o pânico instalou-se. Nunca estive sequer perto da empresa - Dulce explicou, retirando a presilha que mantinha os cabelos dela presos na altura da nunca.
- Mas... O que está fazendo? Você enlouqueceu?
- Recuso-me a ser visto em público com uma mulher que parece uma carcereira.
- Sua... Machista arrogante! Primeiro diz que me demitiu, e depois me arrasta para um almoço! Não comeria com você nem que estivesse morrendo de fome!
- Não me provoque - Dulce murmurou com tom seco.
- E quanto à demissão, está perdendo seu tempo. Eu ia mesmo deixar a empresa, e já tenho outro emprego.
- E tão difícil imaginá-la lidando com flores, que mal posso esperar para ouvir sobre esse novo trabalho.
- Como sabe que vou trabalhar com flores?
- Gina me contou.
- Quando? - ela espantou-se, parando na calçada para encará-la. Dulce havia empurrado a porta giratória com tanta força, que quase a atingiu. - Suas maneiras são grotescas.
Ela sorriu, e pela primeira vez Anahí teve de admitir que Gina estava certa a respeito da beleza da grega.
- Você me chamou de machista. Só um machista perde tempo segurando portas para uma mulher.
Anahí sentou-se no banco traseiro da limusine com a graça de um soldado de chumbo. O que Dulce podia querer desta vez? Talvez pretendesse atirá-la no rio mais próximo com um bloco de cimento amarrado ao pescoço. Uma estranha inquietação a invadiu. Dulce Terzakis era imprevisível. Embora tivesse facilidade para julgar o caráter das pessoas, não conseguia sequer imaginar o que ia na cabeça dessa mulher. Mesmo assim, podia apostar que ela era complexa, fria e cruel.
- Quer beber alguma coisa? - Tensa, ela balançou a cabeça.
- Nem mesmo para celebrar sua vitória?
- Do que está falando? - ela perguntou desconfiada.
- Decidi pagar o preço.
- Que preço?
- Vamos nos casar.
Autor(a): MahSmith
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Anahí esperava qualquer coisa, menos isso. Atônita, concentrou-se em manter o rosto inexpressivo, apesar das batidas frenéticas do coração. Exigira o mais absurdo dos sacrifícios, e Dulce concordara! Por quê? Por que Nicky era tão importante para a família Terzakis? Devia ser o primeiro neto, e do sexo masculino, m ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 9
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tammyuckermann Postado em 06/09/2015 - 01:56:15
Plmds vc tem q continuar com essa fanfic, escreve mais capítulos e uma segunda temporada com mais de 10 capítulos pffff ameeeii sua fanfic *-*
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vverg Postado em 30/03/2014 - 21:41:15
Gostei..pena que foi curtinho.. =)
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juhdul7 Postado em 29/03/2014 - 13:53:35
Estou adorando!! Louca pra saber o q vai acontecer!!
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vverg Postado em 27/03/2014 - 12:13:02
Estou adorando sua adaptação Mah.. Envolvente esta estória =)
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vverg Postado em 25/03/2014 - 09:04:05
Ei Mah essa adaptação está legal hein, eu li parte do livro..rsrsrs
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beyonceyrihanna Postado em 23/03/2014 - 22:36:29
Ameeeeei, posta mais :)
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vverg Postado em 23/03/2014 - 22:12:46
Estou adorando a fic.. Poste +++ =)
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du1c3_m4r14 Postado em 23/03/2014 - 16:58:27
ta muito bom, continua ....
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night Postado em 23/03/2014 - 10:40:40
leitora nova posta mas vai ta muito bom mesmo posta mas hoje