Fanfics Brasil - 04 Laços de Vingança [Adaptado] -FINALIZADA-

Fanfic: Laços de Vingança [Adaptado] -FINALIZADA- | Tema: Portiñon


Capítulo: 04

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Anahí esperava qualquer coisa, menos isso. Atônita, concentrou-se em manter o rosto inexpressivo, apesar das batidas frenéticas do coração. Exigira o mais absurdo dos sacrifícios, e Dulce concordara! Por quê? Por que Nicky era tão importante para a família Terzakis? Devia ser o primeiro neto, e do sexo masculino, mas Alex e sua preciosa esposa podiam ter os próprios filhos, não? Por que Dulce concordaria em se casar com uma mulher que desprezava, quando o máximo que podia conseguir com isso era a adoção do sobrinho?

- Parece que Nicky é muito importante para você - ela disse, escolhendo as palavras com cuidado para não trair as emoções. - Estou realmente surpresa com a mudança. Samantha estava grávida de quatro meses quando foi expulsa do apartamento de seu irmão.
- Acha que eu teria feito isso se acreditasse na gravidez? Que tipo de mulher pensa que sou?
- Uma completa canalha - ela respondeu com franqueza.
- Teria me comportado diferente, se acreditasse na gravidez de sua irmã.
- Não acredito. O cheque era suficiente para cobrir o custo de um aborto... Não acredito que estivesse preocupada com o destino de Samantha, ou da criança que...
- Como se atreve. Nunca pensei em tamanho absurdo! Jamais teria concordado com o assassinato do filho de meu irmão!

Era surpreendente, mas Anahí acreditava nela. Ninguém seria capaz de fingir tamanha indignação.


- Alex não disse nada sobre a gravidez de Samantha?
- Não - Dulce admitiu relutante.

Então as mentiras existiram, Anahí constatou com desgosto. Quantas outras Alex teria produzido para livrar-se da ira da irmã? Sem dúvida era responsável pela idéia que Dulce fazia sobre o caráter de Samantha.
Dulce levou-a para almoçar em sua casa, uma imponente mansão com vista para um parque bem cuidado. A refeição foi servida por um criado grego, e o silêncio da dona da casa já começava a perturbá-la quando ela anunciou que o café seria servido na sala de estar.
Nervosa, Anahí mal conseguira tocar na comida. Além do mais, a decoração luxuosa a impressionava, e a profusão de criados era irritante para alguém que acostumara-se a fazer tudo sozinha.
Assim que o mordomo serviu o café e retirou-se, Dulce murmurou:

- Vamos direto ao ponto. Já instruí meus advogados para preparem um contrato pré-nupcial, e espero que o assine sem impor condições.


Estaria realmente disposta a se casar com Dulce Terzakis? Não seria um casamento normal, mas um acordo comercial em benefício de Nicky. O bem estar de seu sobrinho e seu direito à herança estariam garantidos. Nicky a teria por perto... E ela o teria em caráter definitivo, percebeu aliviada.
Dulce passaria boa parte do tempo viajando pelo mundo, e não teria de suportar sua presença constantemente. Era a única maneira de assegurar a satisfação de todas as necessidades de Nicky, tanto as materiais quanto as afetivas.

- Não me casarei sem esse contrato.
- Eu concordo - Anahí respondeu sem encará-la, certa de que a única coisa que o preocupava era não correr o risco de perder parte de sua preciosa fortuna.
- Mandarei alguém cuidar de todos os detalhes burocráticos, e você será informada cobre o andamento dos planos para o casamento. Alguma dúvida?
- Por que concordou?
- Pelo bem do bebê. - Os olhos negros cravaram-se em seu rosto e Anahí experimentou um estranho arrepio. - Quero que ele tenha tudo que é necessário para o bem estar de uma criança: segurança, amor e um lar tranqüilo.


Por que não estava convencida? Uma espécie de sexto sentido a avisava de que Dulce não estava dizendo a verdade, mas Anahí censurou-se em silêncio. Dulce não tinha nada a ganhar com o casamento desprovido de amor, desejo ou simpatia. E por que a idéia provocava tamanha amargura?
Devia ter sido Samantha e Alex. Segurando a xícara de porcelana com mãos tremulas, Anahí disse a si mesma que queria fazer Dulce pagar por ter ferido e humilhado sua irmã, e por privá-la da companhia do grande amor de sua vida. Sim, ela merecia pagar por isso... E pagaria, nem que tivesse de dar a própria vida!

