Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Dulce.

Eu ainda não estava acostumada com toda aquela atenção. Enquanto caminhava pelo corredor tumultuado da Universidade, sentia todos os olhares em mim. Olhei para baixo, checando minha roupa e vi que estava tudo nos conformes. Vestia minha saia rodada branca, um saltinho marrom básico e uma blusa de botões e mangas curtas azul bebê. Tudo bem que minhas pernas estava nuas e naquela manhã Annie tinha me obrigado a passar um óleo que me fazia parecer uma surfista bronzeada e gostosa. Mas isso não era motivo para todo aquele alarde. Ou era?

Os olhares só pioraram quando entrei no refeitório. Parecia que três holofotes imensos haviam sido ligados bem acima da minha cabeça, tão chamativos que mal passei pelas portas e vi a mão de Ucker me acenando de uma mesa vazia. 

Passei quase correndo pelo meio do refeitório e escorreguei para a cadeira ao seu lado. 

- Oi. - Disse ele, abrindo um enorme sorriso. 

- Podia ter escolhido uma mesa mais escondida. - Suspirei, olhando para os lados. 

- Eu disse "oi". - Insistiu Ucker. - Seja educada antes de ser uma velha reclamona. 

- Ah claro, desculpa. Oi. - Sorri com ironia. - Podia ter escolhido uma mesa mais escondida. 

- Todas as garotas que já almoçaram comigo sempre reclamaram da minha escolha de mesas. Elas sempre desejavam o contrário de você, uma mesa menos escondida. 

- E o que me faz diferente delas? - Perguntei. 

- Boa pergunta. - Ele deu de ombros e voltou sua atenção para a bandeja a sua frente, pegando um sanduíche. - Você não come?

- Eu trago meu almoço. - Sussurrei, mexendo na bolsa. Achei minha maçã verde e meu sanduíche de ricota com passas. - Não confio nessas cozinheiras daqui. 

Ucker deu uma risada. 

- Que milagre é esse, você almoçando sozinho? - Ergui as sobrancelhas. - Cadê sua turma?

- Eles não almoçam na faculdade, assim como eu. - Ele deu de ombros naturalmente, mordendo seu sanduíche. 

- E por que hoje mudou sua rotina? 

- Eu sei que você almoça aqui antes de ir pro trabalho, então... Quis te fazer companhia. 

- Eu fiz você mudar sua rotina e trocar um almoço gostoso por um sanduíche de... - Examinei o que ele comia. - Atum?

- Gosto de atum. - Ucker riu. 

Revirei os olhos e ri de leve. 

- E gosto de você. - Acrescentou ele. 

Pisquei os olhos diversas vezes, sem graça e abaixei o olhar. Comecei a desenrolar a embalagem que guardava meu sanduíche. 

- Por isso todos estão te olhando? - Vi as pessoas que fuzilavam as costas de Ucker. - Não estão acostumados com você no refeitório?

- Ou então você trouxe os olhares até aqui. - Ele me encarou. - Eles agora entendem porque estou aqui hoje. 

- Eu ainda não entendi. - Brinquei, rindo. 

- Deixa eu te contar então... Uma ruiva linda, simpática, inteligente. Uma ruiva espetacular que tá me ganhando cada vez mais. 

Eu sorri e ele sorriu de volta. Talvez fosse mentira. Talvez Ucker não fosse esse monstro todo que pintavam. Talvez ele nunca tenha encontrado alguém com quem sentia-se à vontade pra ser quem era. Eu o entendia. Isso também acontecia comigo. 

- Opa, tem alguém querendo falar com você. - Murmurou, pegando o celular no bolso. Eu nem tinha percebido que seu celular tocava, de tão aérea que estava. Quando vi escrito mãe na tela, prendi a respiração. O que a mãe de Ucker queria comigo? 

- Alô? - Sussurrei, nervosa. 

- Oi, querida. Precisava mesmo falar com você. - Disse Alexandra do outro lado da linha. - Como está?

- Bem e a senhora?

