Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Anahí.

Publicidade realmente não era o meu forte. Eu me sentia meio perdida durante as aulas e as vezes me pegava perguntando em pensamento: "o que diabos estou fazendo aqui?".

Eu não tinha inveja de ninguém, mas sentia uma pontinha de ciúmes das meninas do outro prédio, que cursavam Moda. E pensar que aquelas meninas que se vestiam super bem podiam ser minhas atuais colegas de classe.

- Ei, Annie! – Uma garota parou a minha frente rapidamente.

- Oi Jasmin, que susto. – Coloquei a mão sobre o peito, soltando um breve risinho.

- Hoje tem ensaio na quadra, certo? – Ela passou a mão pelo cabelo loiro. Avaliei bem e percebi que a cor era bem parecida com a minha, mas muito mal feito. Ela tentou me imitar?

- Errado. – Uma voz grave disse bem próxima ao meu ouvido.

Olhei pra trás dando de cara com Alfonso. Ele mandou um beijinho no ar e estendeu um sorrisinho maldoso.

- Oi, magrela. – Murmurou ele e depois olhou para Jasmin. – Gatinha, avisa lá pras suas amiguinhas gostosinhas que hoje a Annie aqui tem compromisso.

- Tenho? – Ergui a sobrancelha.

- Tem. E acho que já estamos bem atrasados, né? – Alfonso olhou o relógio no pulso e depois me puxou pelo braço.

- Ei, me solta. – Protestei, mas o babaca já me arrastava pra longe, me ignorando. – Herrera, eu estou falando com você!

Parei no meio do caminho e puxei o braço, fazendo ele me soltar. Nesse minuto, meu celular começou a tocar na bolsa.

- Não encosta mais em mim, seu ridículo. – Disse de nariz em pé, antes de virar jogando o cabelo.

Peguei o celular na bolsa, vendo a foto de Chad que Lilly tinha tirado escondido. Me afastei para que Alfonso não escutasse minha conversa com ele.

- Princesa falando. – Atendi dando uma risadinha.

- Princesa? – Disse a voz de Chad. – Ah desculpa, é engano. Eu quero falar com a Anahí.

- Sou eu, Chad. – Soltei uma gargalhada, esse menino era uma graça de tão lerdinho.

- Ah tá, é que... Deixa pra lá.

- Aconteceu alguma coisa?

- O Poncho. Ele... – Chad suspirou e segurou uma risada. – Ele vai te chamar pra sair. E você precisa aceitar.

- EU PRECISO O QUÊ? – Minha voz se elevou uns dois tons, antes de eu tapar a boca com a mão, lembrando que Alfonso ainda estava próximo demais.

- Me da isso aqui. – Ouvi a voz de Lilly do outro lado da linha, um barulho e logo ela tinha tomado o telefone. – Anahí, você precisa aceitar sair com o Poncho, é pelo bem do plano, entende?

- O que eu e Herrera temos a ver com isso? – Sussurrei, cobrindo a mão com a boca.

- Bom, vou resumir: o idiota do Ucker desenvolveu uma teoria onde você ainda gosta dele e acaba influenciando as decisões de Dulce. Ou seja, vocês são amigas, você é a ex dele, a Dul é quem ele quer pegar e quem ele não consegue pegar... Quem ele tá culpando por isso?

- Esse desgraçado filho da mãe. – Resmunguei entrendentes. – Então sair com Alfonso vai mudar as loucuras dele?

- Pior: ele mandou Alfonso sair com você e tirá-la do caminho dele. 

Abri a boca em um grande O, irritada.

- Annie, você tem que parecer afim de Alfonso. Só assim o Ucker vai parar de pensar nisso. – Lilly me disse o que eu mais temia.

- Ok. – Respondi, entredentes. – Eu farei isso.

Desliguei o celular, guardando o aparelho na bolsa. Respirei fundo antes de virar, abrindo um sorriso.

- Pensei que ia me deixar esperando a tarde toda, magrela. – Ele cruzou os braços, todo marrento.

- Você esperaria, com certeza. – Rebati, cruzando os braços e imitando sua pose.

- Vamos almoçar? – Alfonso perguntou, deixando bem claro no tom que não fazia a mínima questão de sair comigo.

- Coloque um pouco mais de entusiasmo nessa voz, querido. Aí eu penso no seu caso.

- Eu pago aquela sua saladinha de alface. – Ele deu um sorriso irônico.

- Eu não curto muito comer mato, isso é coisa pra cavalos, como você. – Apontei um dedo e caminhei ao lado dele.

- Bom, o cavalo aqui gosta de domesticar uma égua selvagem, sabia? – Alfonso passou um braço no meu ombro de forma possessiva, mas tirei rapidamente o braço dele e saí batendo os pés na frente.

Foi uma vergonha entrar no restaurante acompanhada de Herrera. Todo mundo olhou pra gente como se fôssemos um casal e ele fez parecer isso.

- Larga a minha mão, Herrera.

- Só se você começar a me chamar de Poncho.

Bufei e segui o caminho sozinha até uma mesa vazia. Era um horário bem movimentando, a maioria do pessoal da faculdade vinha almoçar ali. Dulce ainda não tinha assumido seu turno, então quem veio nos atender foi Jimmy.

- Oi, poderosa. – Disse ele, então abri um sorriso genuíno. – Na companhia do príncipe encantado hoje?

- Esse aí? – Apontei com desdém. – Tá mais pra sapo.

- Quem sabe se a princesa me der um beijo... – Ele deixou no ar.

- Cala essa boca. – Cobri seu rosto com um cardápio. – Vou querer macarrão penne com presuntada, queijo e ervilhas, um suco de laranja e já adiantando a sobremesa, pudim de leite.

Quando terminei de listar, Jimmy e Alfonso... digo, Poncho, estavam me olhando sérios.

- Tu come hein, magrela. – Poncho riu pelo nariz. – Eu vou querer igualzinho, mas coloca uma coca bem gelada no lugar.

Jimmy assentiu sorridente e saiu logo em seguida.

- Eu não costumo comer em encontros, mas isso aqui nem é um encontro de verdade, então... – Dei de ombros.

- Muito obrigado pela consideração, magrela.

- Dá pra parar de me chamar disso? – Lhe encarei seriamente. – Já encheu o saco. E eu não sou magrela, eu sou gostosa.

Poncho soltou uma gargalhada, me fazendo queimar de raiva.

- Se o padrão atual de gostosa é um monte de osso, claro que é.

- Qual é a sua? – Me inclinei sobre a mesa, desafiadora. – Uns dias atrás queria lamber meus peitos, agora tá tentando me humilhar? Esse teu joguinho não vai funcionar. Não comigo.

- Então me fala, qual joguinho funcionaria com você? – Poncho também se inclinou na mesa.

- Me faça rir. – Joguei as costas contra a cadeira novamente. – Se você me fizer rir verdadeiramente uma vez durante esse almoço, eu te dou o que você quiser.

- Hum... – Ele pensou com um sorriso de canto. – Eu vou poder lamber seus peitos?

Soltei uma risada tranquila, achando graça e só depois percebi o que ele tinha feito. Fechei a cara na hora e coloquei a mão sobre a boca, mas já era tarde demais.

- Você... – Engasguei.

- Eu ganhei. – Poncho piscou de lado, rindo. – Você vai ter que me dar o que eu quiser agora, magrela.