- Você não parece ter muito a dizer - ela comentou.
- Já consegui o que queria - Anahí respondeu com um sorriso gelado.
- Parece muito segura disso.
- E estou - ela devolveu triunfante. Havia justiça no mundo, afinal. Dulce Terzakis não era intocável. Conseguira colocá-la exatamente onde desejava... Na palma de sua mão.


- E então, o que acha? - Anahí perguntou, fingindo não notar o espanto de Gina. Depois de deixar as caixas e pacotes no chão, ela girou pela sala para mostrar a roupa nova. - Combina comigo?
- Cortou os cabelos - Gina constatou perplexa. - E essa roupa, os sapatos... Não a teria reconhecido se a encontrasse na rua!
- Ótimo - Anahí respondeu enquanto subia a escada.
- Acha mesmo que devia estar gastando o dinheiro de Dulce antes do casamento?
- Adoro gastar o dinheiro de Dulce. Ela acha que sou gananciosa e interesseira. O contrato é prova disso. Vinte páginas de insultos! Não acha que devo me comportar de acordo com as expectativas de minha futura esposa?
- Já parou para pensar que vai ter de viver com essa mulher?
- Não tenho a menor intenção de viver com ela. A julgar pelo que sentimos uma pela outra, nossos encontros serão poucos e esporádicos.


- Nesse caso, por que a transformação?
- Está pensando que é por causa dela? - Anahí riu. - É por Nicky!
- Por Nicky?
- Tenho de desempenhar o papel de mãe dele, não? Tenho de me adaptar, parecer adequada. Caso contrário, acabarei por embaraçá-lo no futuro. Além do mais, fiz apenas o que Dulce sugeriu. Coloquei-me nas mãos de profissionais competentes para tornar-me apresentável...

Gina analisou a figura delicada de Anahí, as curvas suaves do corpo realçadas pelas roupas bem cortadas e elegantes. Agora já não parecia mais a garota solitária e triste de antes, mas uma mulher segura que jamais conhecera a dor de ser rejeitada.
Anahí examinou-se no espelho do quarto e aprovou o que viu. Não parecia mais uma carcereira.
O dinheiro havia comprado a ilusão da beleza. O dinheiro de Dulce. Ficara furiosa ao ler aquele contrato ofensivo e ridículo. O documento havia sido redigido em grego, e fora obrigada a exigir uma tradução para o seu idioma antes de finalmente assinar a versão original. Em recompensa por sua aparente docilidade, recebera vários cartões de crédito e fora informada sobre diversas contas bancárias abertas em seu nome.

- Ainda não é tarde demais para mudar de idéia - Gina sugeriu da porta.

Anahí suspirou. Gina estava tentando convencê-la a desistir do casamento há uma semana!


- Não pretendo desistir. Estou fazendo isso por Nicky, lembra-se?
- Não sente-se infeliz sabendo que o casamento será um sacrifício para Dulce Terzakis?
- O que você acha? - ela disparou irritada.
- Acho que não gostaria de desafiá-la. Acho que é maluca e Dulce é ainda mais louca por ter concordado.


- Como conseguiu isso? - Dulce perguntou.
- Do que estava falando? - Anahí lançou um olhar de soslaio para a mulher sentada a seu lado na limusine. Apesar de manter a maior distância física possível, a presença dela a incomodava, provocando um estranho desconforto. Era a primeira vez que Dulce falava desde a cerimônia no cartório. Passara todo o tempo observando-a com atenção, como se estivesse surpresa com a transformação, mas sabia que algumas roupas novas e um pouco de maquiagem não eram suficientes para impressionar uma profunda conhecedora da beleza feminina.

- Como consegui o quê? - Sentia-se vazia sem Nicky. Preocupada, olhou para trás e viu o carro que transportava Nicky... E uma babá. Uma babá de verdade, com uniforme e vários certificados!

Ao ser entregue aos cuidados da profissional. Nicky havia chorado como se alguém estivesse tentando estrangulá-lo.
- Vejo que é um garotinho muito mimado - a Sra. Brown dissera com ar de reprovação.

Mal podia esperar para dizer a Nicky que não precisavam de uma babá, pois pretendia dedicar-se pessoalmente aos cuidados com o bebê.

- Como conseguiu operar tão grande transformação da noite para o dia?

