Fanfic: Todas contra Ucker (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Por Poncho.

Eu simplesmente amava aula de Recursos Humanos. Além da professora ser gata pra cacete (e acho que única professora que prestava naquela universidade), ela explicava a matéria com a traquilidade de quem faz um sexo oral. Era quase tão gostoso quanto. E mesmo assim, naquela manhã, nem mesmo os peitos chamativos da Srta. Lancaster me fizeram parar de pensar em Annie. Por um segundo, quis cursar publicidade só pra ficar na mesma sala que ela, observando seus movimentos. Só que a vontade passou rápido quando lembrei o que teria que aturar: a loirinha era um porre, convenhamos.

Saímos os quatro da sala ouvindo as aventuras de Chris com Maite Perroni.

- Só bêbada pra ela te querer. - Ouvi Ucker zoar enquanto sentava na grama.

Não dei risada porque estava procurando alguém entre as garotas que saíam de suas aulas.

- Tá caçando quem? - Chris bateu com a mão na minha panturrilha, sentado ao lado de Ucker.

- Ninguém não. - Voltei a olhar pra eles. - Mas e aí, não vamos almoçar hoje?

- Mais tarde. - Respondeu Ucker, colocando o óculos escuros.

Só entendi aquele papo quando entramos no restaurante quase uma hora depois e Dulce tinha acabado de assumir seu turno. Esse cara tá ficando psicótico.

Para a infelicidade de Ucker, quem veio atender a gente foi Jimmy. Estava com o mesmo sorriso espalhado de todos os dias, super contente em ver o restaurante lotado de homens.

- Ucker, Dulce não está no cardápio, então para de babar e faz seu pedido. - Estalei os dedos na frente do rosto dele, que voltou para a realidade e viu que só faltava ele pedir.

- Quero qualquer coisa. Meu único pedido é que a Dul venha trazer. - Ele jogou o cardápio em cima da mesa.

- Lamento, mas... - Jimmy deu de ombros. - Hoje ela tá ensinando nosso novo funcionário.

- Tem funcionário novo? - Chad questionou.

- Aham, começou hoje. - Ele guardou seu bloquinho e sua caneta no bolso. - Vocês devem conhecer, é o Jeremy Porch.

Quase me engasguei com minha própria saliva. Ucker cerrou os punhos em cima da mesa e quase socou a mesma, trincando o maxilar.

- O que esse filho da...

- Ei, cara, pega leve! - Chris colocou a mão no ombro dele.

Jimmy não entendeu nada e só saiu, correndo pra cozinha. Ucker começou a respirar fundo pelo nariz, tentando manter a pose, mas não adiantou muito. Só sexo, né? Conta outra.

Ficamos em absoluto silêncio, sem saber o que dizer. Até o Chad que é o Chad tinha sacado, mas não ousou informar a Ucker o que todos nos sabíamos: ele tava amarradão na Dulce.

- Bom apetite. - Disse Jimmy, colocando os pratos em cima da mesa e saindo em questão de segundos. Eu entendo ele, a cara de Ucker tava assustadora.

- Ucker...

- Shii. - Me interrompeu, tentando escutar o que Dulce e Jeremy conversavam na cozinha.

- Cara, você tem que parar com isso. Agora.

- Come sua comida. - Ele sequer olhou pra mim.

Revirei os olhos e cortei o bife, mastigando e encarando ele. Chad e Chris estavam completamente alheios, falando sobre o jogo que tinha passado na tv na noite anterior.

- Você vai adorá-lo, ele é uma gracinha. - Dulce abriu as portas que davam da cozinha para o restaurante, seguida por Porch.

- E por que se chama Sparks? - Jeremy perguntou.

- Nicholas Sparks. Meio óbvio e clichê, mas é isso. - A ruiva deu de ombros, pegando os pedidos sobre o balcão e voltando para dentro da cozinha com Jeremy no seu calcanhar.

- Por/ra, não acredito. - Ucker rosnou entredentes. - Aquele gato é meu, ele se esfregou em mim.

