Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Maite.

- Eu sinto muito, gente. - Dul soluçou, com a voz embargada. Tínhamos escutado tudo, do início ao fim daquela história. A verdade era que eu a entendia, de coração. E me sentia um pouco arrependida de ter colocado Dulce nessa. Não havia dor pior do que a decepção de se sentir usada. O gosto amargo de parecer uma boneca de pano nas mãos imundas de um homem. Esse era o mesmo gosto que estava na minha boca. 

E se Dul queria sair do plano, eu seria a primeira a apoiá-la. 

- Eu quero muito ajudar vocês, mas eu não se consigo mais. - A ruiva sentou-se no banco do vestiário. Estávamos ali há quase vinte minutos, em nossa "reunião".

- Isso devia ser um incentivo pra você continuar, Dul. - Anahí passou um braço no ombro dela, abraçando-a de lado. - Tudo bem, eu realmente te entendo, mas para os vingadores, nada é mais inspirador que isso.

- Você diz isso porque não assistiu, não ouviu a forma nojenta como ele falava de mim... - Ela engoliu em seco.

- Foi horrível mesmo. Até para os meus padrões. - Lilly suspirou. - Espero que Chad não seja podre dessa forma.  

- Lembra da primeira regra, Dul? - Annie lhe encarou. - Daquela que eu te fiz prometer no dia em que aceitou fazer parte disso. Eu te disse que se você não a seguisse, estragaria tudo. Você lembra? 

A ruiva assentiu, em completo silêncio.

- Por favor, diz pra mim que você não a quebrou. - A loira fechou os olhos, descrente. - Diz pra mim que você não está apaixonada por Uckermann.

Todas aguardamos aquela resposta com o coração apertado. Eu quase podia ouvir um apresentador chamando os comerciais devido a tensão e ansiedade. 

- Me responde você, Annie. - Rebateu Dul. - Como alguém pode se apaixonar por aquele monstro?

O suspiro de alívio de Anahí foi audível. Lilly fez o mesmo segundos depois. Eu mantive meu silêncio, com os olhos apreensivos na direção de Dulce.

- Não posso mais chegar perto dele e fingir que tá tudo bem. - Prosseguiu a ruiva. - Não posso mais beijar ele, muito menos fazer ele se apaixonar por mim. Não quero sentir nojo de mim mesma. Não quero mais ser você, nem você, nem você. - Disse cautelosamente, olhando para nós três a cada vez. - Eu só quero ser a Dulce de antes. Coração vazio é bem melhor do que coração partido.

Fechei os olhos e apoiei a cabeça no ombro de Lilly. Ela estava ao meu lado, então fez um carinho em meu cabelo com as pontas dos dedos.

- Então, isso acaba aqui? - Anahí perguntou para todas nós. - Nosso pacto de nos vingar em nome de todas as garotas que já sofreram na mão daquele canalha se encerra aqui?

E o silêncio toma conta. Até Dul se pronunciar.

- Lilly?

- Oi, meu bem?

- O que você acha? - Sussurrou a ruiva.

- Acho que você tem que fazer o que achar melhor. Acho que tem que parar de pensar um pouco na gente e pensar em você. 

Dul assentiu, olhando em seguida para Annie.

- E você, Annie?

- Primeiro eu gostaria de deixar bem claro que estou magoada de não ter sido a primeira a ser consultada. - A loira fez um biquinho e nós rimos de leve. - Brincadeira. Eu concordo com a Lilly. Eu não quero que isso quebre outro coração que não seja o de Ucker.

Então, a ruiva me olhou. Esperando a minha fala.

- Minha vez? - Perguntei, rindo.

- Claro, você tá tão caladinha aí. 

- Eu concordo com o que elas disseram. - Murmurei, me ajeitando no banco. - Mas tenho algo a acrescentar. As vezes precisamos fazer alguns sacrifícios pelo bem comum. 

Meus olhos imediatamente se encheram de lágrimas.

- Querem ouvir uma história? Eu juro que vai ser rápida. - Minha voz estava embargada. - Quando eu tinha treze anos, minha mãe me chamou pra conversar sobre a minha primeira vez. Eu já tinha estudado reprodução humana na escola, mas a forma como ela me disse me fez ver aquilo tudo com outros olhos. Mamãe me disse que era algo mágico, que você tinha que amar muito a pessoa, porque querendo ou não, você nunca se esquecerá disso, não importa quantos anos viva.

Elas me encaram com aqueles olhares de pena e Lilly afagou meu ombro.

-  Ela me contou que o primeiro em sua vida tinha sido meu pai. O primeiro, o último e o único. E eu decidi, desde aquele dia, que seria assim comigo também. - Senti a primeira lágrima cair pelos olhos. - Mas não vai ser, gente. Nunca mais. Não vai ser como eu sonhei, com o meu marido. Eu não tô dizendo que eu sou santa, gente, muito menos que eu fiz só pelo plano. Eu me deixei envolver e eu quis, de verdade. Mas eu me arrependi assim que logo depois, tive que vestir minha roupa e ir embora como uma prostituta que acaba de fazer mais um programa.

Annie secou uma lágrima e Dul me encarou com compaixão.

- Eu tenho certeza que minha mãe sentiria vergonha de mim se soubesse disso. - Solucei, colocando a mão sobre o peito. - Não mais quanto eu estou sentindo, mas ela diria: "não foi essa a criação que eu te dei, Maite". E ela estaria certa. Então, Dulce, pensa bem antes de tomar qualquer decisão. A vingança contra Ucker não vai mudar os fatos, mas vai me dar a certeza que nenhuma garota vai passar com ele o que eu passei com Chris.

Dulce levantou e caminhou até mim, se abaixando na minha frente e segurando minhas mãos.

- Eu vou fazer isso por você, Mai. - Disse a ruiva. - Por você, pela Annie, pela Lilly. Por mim. Por todas as garotas. A gente não merece chorar. 

Ela então acariciou minha bochecha, secando uma lágrima.

- Eu vou acabar com isso de uma vez por todas. Eu vou abrir uma garrafa de champagne com o gosto das lágrimas de Ucker. E nós quatro, nós quatro vamos brindar a vitória com as taças mais caras dessa cidade. Vai ser o melhor dia de nossas vidas, eu prometo.

AAAAAAHHHH, MEU DEUS, O QUE DIZER PRA VOCÊS?

SOMENTE MIL PERDÕES POR TAAAAANTO TEMPO SEM POSTAR, TIPO, UM MILHÃO DE DESCULPAS GENTE *-*

Obrigada por tudo, mas uma vez. A luz dessa fic com certeza são vocês <3

XOXO, primas da web.