Anahí ruborizou, convencida de que ela estava sendo sarcástica.


- Contratei um consultor de estética.
- Um... O quê?
- Quando não sei fazer alguma coisa, costumo procurar os serviços de uma autoridade no ramo.
- E o que não sabia fazer?

Anahí virou-se e viu que ela mantinha os olhos fixos em seus lábios, enriquecidos pelo batom cor de pêssego. Qual era o problema com Dulce? Por que estava fazendo perguntas tão estúpidas, se a idéia havia sido dela?
- Com algum esforço e ajuda profissional, poderia tornar-se bem atraente... - dissera.

- Não sabia como lidar com roupas, maquiagem, esse tipo de coisas. Francamente, nunca tive tempo ou interesse para aprender. Nem dinheiro para gastar com futilidades.
- Você gastou uma ninharia.

Não podia estar falando sério. Gastara uma fortuna! Isto é, de acordo com sua escala de valores... Seu novo guarda-roupa não incluía grifes famosas, mas contava com peças básicas e clássicas que podiam ser combinadas entre si, criando vários conjuntos elegantes e discretos, e uma variada coleção de sapatos, bolsas e peças íntimas. O trabalho do consultor, indispensável em sua situação, custara os olhos da cara!


- Uma ninharia - Dulce repetiu, os olhos fixos em seu rosto.

Estava falando sério!
Virtude número um: Dulce não era mesquinha.

- É lisonjeiro saber que fez tamanho esforço por mim.
- Por você? Fiz isso por Nicky! Não quero embaraçá-lo.
- Ele tem seis semanas de idade.
- Não quero que ele se envergonhe da própria mãe - Anahí insistiu.
- E quanto a não querer que eu sinta vergonha de minha esposa?


Anahí encarou-a com um sorriso sarcástico, demonstrando que tal ambição jamais passara por sua cabeça. O rubor que tingiu o rosto de Dulce provou que ela estava ofendida com seu desinteresse, o que era ridículo nas circunstâncias. Tinham um casamento de conveniências! Por que pensaria em tornar-se mais atraente para Dulce?

- Gostaria que parasse de olhar para mim desse jeito - ela indicou.
- O que esperava? Você está irreconhecível! Com exceção da cor dos cabelos...

Tensa, Anahí a viu erguer a mão para tocar seus cabelos e afastou-se ainda mais.

- Pare com isso - Anahí exigiu irritada.
- Parar com... O quê? - ela gaguejou, sentindo os dedos em seus cabelos. Estava trêmula, ofegante, e o corpo parecia estar reagindo por conta própria. Não sabia o que esperar. E se Dulce fosse violenta? Teria a intenção de agredi-la fisicamente? Tentando distraí-la, ela decidiu dizer a primeira coisa que passou por sua cabeça. - Não quero que Nicky tenha uma babá.

Por um instante os olhos que a fitaram expressaram frustração e incredulidade.

- Uma babá? - Dulce repetiu, como se não conhecesse o significado da palavra.
- Eu mesma cuidarei dele.
- Estará ocupada demais cuidando de mim.
- Você tem empregados para isso.
- Agora tenho uma esposa, e não preciso mais dos criados - ela insistiu, aproximando-se devagar e tocando seu queixo para forçá-la a encará-la.


Irritada, Anahí plantou as duas mãos em seu peito e empurrou-a. Dulce riu com uma espontaneidade que a perturbou.

- Tire as mãos de mim... Agora! - ela exigiu, enlouquecida com o comportamento inexplicável de Dulce.
- Tente me obrigar.

Anahí a encarou e o encontro com aqueles olhos negros foi eletrizante. Um aroma pungente penetrava por suas narinas, uma mistura de colônia fina com algo profundamente erótico. Erótico?
Deus, de onde havia tirado essa idéia?
Dulce riu e afastou-se com um movimento confiante, fitando-a com ar de... Satisfação?

- Obrigada - Anahí agradeceu com tom frio, deslizando as mãos pela roupa como se estivesse amarrotada.
- Essa aliança em seu dedo significa que estamos casadas.
- E daí?
- Agora você é minha esposa.