- A senhora está no céu. - Ela riu. - Eu vou bem. Christopher já lhe contou?

Neguei com a garganta e ela prosseguiu:

- Sexta à noite terá um jantar aqui em casa, uns amigos da família, pessoas íntimas. - Murmurou ela, com sua voz elegante. Onde eu me encaixava nisso? - Você está convidada, querida.

- Obrigada pelo convite, seria um prazer enorme comparecer, mas eu... - Engoli em seco. - Eu realmente não posso. Tenho que estudar e...

- Christopher me disse que sábado é sua folga no trabalho e vocês só tem aulas nos dias de semana. - Argumentou ela, tão insistente quanto o filho. - Não pode estudar no outro dia? 

- É que...

- Dulce, você precisa sair, relaxar, descansar um pouco a mente... - Insistiu Alê. 

- Eu sei. - Suspirei. - Tudo bem, eu vou. 

Ucker sorriu ao me ouvir dizer isso e levantou seu olhar pra mim, fingindo não fazer parte daquilo. Cerrei os olhos para ele, como uma ameaça de que ele me pagaria caro por isso e ele deu de ombros, erguendo as mãos em forma de inocência. 

- Aguardo ansiosa por esse jantar. Fique bem, querida. Deixe um beijo para meu bebê, tchau. 

- Tchau, Alê, até sexta. - Sussurrei de volta e logo a chamada foi encerrada. - Você mandou ela fazer isso! - Acusei. 

- Claro que não. - Ele riu. - Ela insistiu que você fosse, ela te adora. 

- Por que tenho que conhecer sua família? - Uni as sobrancelhas. - Não sou sua namorada nem nada...

- Pense pelo lado bom, estará preparada quando for. - Ucker piscou de lado, me fazendo revirar os olhos. 

- Preciso trabalhar. - Levantei da mesa, jogando minha maçã pra dentro da bolsa novamente. 

- Eu te levo. - Ele também levantou. 

- Não precisa. - Resmunguei. - Tchau. 

- Tchau, velha reclamona. - Acenou debochadamente enquanto eu saía pisando duro. 

Algumas pessoas olhavam a cena achando que era uma briga de casal. 

As meninas com certeza iam me matar por isso. Eu não devia ter aceitado ir nesse jantar, não mesmo. Mas não tinha opção. A família Uckermann me pareceu bem insistente e olha que eu só conhecia dois deles. 

Mais tarde, quando as três passaram pra me ver no trabalho, suas reações foram bem diferentes do que eu esperava. 

- Isso é maravilhoso! - Gritou Lilly. 

- Nenhuma de nós conheceu a família dele! - Completou Mai. 

- Sabe o que isso significa? - Annie segurou minha mãos. 

- Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe. - Virei de costas pegando uma bandeja. - Agora, se me dão licença, preciso trabalhar. 

- Vamos arrumar um vestido perfeito, elegante, sexy... Você vai estar um arraso, garota! - Comentou a loira, rindo. 

Fechei os olhos e apertei as têmporas com força. De todas as coisas que eu queria naquele momento, a última era jantar com a família de Uckermann. E a primeira era, de longe, ser atropelada por um ônibus e ficar em coma no mínimo até sábado de manhã. 

Aquilo não seria uma boa. Minha mãe sempre me disse que eu devia ser esperta. Todas as mulheres acreditam que quando um cara as leva para conhecer sua família, está apaixonado. Mas eu não fui criada dessa forma e elas não nasceram de Blanca Saviñon. Eu cresci ouvindo-a falar de homens e como não ser enganada por eles. 

"Ele só quer transar com você, sem te fazer se sentir uma qualquer. Quer convencer você, Dulce, usando a velha tática de conhecer a família. Seu pai fez isso comigo e na noite que conheci seus avós, engravidei de você."

Pude até ouvir sua voz em minha mente. Aquilo fazia bem mais sentido pra mim.

Hello, gatitas *-* Posso adiantar que esse jantar vai dar o que falar e vai ser bem quente para os Vondy kkkk`

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XOXO, primas da web <3