- Cara, é um gato, eles fazem isso por comida. - Ri pelo nariz, falando de boca cheia. - Ou você achou que você e o gato tinham um lance especial?

- Vai pro cara/lho, Poncho.

Soltei uma risada enquanto enchia o garfo de comida. Ucker voltou a olhar na direção da cozinha e eu comecei a sentir pena dele.

- Ela vai pedir uma ordem judicial de afastamento se você continuar a olhar a garota desse jeito. - Murmurei.

- A questão não é a Dulce. A questão é o filho da pu/ta do Porch.

- A questão é Dulce e Porch na mesma equação. - Afirmei. - Que foi, tá com medo dele se vingar? Relaxa, nada do que ele fizer vai chegar aos pés do que você fez, camarada.

- Peraí que eu ainda não peguei essa parte. - Ucker finalmente olhou pra mim. - Você é o advogado de acusação ou de defesa?

- Foi por isso que não fiz Direito. - Soltei uma risada e ele fechou a cara.

- O que as maricas tão fofocando? - Se intrometeu Christian.

- Precisamos ensinar o nosso amigo aqui o que significa "ela é só sexo". - Apontei meu melhor amigo com o garfo.

- A Dul vai ser internada com desidratação depois dessas secadas violentas. - Chris riu, nos arrancando gargalhadas altas. Ucker só deu o dedo do meio, fazendo cara de tédio.

- Se quer nossa ajuda tem que assumir. - Murmurei.

- Tá bom, tá bom. - Ele bufou. - Foi diferente, beleza? Só que ela tá cagando e andando pra mim, exatamente como eu faço depois do sexo.

- Então você funciona com psicologia reversa. - Acrescentou Chad.

- Não me venha com essa terapia barata. Eu só não quero a Dul perto daquele desgraçado, por/ra.

Assentimos em total silêncio. Depois de alguns minutos, Chris acabou comendo o prato intocado de Ucker e voltou a falar de futebol. Me incluí no assunto só pra perguntar uma coisa:

- E sua prima?

- Que prima? - Chris ergueu as sobrancelhas.

- Anahí. - Tentei parecer casual. - Sua única prima, idiota.

- O que tem ela? - Perguntou, cerrando o maxilar. Detalhe: seu sorriso sumiu e se o bife no prato já não fosse um animal morto, teria morrido feio com a garfada raivosa de Chris.

- Tô com saudade, sei lá. - Dei de ombros, rindo.

- Saudades meu ovo, seu via/do!

Não teve como não gargalhar quando meu amigo estendeu a faca pra mim, como uma ameaça.

- Poncho, eu acho bom você não comer a minha prima.

- E eu acho bom você comer a sua comida. - Respondi, contendo o riso.

Passamos o resto do almoço entre implicâncias e piadinhas, com total exclusão de Ucker que não tirava os olhos da ruiva.

- Assim não da pra te defender, amigo. - Murmurei e ele revirou os olhos.

- Olha só quem tá trazendo a conta. - Ucker rosnou entredentes, segui seu olhar e vi Jeremy caminhando em nossa direção. - Só pode ser sacanagem.

- Cara, relaxa.

Jeremy chegou com o olhar baixo e me entregou a conta, eu podia ouvir Ucker respirar fundo daqui.

- Aqui. - Entreguei o dinheiro, hoje era meu dia de pagar o almoço.

Ele assentiu com a cabeça e saiu, sem dizer nada. E mesmo assim, Ucker levou aquilo como provocação, levantando da cadeira. Eu não ia segurar ele dessa vez.

- Aí, esqueceu tua gorjeta! - Ouvi Ucker dizer e logo depois, um som alto de soco e vozes supresas dentro do restaurante.

Segurei a risada ao ver Jeremy com a mão no nariz, que soltava sangue.

- Vamos. - Ucker bateu na mesa e saiu caminhando em direção a saída, abrindo a porta com raiva.

Eu amo esse cara.