E o que ela esperava? Que corresse horrorizada, ou agradecesse orgulhosa? Para ela, o casamento havia sido apenas uma cerimônia sem qualquer significado, como a aliança em seu dedo.
Apenas um meio para satisfazer duas necessidades: a de poder cuidar de Nicky e de seu futuro, e a de vingar-se. Fizera Dulce Terzakis pagar por ter destruído a vida de sua irmã, e agora que conseguira realizar seu desejo, não tinha muito mais a dizer a ela. Adiante, via apenas a vida ao lado do bebê que amava. Dulce seria um apêndice, e desempenharia o papel de mãe ocasionalmente.
Não tinham nada a dividir, a partilhar. Nada em comum além de Nicky. Então, por que ela fazia questão de dizer que agora era sua esposa?


- Está tão embriagada com o doce sabor da vitória que deixou de enxergar à sua volta.

Exasperada, Anahí jogou os cabelos para trás e desejou tê-los cortado. Não gostava da maneira como Dulce olhava para eles.

- Não gosto de ser ignorada - Dulce disse.
- Se precisa mesmo falar, devia tentar entabular uma conversa mais normal - ela retrucou, irritada com seus comentários misteriosos.
- Quer falar sobre o tempo. Seria bem adequado ao seu nível intelectual.
- A chuva na Espanha é mais constante nas áreas de planície - ela provocou.
- Quantos anos tem?
- Por que não lê a certidão de casamento?
- Não seja infantil.
- Farei vinte e cinco dentro de um mês... O que significa que ainda tenho algum tempo antes de chegar aos trinta.
- Isso a magoou, não?
- Nada do que diga ou faça poderá me magoar. Com relação a você, sou inatingível.
- Você é muito confiante.
- Tenho razões para ser.


 


Anahí havia pensado em tudo com antecedência. O que ela poderia fazer? Deixá-la sem dinheiro? Isso não a aborreceria. Poderia ignorá-la. Isso a satisfaria. Poderia ser rude. Reagiria à altura. Poderia deitar-se com uma mulher a cada noite, entregando-se à promiscuidade diante de toda a sociedade... E isso não a incomodaria, exceto pelo fato dela não ser um exemplo para Nicky seguir no futuro. E se fosse violenta, divorciaria-se dela... Ou do que restaria de Dulce quando terminasse de fazer o que considerava adequado à situação. Ao menor sinal de abuso físico, Dulce seria uma mulher morta!
Embarcaram no jato que os levaria a casa dela na França. Quando a Sra. Brown subiu a escada, Anahí ouviu os gritos de Nicky e aproximou-se com os braços estendidos, perturbada e aflita.

- Está tudo bem, senhora - a babá afirmou com um sorriso frio. - Nikos vai precisar de algum tempo para aprender a me reconhecer. Cuido de crianças há trinta anos, e garanto que ele logo estará acostumado comigo.
- Podemos tentar ir aos poucos. Ele tem medo de estranhos - Anahí explicou.
- Talvez ele não esteja bem - Dulce intercedeu, os olhos perturbados fixos no rosto congestionado do sobrinho.
- Não há nada de errado com ele, exceto uma boa dose de manha - a babá respondeu. - Os bebês precisam habituar-se a uma determinada rotina.


Incapaz de suportar tal discurso por mais tempo, Anahí simplesmente arrancou a criança dos braços da Sra. Brown e aninhou-o junto ao peito, murmurando palavras doces enquanto dirigia-se ao fundo da aeronave. Nicky abriu os olhos inchados e cheios de lágrimas e fitou-a, pronto para mais um ataque de choro. Ao reconhecê-la, o pequeno acalmou-se e recostou a cabeça em seu peito.
Anahí sentou-se, satisfeita, e Dulce estudou-os com expressão surpresa.

- Ele a conhece...
- É claro que sim... Não é, meu benzinho?

Por que Dulce a observava com aquele ar intrigado, como se estranhasse seu comportamento? Independente de sua opinião, estava desempenhando o papel que assumira recentemente e, a menos que a babá adotasse uma atitude mais suave e carinhosa, não tinha a menor intenção de deixar o sobrinho aos seus cuidados.


Enquanto alimentava o bebê, Anahí ouviu os comentários de desaprovação da Sra. Brown, que fora sentar-se numa poltrona próxima.

