Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Dulce.

A melhor parte de ter uma noite maravilhosa, era acordar no calor dos braços de um homem mais maravilhoso ainda. A pior, por outro lado, era não saber se tudo não passava de um sonho. 

Um sonho onde eu tinha me entregado catastroficamente para Christopher Uckermann. Peraí, sonhar não pode ser assim tão bom...

Foi quando me dei conta de onde estava e as memórias vieram. Minha mente se encheu de lembranças que eram tão vívidas para serem ilusões. Tudo o que foi dito, tudo o que foi feito... Talvez eu devesse aceitar os fatos. Eu era dele, afinal? Eu era. Sem chances de escolhas ou de fuga, não tinha como pular a janela ou bater a porta com força e esquecer o que aconteceu naquele quarto noite passada. 

Aquilo era o começo de algo? Ou seria o fim já que finalmente eu estava em sua cama? Droga, eu não queria nem podia me afastar. Não ainda. Eu precisava ir até o fim. Era uma espécie de teimosia suicida. 

Será que aquilo um dia acabaria comigo? Era uma possível "causa da morte"? Mas que merda eu estava sentindo?

Oh, não. Péssima hora para ele se mover ao meu lado e apertar seus braços fortes em minha cintura. Tive que virar o rosto lentamente, temendo encontrar seus olhos abertos queimando na minha direção. Não estava pronta para aquilo, muito menos para seus olhos fechadinhos e sua boca entreaberta, ressonando tranquilamente em seu mais doce sono.

Só assim para ele parecer um anjo. Só assim pra me fazer imaginar meus filhos iguais a ele. 

Se eu continuasse ali, olhando Ucker dormir, já sabia antecipadamente quais seriam os sintomas da minha morte: borboletas no estômago, coração palpitante, garganta fechada, mãos suadas... Eram esses os sintomas de qual doença mesmo?

Levantei rapidamente da cama, torcendo para que Ucker não acordasse mesmo com meus movimentos brutos e desesperados. Cacei as roupas emprestadas pelo chão e as vesti, provavelmente pelo avesso, deixando para trás calcinha e sutiã. Dei uma última olhada para o homem nu sobre a cama e quis voltar e deitar ao seu lado.

- As coisas são mais complicadas do que eu queria que fossem... - Sussurrei, antes de abrir a porta do quarto e sair.

Não tinha dinheiro para um táxi, não vestindo o short de Ucker. Minha bolsa tinha ficado na casa de Alê, junto com meu vestido encharcado e meus sapatos altos. Como ia caminhando para casa, descalça e sem sutiã? Com roupas masculinas e um cabelo de dar medo?

Por sorte, antes mesmo de conseguir um táxi aquela hora, Lilly me ligou. Era um milagre divino meu celular ter ficado no short de Ucker e não na minha bolsa, eu sequer lembrava de tê-lo pego.

- Bom dia. - Murmurei, bocejando. 

- Bom dia minha bola esquerda! - Rebateu, irritada. - Quer me explicar por que a senhorita sumiu da face da Terra essa noite? Eu te liguei 500 vezes, Dul, sem exagero nenhum. Acredite, isso não foi uma hipérbole, Mai. 

Agora ela estava falando com Maite.

- Eu nem sei que cacete é uma hipérbole! - Continuou Lilly. - Não, não me venha dar aulas, Perroni...

- Lilian! - Chamei, fazendo sinal para um táxi com a mão livre. 

- Que é?

- O foco aqui sou eu. Mas eu já estou indo pra casa e...

- Eu acho muito bom! - Me interrompeu a morena. - Passamos a noite aqui, nós três, esperando você chegar.

- Na minha casa? - Franzi a testa.

- Na rua é que não foi. - Disse, esnobe. - Acho bom você ter um ótimo motivo.

Quando o taxista chegou em frente ao meu prédio, pedi a Lilly que descesse com o dinheiro da corrida. A morena apareceu vestida com um de meus pijamas, jogou notas sobre o motorista lhe ordenando que ficasse com o troco e me puxou pela mão do banco do passageiro.

- Fala logo, sem rodeios, vocês transaram, né? - Despejou Lilian assim que colocamos os pés dentro do meu apê.

- Que safada! - Exclamou Mai, levando a mão até a boca.

Era difícil conseguir falar. 

- Foi loucamente ardente e selvagem? Se ele tava com saudades do lado Lilly, com certeza amanheceu bem mais leve e feliz. - Sorriu, convencida.

- Por Deus, Lilian Adams! - Mai me puxou para sentar ao seu lado. - Deixa a garota falar.

- O que eu perdi? - Anahí invadiu a sala com um cabelo mais horroroso que o meu.

- Annie, o que aconteceu aí em cima? - Perguntei, rindo. 

- Dul, o que aconteceu aí embaixo? 

As três riram em coro enquanto eu fechava a cara.

- Ucker chegou aí? - Insistiu a loira, sorrindo. 

- Ué, não foi você que disse que ele nunca veria a cor da sua lingerie? - Completou Lilian.

- Foi pelo plano, tá ok? - Rosnei entredentes, fazendo as três arfarem de surpresa. Annie bateu palminhas com a boca aberta, Lilly comemorou com um olhar de quem já esperava e Maite cobriu a boca, sem reação.

- Você já assimilou que transou com Christopher Uckermann?

- Ainda não, talvez depois de tomar um banho. - Tentei levantar, mas Maite me puxou pelo braço de volta para o sofá.

- Não sem antes nos contar cada detalhe. 

- Desde quando você é tão fofoqueira, Mai?

- Desde que você e Ucker transaram e eu não sei de nada a respeito.

- Não há nada pra saber. - Dei de ombros. - Foi sexo. Foi sexo por um plano. Vocês já sabem como funciona sexo.

- Por que está tão incomodada em falar sobre isso? - Pressionou Annie, enquanto eu já me levantava do sofá. Caminhei apressadamente, deixando aquela curiosidade feminina toda para trás, ignorando suas perguntas. Não tive coragem de responder nem mentalmente, apenas assumi em um pensamento tão baixo quanto um suspiro: eu dormi com ele pelo plano, mas acordei ao seu lado por amor.