Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Dulce. 

Era a minha primeira festa e obviamente, eu estava nervosa. Meu pequeno apartamento parecia mais um camarim, com roupas e sapatos pelo chão, maquiagens e cremes em cima do sofá, tudo espalhado. Depois de exatamente duas horas e meia, por fim, estávamos prontas. Com quartos enormes, as três decidiram se arrumarem no meu cubículo. 

- Não sei se devo deixar você sair assim, vai chamar mais atenção que eu. - Annie me avaliou, parando atrás de mim no espelho. 

- Não mente. - Sorri e me virei pra ela. - No mínimo, estou apresentável.

- E no máximo, gostosa a beça. - Rebateu Lilly, entrando no quarto com Sparks no colo. Ele tinha virado seu pequeno mascote. 

Minha vez de avaliar. Como alguém poderia se sentir bem andando na rua ao lado de Annie? Sério, ela estava impecável num vestidinho de renda azul com um salto branco e os cabelos soltos levemente encaracolados nas pontas. Quando Mai entrou no quarto, comecei a me desesperar de verdade: ela estava com uma saia jeans, uma blusa rosa claro que deixava as costas nuas e o colo reservado de olhares masculinos. Sua rasteirinha era do estilo indígena e seus cabelos escuros estavam presos num coque frouxo, dando um ar delicadamente sensual a ela. Lilly, nossa. Lilly estava com um vestido vermelho justinho no corpo, desenhando suas curvas invejáveis. Seu cabelo estava preso no alto e algumas mechas caíam no rosto fortemente maquiado, ela parecia ter saído de uma revista de moda direto pro meu quarto. E eu me achando bonita com um short jeans claro, um tomara que caía preto e um sneaker nude com glitter. 

- Certeza que não posso ficar em casa? - Fiz um biquinho.

- Claro que não, a festa é sua. - Mai riu.

- Na casa de praia da Annie. - Revirei os olhos, bufando.

- Não interessa. Eu deixei bem claro que você estava dando a festa. - A loira murmurou, me encarando. - E é fundamental para o plano.

- O Ucker nem foi convidado. - Rebati.

- Mas ele vai, tenha certeza. - Lilly colocou Sparks no chão e bateu a mão pelo vestido, tirando alguns pelos que tinham colado no tecido. - Agora vamos, quer chegar atrasada na sua própria festa? Deve tá chuvendo gatinho lá, inclusive o quarterback gostoso.

Olhei pra Maite, que revirou os olhos e soltou um nome:

- Chad. 

Rimos da paixonite de Lilly. O motorista de Mai nos esperava e em alguns minutos, chegamos na mansão de praia de Annie, que humildemente ela chamava de casa. Arfei só de olhar, estava realmente cheia, com rostos que eu nem conhecia. Respirei fundo e entramos. A casa estava toda decorada na parte interior e completamente lotada. Haviam pessoas da faculdade, pessoas de todos os lugares, pra ser sincera. Todos com seus copos nas mãos e se deixando levar pela batida contagiante da música eletrônica. Tinha um globo de luz no teto e piscava, imitando uma boate. Em alguns momentos, ficava tudo escuro por alguns segundos. Imaginei porquê. Se a música não tivesse tão alta, eu perguntaria pra Annie de onde ela tinha tirado tudo aquilo.

Apoiados no bar, estava um grupo de meninos, incluindo meu alvo e seus amigos. Maite e Lilly sumiram assim que entramos, para não levantar suspeitas. Annie sorriu pra mim e piscou, num claro sinal de "mãos a obra". Assenti de leve com a cabeça e caminhei lentamente, abrindo espaço pela multidão quente, chegando até eles. Assim que me viu se aproximar, Ucker foi abrindo um sorriso meio de lado, obviamente maldoso, que sumiu assim que puxei seu amigo Chad pela camisa, o arrastando para dançar. 

Ele estava ao lado de Ucker e me olhou como se eu fosse uma predadora e ele, minha presa. Virei de costas pra ele e fomos caminhando com os corpos colados até o meio da sala, onde parecia estar formada uma espécie de pista de dança. Virei de frente pra ele novamente, colocando suas mãos na minha cintura e mexendo o corpo de leve de acordo com a batida da música. 

- Oi. - Aproximei a boca de seu ouvido para que ele pudesse escutar, aproveitando pra ver a expressão de Ucker.Ele estava de braços cruzados e fuzilava a gente com o olhar, enquanto Christian e Alfonso riam. Lilly estava ao lado deles, com a cara fechada. Eu me entenderia com ela depois. - Eu sou a Dulce. 

- Eu sei. - Ele engoliu seco e eu achei bonitinho sua expressão de nervosismo. Definitivamente, faria um belo par com Lilly. - Eu sou o Chad. 

Ele arriscava alguns passos de dança, e dançava bem de verdade, só estava sendo atrapalhado pelo nervosismo. Chad, ainda com as mãos na minha cintura, foi nos girando até que eu estivesse de costas para o bar e então seu olhar focou no distante, automaticamente suas mãos me soltaram. Eu sorri, sabia o que Ucker estava fazendo.

- Coloca a mão na minha cintura agora. - Ordenei, puxando as mãos dele novamente.

- Eu não quero apanhar hoje. - Ele quase suplicou.

- Você não vai apanhar, gato. - Garanti, sorrindo. - Não vou deixar.

- O Ucker é bem genioso. E possessivo. 

- E um completo babaca. - Completei, dando uma rápida olhada debochada para trás. - Ele não vai conseguir nada comigo. Ele tem um papo bem ruim. E cá entre nós, cadê a pegada desse homem? 

Chad riu, parecendo bem espontâneo.

- Sério. - Eu também ri. - Qualquer falta é perdoada num homem, menos de atitude.

- Ele morreria se ouvisse isso. - Garantiu ele.

- Esquece ele. - Murmurei pertinho de seu ouvido, jogando os dois braços sobre seus ombros. - Vamos dançar. 

Dançamos algumas músicas, até que ele era bem legal. Não parecia tão criança como seus amigos e também não tratava as mulheres daquela forma repulsiva. Apenas conversava, sendo educado e amigo. 

Vi quando Lilly fez um sinal pra mim, atrás de Chad e foi na direção da saída. 

- Temos que repetir isso mais vezes. - Me afastei e sorri, ele assentiu com a cabeça.

- Claro. - Respondeu Chad.

- Isso foi uma promessa, né? Porque eu vou esperar. - Dei uma piscadinha e saí, caminhando em passos lentos até onde Lilly estava. Assim que saí, sentindo o ar leve da rua, alguém me puxou pelo braço e me encostou na parede.

- Chris e Poncho ali e você escolhe justo o Chad? - Ela me repreendeu, parecendo ofendida.

- Ele é o mais ingênuo, mais fácil de controlar. - Justifiquei. - Se eu chamasse o Chris era capaz de ter que gritar socorro.

Lilly respirou fundo, puxando ar para os pulmões e assentiu, acariciando as têmporas.

- Ok. - Disse ela. - É pelo plano. Mas nunca, em hispótese alguma, esqueça quem é seu alvo de verdade.

Eu tive que rir. 

- Não vou pegar o seu Chad. - Uni as sobrancelhas e sorri. - Foi só pra atingir o Ucker.

- E conseguiu. Dava pra sentir o ciúmes no ar. - Ela sorriu, perversamente. - Ele estava se mordendo.

- Pelo visto não era o único. - Rebati, dando um leve empurrão nela e Lilly riu, revirando os olhos.