- Está tentando me impressionar? - Dulce perguntou irritada.
- Do que está falando? - Anahí espantou-se.
- De toda essa falsa atenção com Nikos. Por que acha que contratei uma babá?
- Não há nada de falso no que sinto por meu sobrinho. E prefiro não comentar a contratação da babá, embora deva dizer que não gostei do que vi até agora.
- Ela apresentou excelentes referências.
- Não quero parecer crítica ou injusta, mas você fez exatamente o que eu esperava, interferindo num assunto sobre o qual sabe muito pouco... Algo que, imagino, costuma fazer com regularidade. É uma dessas mulheres que acredita saber tudo...

Dulce ficou vermelha, visivelmente perturbada. Não podia ouvir uma ou duas verdades sem perder a calma e explodir. Devia ter sido excessivamente mimada quando criança. Rica, inteligente, bonita. Ambiciosa, obcecada por trabalho e dominadora, certamente encorajada por uma família amorosa, empregados servis e mulheres estúpidas a acreditar-se a mais perfeita das criaturas em todos os campos.

- Você não é lésbica?

Depois de uma pausa ultrajada, Anahí encarou-a e riu. O ego de Dulce! Não era capaz de aceitar que uma mulher não a considerasse atraente.


- Eu imaginava que não. - Longe de estar constrangido, Dulce a observava com interesse, a boca distendida por um sorriso divertido. - Devia perguntar-se por que sente tamanha compulsão para me agredir.

Anahí arregalou os olhos verdes numa encenação de ingenuidade.

- Eu faço isso? E está querendo dizer que percebeu? Francamente, não gosto muito de você, Dulce...
- Gostar não é necessário. Mas exijo respeito.
- Uma mulher deve ter sempre um objetivo a alcançar. Mesmo que esse objetivo seja quase inatingível...
- Está correndo um risco que nem os inimigos mais poderosos quiseram correr.
- Não tenho medo de você.
- Não é o que seu corpo está dizendo - ela sorriu, notando a mão agarrada ao apoio do assento. - Se não tivéssemos a companhia da babá e da aeromoça, já teria corrido daqui com o rabo entre as pernas.
- Esse tipo de comparação diz muito a seu respeito - Anahí devolveu, tentando esconder o nervosismo que a invadia. - Se não pode conquistar a admiração de uma mulher, contenta-se em despertar temor. Na verdade, prefere despertar qualquer tipo de sentimento a lidar com uma mulher em outro nível...
- Se estamos falando de uma mulher como você, tem razão. E não foi isso que imaginei para o dia do meu casamento.

Anahí foi tomada pela tensão.


- E o que imaginou?
- Esperava dividir essa ocasião com uma esposa digna de meu nome.
- E ainda quer que eu acredite que não é uma esnobe...
- Não estou preocupada com seu nível social, mas com sua falta de moral.
- Minha falta de moral?
- A mulher com quem devia ter me casado tem os mais elevados princípios morais.
- Está tentando dizer que ia se casar com outra mulher?
- Exatamente.
- E amava essa mulher? - Anahí atreveu-se a perguntar, invadida por uma estranha ansiedade.
- Não pretendo discutir minha vida íntima com você.
- Ela a amava? Deus, por que não me disse? Não pode vir me cobrar por algo que... Por que não disse que havia alguém em sua vida, alguém além de...
- Das mulheres que levo para a cama em troca de dinheiro?

Anahí não respondeu, perturbada com a possibilidade de ter partido o coração de outra mulher.

- Elise nunca esteve em minha cama.


Então não estavam falando de um romance apaixonado.

- Jamais discutimos a possibilidade de um casamento, mas teríamos formado uma bela aliança. Na família Terzakis, casamento é um passo definitivo. Não assumimos compromisso tão sério movidos pela ilusão.

Muito apropriado. Sexo com as amantes, estabilidade com a esposa. O amor não fazia parte da equação. E por que deveria surpreender-se? Samantha fora julgada e rejeitada de acordo com esses mesmos padrões. Androula devia ser rica, bem educada e absolutamente adequada.
Entretanto, estava surpresa com a equação matrimonial de Dulce. Por mais que tentasse ignorar, estava diante de uma mulher capaz de emanar uma carga emocional impressionante, uma mulher que saía em defesa da família com paixão e ardor, mesmo que não aprovasse seus métodos. Havia afastado Alex de Samantha por acreditar que essa era a melhor solução para o irmão, e certamente tratara de casá-lo em seguida para afastar o perigo de novas alianças inadequadas.

- Elise a ama?

Dulce ergueu uma sobrancelha diante da intimidade da pergunta.
Anahí ruborizou, mas recusou-se a desistir do assunto.


 


0


- Odeio pensar que posso ter sido a causa do sofrimento de outra mulher.
- Eu feri o orgulho de Elise - Dulce afirmou com tom frio. - E como todos acreditarão que Nikos é meu filho, e você é a mãe...
- Isso é necessário?
- Absolutamente. Como Alex e Androula não poderão criar o menino como filho, prefiro que a verdade permaneça em segredo dentro do círculo familiar. Não quero que Androula seja humilhada.

Anahí não compreendia como Androula podia ser humilhada por algo que havia acontecido antes de seu casamento com Alex... A menos que ela já estivesse em cena na época do envolvimento entre ele e Samantha. Era bem possível, especialmente tratando-se de um sujeito sem caráter como Alex.

- Assim que tiver idade para compreender, Nikos será informado sobre os fatos relativos à sua origem, desde a adoção até a verdade sobre os verdadeiros pais...
- Sua verdade, ou a minha?
- Você é uma mulher má e perigosa, mas saiba que não vou tolerar interferências quando o momento da verdade chegar. Isto é, se ainda estiver por perto.
- E por que não estaria? - ela a desafiou.
- Porque vai precisar de muita determinação e humildade para permanecer a meu lado. E francamente, não acredito que tenha toda essa fibra.
- Obrigada pelo voto de confiança.


Mas Anahí estava perturbada, apesar da aparente tranqüilidade. Não pelas ameaças que Dulce fazia, mas por ter acabado de perceber que ela era repleta de sentimentos e até fragilidades.
Uma mulher amargurada. Há três semanas, teria sentido-se capaz de lidar com Dulce com uma só mão e ainda conter um batalhão com a outra. Chorando a morte de Samantha, perturbada pelo ressentimento e dominada pelo desejo de vingança, não dera importância a uma verdade básica.
Alex era o homem que havia mentido para Samantha, que a engravidara e abandonara, que negara-se a ampará-la e mentira para a irmã. Dulce agira de acordo com as informações que havia recebido.
Alex poderia ter desafiado a chefe do clã dos Terzakis e assumido seu romance com Samantha, se quisesse. Mas a verdade era que Alex jamais tivera a intenção de se casar com sua irmã, e não hesitara em permitir que Dulce o livrasse de uma situação embaraçosa.
Portanto, Alex era o verdadeiro pecador, mas era Dulce quem fazia todos os sacrifícios. Por que só agora se dava conta disso? Por que forçara Dulce a pagar pelos erros de seu irmão? Vira-se diante de uma Terzakis, e não hesitara em mirar e fazer fogo em nome da vingança. E em nome de Nicky, é claro. Infelizmente, só agora percebia que havia destruído a vida de Dulce, enquanto Alex escapara ileso da confusão que criara.
Perturbada, fitou a esposa que conquistara através da força e desviou os olhos apressada, assustada com a intensidade daquele olhar. Estava decepcionada consigo mesma, e a idéia de que tivesse agido de modo tão precipitado fez seu sangue gelar nas veias, mas não podia perder a cabeça à essa altura dos acontecimentos!



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Autor(a): MahSmith

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • tammyuckermann Postado em 06/09/2015 - 01:56:15

    Plmds vc tem q continuar com essa fanfic, escreve mais capítulos e uma segunda temporada com mais de 10 capítulos pffff ameeeii sua fanfic *-*

  • vverg Postado em 30/03/2014 - 21:41:15

    Gostei..pena que foi curtinho.. =)

  • juhdul7 Postado em 29/03/2014 - 13:53:35

    Estou adorando!! Louca pra saber o q vai acontecer!!

  • vverg Postado em 27/03/2014 - 12:13:02

    Estou adorando sua adaptação Mah.. Envolvente esta estória =)

  • vverg Postado em 25/03/2014 - 09:04:05

    Ei Mah essa adaptação está legal hein, eu li parte do livro..rsrsrs

  • beyonceyrihanna Postado em 23/03/2014 - 22:36:29

    Ameeeeei, posta mais :)

  • vverg Postado em 23/03/2014 - 22:12:46

    Estou adorando a fic.. Poste +++ =)

  • du1c3_m4r14 Postado em 23/03/2014 - 16:58:27

    ta muito bom, continua ....

  • night Postado em 23/03/2014 - 10:40:40

    leitora nova posta mas vai ta muito bom mesmo posta mas hoje


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